terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Monólogo de uma mulher moderna


Eu recebi isto por email, e garanto que estou quase, quase de acordo com a ilustre desconhecida que escreveu o texto, não fosse eu ter o marido a pedir tudo e mais um para de botas a toda a hora. Adoro-o, mas acho que gostaria muito mais dele se estivesse o dia todo a tratar da casa, do ginásio, das minhas coisinhas sem ter de trabalhar para ganhar a vida, porra!! Mas quando é que ganhas o euromilhões amor??

"São 5.30H da manhã, o despertador não pára de tocar e não tenho forças nem
para atirá-lo contra a parede. Estou acabada. Não quero ir trabalhar hoje.
Quero ficar em casa, a cozinhar, a ouvir música, a cantar, etc. Se tivesse
um cão levava-o a passear nos arredores. Tudo menos sair da cama, meter a
primeira e ter de por o cérebro a funcionar.

Gostava de saber quem foi a bruxa imbecil, a matriz das feministas que teve
a ideia de reivindicar os direitos da mulher e porque o fez connosco que
nascemos depois dela?

Estava tudo tão bem no tempo das nossas avós, elas passavam o dia todo a
bordar, a trocar receitas com as suas amigas, ensinando-se mutuamente
segredos de condimentos, truques, remédios caseiros, lendo bons livros das
bibliotecas dos seus maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando
flores, recolhendo legumