sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Informação inútil


- A comida leva aproximadamente sete segundos da cavidade bucal ao estômago
- Um fio de cabelo consegue suportar um peso até 3 Kgs.
- O tamanho médio do pénis é de três vezes o comprimento do polegar
- O fémur é mais resistente que uma coluna de cimento com o mesmo diâmetro
- O coração da mulher bate mais rapidamente que o do homem
- Existem aproximadamente três biliões de bactérias num pé humano
- As mulheres piscam os olhos em média duas vezes mais que os homens
- O corpo humano utiliza cerca de 300 músculos para manter o equilíbrio quando parado
- As mulheres que estão a ler este texto já terminaram

- Os homens que estão a ler este texto ainda estão a olhar para os polegares

Por amor...


Por amor, perde-se a cabeça;
Por amor, apanha-se um comboio para se passar uma noite no Porto e voltar no dia seguinte;
Por amor, faz-se amor no banco da frente de um carro comercial;
Por amor, entra-se em casa dos pais de uma amiga às 6.30, para que eles ao levantarem-se às 7 da manhã, não se apercebam que dormimos a noite fora;
Por amor, escrevem-se cartas de amor;
Por amor, tem-se um filho;
Por amor, viaja-se a um país que fica a 3.000 km de distância para se conhecer a família do amante;
Por amor, chora-se;
Por amor, volta a pegar-se num carro depois de 7 anos de medo por se ter tido um grave acidente;
Por amor, mente-se, trai-se;
Por amor, deixa-se de fumar;
Por amor, faz-se amor num comboio entre Nápoles e Roma;
Por amor, casa-se;
Por amor, sonha-se acordado durante toda a noite;
Por amor, dá-se o braço a torcer;
Por amor, ri-se;
Por amor, rouba-se o namorado à amiga;
Por amor, perde-se o amor-próprio;
Por amor, milita-se num partido político;
Por amor, muda-se de clube desportivo.

Abismo de Sensações


Aqui escrevi em tom de desafio, com as palavras da caixa.

Este está a ser um Inverno difícil, não sei se é da chuva que me fustiga e me impede de fugir, se é desta paixão que me consome.
Tento não lembrar-me das tuas mãos nas minhas coxas, ou dos risos que partilhámos no chão do teu quarto, tento esquecer os teus traços, porque se te conseguir esfumar espero não te desejar tanto.
É uma luta que travo comigo própria mas que não consigo vencer, tenho em mim o sabor da tua boca e ferve-me o sangue sempre que te sinto aproximar, não te resisto, embora saiba que contigo por perto não tenho vontade própria.
Consegues com um gesto transformar a minha prosa estudada em murmúrios incoerentes, perdendo a noção de quem sou, apenas sabendo que o que quero és tu, e que o prazer está à distância de um toque.
Quando me fundo em ti, sinto torrentes de sentimentos que me esmagam, mas tu és como um íman que me atrai para o abismo.
Disseste-me um dia que me tinhas vencido, que tinhas conseguido derrubar um por um os tijolos que erguia em muro à volta do meu coração, acho que me amansaste, que me tornas-te dócil, só para me poderes manipular a teu belo prazer, creio que não sou mais do que matéria de estudo, ver até onde podes ir antes de me enlouquecer.
Creio que a frieza é uma preeminência tua, não sentes e por isso não sofres, mas vais deixando cravada em mim a tua marca, e enquanto isso eu vou-me transformando em fragmentos do que era.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Amor de Verão em retrospectiva



Hoje ouvi esta música e recordei…

No Verão de 1992, em Tavira conheci um norueguês, que para mim até então era o homem mais bonito que já tinha visto.
Chamava-se Thomas, tinha olhos azul profundo, cabelo louro e 1.90 m de um corpo perfeito.
Durante um ano trocámos cartas de amor, telefonemas à distância, um verdadeiro grande amor de verão, até que ele conheceu outra pessoa no trabalho, e eu me entreguei a procurar noutros aquilo que nunca tinha encontrado nele.
Passados 10 anos fui a Trondheim, visitar um amigo comum, com quem estive de casamento marcado e de bilhete de avião na mão para me mudar para um apartamento comprado segundo as minhas especificações: janelas pela sala com vista para o fiorde, uma sala grande para poder ter um cão e 2 quarto para que a criança pudesse não demorar.
A certa altura passámos numa rua em que o meu amigo me disse “É a tua chance de voltares a estar com o Thomas, ele mora aqui.”
Nessa altura percebi que há momentos que não voltam a acontecer, não voltei a cruzar-me com o Thomas, nem a escrever-lhe cartas de amor ou outras que ainda tentámos durante algum tempo, mas é uma altura da minha vida que recordo com carinho, pois tal era a inocência da altura.
Esta musica esteve no meu quotidiano durante bastante tempo - enviada pelo Thomas numa cassete gravada por ele com músicas que segundo ele se adequavam à nossa “relação” - para me lembrar que “patience comes to those who wait”.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Café com "gostinho"


Na minha empresa, as mulheres são todas entendidas como secretárias, ocupem elas a posição que ocuparem.

A secretária do presidente tinha de se levantar para despejar a água que estava no jarro - em cima da mesa do senhor - para o copo - também ele em cima da mesa do senhor.
O Director-Geral pede à contabilista que lhe abra a janela do gabinete de manhã quando chega, para que às 11, hora da sua aguardada chegada possa não ter o gabinete impregnado daquele cheiro nauseabundo que ele deixa por fumar lá dentro cigarrinhas.
Eu, por conhecer um e outro senhor há já quase 10 anos, quando entrei para a empresa, para desempenhar funções de assistente financeira, adorei dar umas "indicações" que desde cedo me habituei a ouvir da minha mãe - que por acaso é gestora de fundos de pensões numa seguradora, mas "boys will be boys" e o facto é que a maioria ainda acha que a cozinha é o lugar das senhoras.

Então sempre que possível eu dizia que se um dia alguém tivesse a bela ideia de me pedir para tirar "cafézinhos", eu como sou boa pessoa tirava, mas cuspia lá para dentro.
De há uns tempos para cá, a secretária do senhor presidente mudou e a actual ou está doente, ou tem exames, e assim sendo, nunca está nas poucas vezes que ele por cá aparece. Eu fui desalojada do meu gabinete e atirada para a recepção juntamente com a minha colega do departamento comercial, e portanto são sempre os nossos telefones que tocam quando ele quer alguma coisa. Assim, sempre que o senhor presidente se digna a deslocar até ao nosso humilde estabelecimento fazemos apostas:

- "A quem é que achas que ele vai pedir café?"
Ao que eu respondo:
- "A mim, se quiser café com gostinho!"

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Esperança


Foi na semana passada que a esperança voltou a assolá-la, bastou um telefonema para que todas as suas aspirações emergissem, bastou um minuto para voltar a acreditar em si, naquilo que há muito duvidava ser capaz.

Pegou no estojo das pinturas, um pouco de base, uma leve sombra na palpebra, um toque de blush e para finalizar um rubor vermelho nos lábios. Vestiu-se como já não se vestia há anos, de tailleur, sobria mas confiante, descobriu guardados numa caixa os sapatos pretos de salto e usou-os surpreendendo quem há muito lhe sentia a falta.

Prometeu a si mesma, que embora a semana passada lhe tivesse trazido a esperança em forma de voz do outro lado do mundo, todas as próximas semanas seriam iguais. Ia manter-se segura, firme nas suas convicções como sempre, mas certa de que um dia, sim um dia a esperança se irá transformar finalmente na concretização de um desejo, uma ambição, uma nova etapa na sua vida.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Como arruinar uma vida



And I know it aches
And your heart it breaks
And you can only take so much
Walk on, walk on


Quando a Sandra foi finalmente promovida, passou para o departamento financeiro, que era o seu lugar natural, passou a tratar de tudo o que era possível naquela área, tendo em conta que o director não aparecia mais de 1 a 2 vezes por ano, e ela suspeitava que era para ir buscar o cheque e que a contabilidade era feita numa empresa de outsourcing.

Num departamento até à altura inexistente, foi-lhe solicitado que fizesse reconciliações bancárias diárias, orçamentos de tesouraria, verificação de desvios, controlo de crédito, emissão de cheques, planos de pagamentos, recebimentos, factoring. Como compensação pelo aumento da responsabilidade foi-lhe atribuído um aumento de ordenado que veio sob a forma de isenção de horário.

Passado um ano engravidou, no último mês foi para casa, por conselho médico, tendo-se no entanto disponibilizado para sempre que necessário estar disponível. Por essa altura foi-lhe sugerido ficar com a contabilidade da empresa uma vez que a empresa de outsourcing se iria desvincular. Ela recusou, sabia que a contabilidade era um dos seus pontos fracos, nunca tinha tido contacto real com a área à excepção dos anos de faculdade, conhecia as suas limitações.

Quase no fim da sua licença de maternidade a Sandra recebeu um contacto telefónico do Director da empresa, perguntando-lhe se ainda ia voltar, ao que ela respondeu naturalmente que sim. “Sabes que te vai ser retirado dinheiro, porque como vais ter horário reduzido não precisas de isenção de horário”

Quando voltou esteve 1 mês sem secretária para se sentar e sem computador, no seu lugar havia já uma pessoa que tratava da contabilidade, foram-lhe retirados todos os subsídios que tinha tido até então, o que resultou numa redução de 30% do seu ordenado, foi colocada na recepção e disseram-lhe que era muito importante para a empresa que ela ficasse a tratar dos fornecedores e a atender telefones.

Passaram-se 2 anos e a Sandra continua na mesma situação, sem funções, humilhada na sua profissão, tentando encontrar uma explicação para o que lhe aconteceu, questionando as suas capacidades e o seu profissionalismo.

Em conversa com o Presidente, há cerca de um mês atrás foi informada de que tinha ficado “de castigo”, porque aquando da atribuição da isenção de horário nunca tinha ficado as 2 horas a que era “obrigada”, embora nunca tenha deixado trabalho por fazer para o dia seguinte, nem nunca se tivesse recusado a ficar até às 11 da noite sempre que foi preciso organizar o conselho de administração do dia seguinte.

Ainda há muitas mulheres (homens também os há, embora menos) que são castigadas por serem mulheres, por terem filhos, por terem noção das suas capacidades ou porque simplesmente não ficam depois de terminado o horário de expediente.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ao meu miminho

Foi num dia frio de Janeiro de 2006 que recebi este email , olhei para as fotos e apaixonei-me pela menina de barba, peito e unhas brancas, olho azul e corpinho de chocolate. Aquele olhar triste tocou-me tão fundo que não consegui resistir-lhe, soube que estava no canil de Torres Vedras e fui buscá-la antes que fosse tarde demais, os noticiários avisavam possibilidade de neve em Lisboa, coisa inédita para mim, vagas de frio que certamente poriam em risco a saúde de uma boneca tão frágil, não esperei mais.



Estávamos no dia 28 de Janeiro era sábado, estava muito frio, e a impessoalidade de um canil não tornava nada mais fácil, corredores de gaiolas onde se encontravam vários cães, uns mais novos, outros mais velhos, uns já habituados à falta de carinho, que por mais que se esforce quem por carolice e amor se dedica a tornar menos penosa a vida de animais que foram abandonados, maltratados por pessoas a quem já não serviam ou que se entretiveram a descarregar neles a sua própria miséria e mau carácter.


Há coisas que me entristecem e me ferem, não compreendo como se possa mal tratar os mais indefesos, revolta-me saber que a maldade humana se torna refinada com velhos, crianças, mulheres, homens, animais, todos quantos perante alguém não se defendem, ou defendendo serão sempre mais fracos. Cortou-me o coração o pouco tempo em que estive no canil, as histórias que ouvi, chorei o tempo todo até ter encontrado a Puska, uma pequena bolinha de chocolate que se enrolou nos meus braços para nunca mais deles sair.


Tinha cerca de 2 meses quando chegou a casa, conquistou-nos com os seus pulos malabaristas, com a sua esperteza para nos conseguir “sacar” mimos, com as suas maldades de cada vez que se sente só, com a carência com que se enrola nas nossas pernas e quer sempre mais, mais festas, mais beijos, mais atenção, tanto que lhe atribui o cognome de “o meu miminho”.

Hoje passados 3 anos não imagino a minha vida sem ela, embora lhe grite sempre que ela faz xixi na cozinha e a ponha de castigo porque se portou mal, não imagino o que seria acordar sem ouvir as suas patas dirigirem-se ao quarto do Alexandre de pois de ele a chamar:”Ó lindinha!”, nem a correria atrás daqueles seus bonecos vergonhosamente amassados de tanta brincadeira, ou os ataques de beijos que ela dá ao dono e a quem se senta no sofá.

Ou como fica contente quando vai passear e a cauda mais parece um chicote a bater-nos nas pernas, e como fica sossegadinha quando o Xani tenta encavalitar-se nela e lhe puxa as orelhas e os bigodes, e quando se sentam os dois em cima do sofá a ver o Panda, encostados um no outro ela muito direita, ele debruçado sobre ela a fazer-lhe festas no lombo.

Se há atitude da qual me orgulho de ter tido, é de ter ido buscar a minha menina!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Carta Aberta a ....si

Exmo Senhor ,

Não tenho por si especial afecto, aliás diria mesmo que não tenho por si qualquer réstia de simpatia. Não que a culpa seja inteiramente sua, mas depositei em si demasiadas expectativas, achei que desta vez é que era, uma pessoa de outra geração, com uma nova visão do mundo, uma nova via, nem segunda nem terceira, apenas nova, refrescante.

As expectativas terminaram quando afinal tudo ficou na mesma, o senhor não se demonstrou nem melhor nem pior que os outros, apenas igual.

Confesso que lhe admiro a vontade com que tenta retirar direitos impostos aos lobbies, juízes, médicos, farmacêuticos, professores, funcionários públicos em geral.
São 30 e muitos anos de supostos “direitos” que não estão acessíveis ao comum dos mortais, apenas a quem faz parte dos lobbies que já enunciei, admiro a vontade com que tentou, mas desapontou-me a facilidade com que desistiu de realmente mudar, porque afinal tudo está na mesma.

Não gosto da forma arrogante como se dirige a quem serve, tanto aos que lhe pagam o ordenado que são todos os portugueses, como a quem o elegeu, ambos têm direito a mais, a mais transparência, a mais verdade, até a mais simpatia.

Não tenho por si simpatia, mas votei em si, e sinto que embora tenha já vezes sem conta jurado a pés juntos que não voltarei a cometer tal imprudência de novo, quando chegar a altura, e por falta de melhor opção entenda-se, terei de fechar os olhos e votar em si de novo, convencendo-me que é pela pátria.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Guilty Pleasures

Como eu gosto de imitar as coisas giras da vida e depois de ter visto isto, pensei quais seriam os mês guilty pleasures, e lembrei-me destes, a musiquinha pode ser um pecado, mas confesso que gosto verdadeiramente dela:
- Dançar, tudo o que dê para me mexer, espanholadas, rock, pop, tudo menos martelada, eu danço e mesmo esta ultima depois de uns 2 vodkas também já danço, e quanto mais pimba melhor!

- Gelado de doce de leite e chocolate belga, com topping de chocolate negro por cima. Só não como mais vezes porque é escandalosamente caro, o facto de fazer engordar é apenas uma desculpa!

- Sapatos, malas, roupa de todo o tipo, especialmente se vierem daqui:
e daqui
culpada porque normalmente acabo por “estorar” em vez de comprar uma vez que gosto de tudo.
- Os cafés não me fazem sentir culpada, gosto e bebo, muito menos agora do que antes, mas fazem-me sempre recordar que os cigarros são um prazer que abandonei à 7 meses, mas que falta que me fazem!

- Ponto cruz, essa coisa de velhinha que eu adoro fazer, horas e horas a fio até me doerem os dedos e os cotovelos, tenho um quadro de 2 metros que me está a causar tendinites há 2 anos!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Saudade




Foi ontem que ela me bateu à porta, sob a forma de uma insónia, que teimava em não desaparecer.
Hoje sei que o que fomos ontem não é o que somos hoje e certamente não o que seremos amanhã, mas sei também que as sensações que partilhamos e a cumplicidade de nos une nunca esqueceremos.

Sei que não voltarei à Hungria para:

- Conhecer os meus companheiros de viagem para os próximos 4 anos de férias;
- Percorrer as ruas de Budapeste, debaixo de chuva por 2 horas, porque “os bares baratos são já ali”;
- Perguntar a dezenas de pessoas, em húngaro onde fica a “noite”, e ter dois árabes a indicar o caminho, em português;
- Ouvir o Pedro dizer que foi considerado o homem mais bêbado do acampamento;
- Ter um polaco a deitar-se em cima de mim, não por se ter perdido de amores por mim, mas porque tinha acabado de cair para o lado de bêbado;
- Ver o Edgar dirigir-se a uma italiana e dizer-lhe “oh porca queres vir para a festa?”
- Festas de grandes excessos todas as noites, toda a noite;
- Grandes paixões por tantas nacionalidades como por exemplo italianos, espanholas e outros que agora não me lembro;
- Cantar a “Grândola Vila Morena” em cima de um palco.

Sei que não voltarei à Áustria para:

- Conhecer o padrinho de baptismo do meu filho;
- Ouvir os austríacos mandarem-nos para a nossa terra;
- Andar de autocarro sem pagar, porque não existe revisor;
- Ver os bonecos nos jornais que estão espalhados pelos candeeiros de rua de Viena, em cestos de plástico abertos, com uma caixinha de moedas ao lado;
- Ouvir o Pedro dizer que foi considerado o homem mais bêbado do acampamento;
- Festas de grandes excessos todas as noites, toda a noite;
- Entalar os dedos numa porta de ferro e só dar por isso no dia seguinte;
- Meter a cabeça debaixo do torneira, para tentar beber água;
- Acordar com os pés da Vanessa na cara e ela a dizer-me: “Miau, eu enganei-me”;
- Grandes paixões por diversas nacionalidades tais como italianos, espanhóis, polacas, italianas, espanholas, e outras que não me recordo;
- E os teus tennis serão sempre brancos amiga, mesmo depois de terem passado 2 semanas dentro de lama, se é o que te faz feliz.

Sei que não voltarei à Grécia para:

- Conhecer o meu padrinho de casamento;
- Roubar espetadas de porco da grelha;
- Fumar cachimbo de água no café do Naifa até ficar sem voz;
- Olhar mar dentro e achar que a vista é linda, até que olho para a esquerda e penso, “mas aquilo é uma central termonuclear, ou apenas uma plataforma de petróleo?”;
- Ouvir o Gonçalo perguntar “está aí alguém?” e tentar explicar à Ulla como se faz uma pega de caras “Oh vaca linda!”
- Festas de grandes excessos todas as noites, toda a noite;
- Ouvir o Pedro dizer que foi considerado o homem mais bêbado do acampamento;
- Ser arrastada em braços 2 horas pelo acampamento porque estou bêbeda, e quero que me levem ao Posto Médico, mas que não me dêem uma injecção;
- Grandes paixões por diversas nacionalidades tais como chilenas, polacas, servias, búlgaras, gregos, e outras que se me varreram;
- As festas de pasta italiana e sangria portuguesa;
- Cantar o “Canoa” em palco.

Sei que não voltarei à Roménia para:

- Conhecer em Bucareste um americano que acha que a democracia é o espaço que fica entre a palma da mão dele e o gatilho da sua arma;
- Saber que é possível, depois de umas 10 caipirinhas uma mulher ter orgasmos “mulstisplos”;
- O David me segredar ao ouvido “si a ti te gusta a mi me encanta”, enquanto dançamos;
- Acordar com um gafanhoto na almofada;
- Ouvir o Pedro dizer que foi considerado o homem mais bêbado do acampamento;
- Festas de grandes excessos todas as noites, toda a noite;
- As festas de pasta italiana e sangria portuguesa;
- Saber que o Zé depois de apanhar a sua primeira bebedeira da vida continua a ter 3 prioridades;
- Grandes paixões por diversas nacionalidades tais como belgas, polacas, búlgaras, e outras que se me varreram;
- Ter cigarras a cair do céu e já não me incomodarem, ainda que me caiam na cabeça.

Sei que não voltarei a Alicante para:

- Ouvir o Pedro dizer que foi considerado o homem mais bêbado do acampamento;
- Festas de grandes excessos todas as noites, toda a noite;
- As festas de pasta italiana e sangria portuguesa;
- Grandes paixões por diversas nacionalidades;
- Não acampar porque estou grávida;
- Passar o dia inteiro na praia, dentro de água quente, e ver a minha barriga mexer-se, porque o Alexandre quer continuar na água quentinha.

Há aventuras que não voltam a acontecer, mas as lembranças são nossas e teremos sempre o “Bella Ciao”, para manter viva a saudade.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

My first award!



Este foi o prémio que a Blue tão caridosamente me deu, perdão, carinhosamente!
E é agora que eu vou sacar do meu discurso de agradecimentos e glamourosamente sacudir com a mão os meus longos cabelos castanhos, que tão bem me caem neste vestidinho comprado para a ocasião numa lojeca da D&G, em saldo. Lágrima no canto do olho e, no entanto, uma certeza e clareza estonteantes para quem está tão genuinamente emocionada.

Gostaria de agradecer à minha mãe por me ter dado à luz, e ao meu pai por não ter utilizado contraceptivos nessa noite abençoada; gostaria também de agradecer à Minhana, a directora do colégio onde aprendi a ler e a escrever, sem ela nunca teria recebido este prémio.
Ao meu Gato2001 por me dar tantas razões para dizer mal dele, e ao meu pirralho lindo por estar na creche durante o dia, permitindo-me assim ter um trabalhinho de merda, mas que felizmente me dá grande espaço de tempo para divagar, pensar, e escrever, além de visitar blogs escritos por pessoas de bom gosto como é este.
Por fim, gostaria também de agradecer ao meu dealer o Vitor, porque sem ele este blog não teria sido possível uma vez que foi ele que me viciou.
Have a nice life you all!

Life is a bitch and then you die


A rotina é como uma erva daninha, entranha-se e torna-se muito difícil de a arrancar.

De segunda a sexta, acordo, trato de mim, trato do Alexandre, vou deixá-lo na creche, vou para o trabalho. Saio às 6, vou buscar o Alexandre, faço o jantar, arrumo qualquer coisa em casa, sento-me em frente à televisão, são 11 horas, estou exausta vou deitar-me. Num dia bom, ou seja um daqueles que sai da rotina, às 6 em vez de ir buscar o Alexandre vou para o meu segundo emprego, estranhamente é uma fuga, porque me dá tempo para mim.

Não ter dinheiro é cansativo, é um facto que não traz felicidade ser rico, longe disso, mas facilita a vida

A creche do Alexandre termina este ano, vou ter de lhe arranjar um novo poiso, mas o sítio que gostamos custa 550€ por mês, ora se a isso juntarmos a “renda” da casa, um ordenado dos nossos não dá para pagar, tendo em conta que ainda temos água, luz, gás, seguros, blá, blá, blá. No fim do mês estamos a tentar esticar a corda para não entrar em colapso, o que nem sempre é possível.

O trabalho é apenas uma forma de nos lembrar que os sonhos não são para ser vividos, estão lá para nos massacrar.

As pessoas que passaram pela minha vida e que gostavam do trabalho que tinham foram poucas, as que tiveram o trabalho com que sempre sonharam…não conheço nenhuma. Levamos uma existência medíocre em frente a um computador a fazer contas que não gostamos, ou ainda atrás de um balcão tentando esboçar um sorriso que não temos. E confrontados com os sonhos que tivemos acabamos por ficar amargos e frustados.

O casamento ainda que seja com a pessoa que realmente amamos nunca é a vida que idealizámos.

Viver todos os dias com a mesma pessoa cansa.
Porque ninguém é perfeito acabamos por lhe encontrar aquele pormenor de que não gostamos, se juntarmos o stress de termos de uma vida rotineira e falta de dinheiro, a mistura poderá ser explosiva. Discussões, culpas, e em pouco tempo uma das poucas coisas boas que tínhamos na nossa mísera existência deixa de fazer sentido, porque acabou por ser corroída pelo mundo lá fora.

Um filho é um estranho que se apodera do nosso tempo, da nossa vida.

O Alexandre é o melhor filho que alguém pode ter, meigo, doce, sossegado, embora traquina e teimoso, como qualquer criança de 2 anos. Sinto desde o dia em que soube que estava grávida que ele era o “meu milagre”.
Nada que eu possa um dia vir a fazer vai superar a sensação de gerar vida e a responsabilidade que é moldar-lhe a personalidade para o tornar num homem bom e honesto, não peço mais.
Mas desde o dia que ele nasceu que a minha vida nunca mais foi a mesma. Tudo é feito em função dele, as despesas são feitas a pensar nele, todo o mundo gira em torno dele, não por imposição da criança ou porque nós assim o quisemos, mas porque simplesmente assim acontece. Temos os nossos momentos, é claro, mas ainda assim ele está sempre presente.
A mudança é tal que eu não estava preparada para ela.

A responsabilidade é um fardo.

Tenho saudades do tempo em que trabalhava para ganhar dinheiro e o gastava em roupa e viagens. Em que chegava a casa e com uns telefonemas tinha jantar e noitada.
Sinto falta de dançar e beber até á exaustão e pensar que no dia seguinte vou poder resolver a minha ressaca de estore fechado e telefones desligados.

A vida tal como a conheço, dizem, é apenas uma passagem. Uns apelam ao bom comportamento e prometem vida eterna, outros ainda prometem que vamos voltar até atingirmos a perfeição.
Não me parece que isto seja uma boa notícia, porque isso quer dizer que vou ter de passar por todos os bocados maus de novo.

Espero que no fim, e ao pesar na balança as vidas que vivi os momentos bons (que os há) sejam compensatórios.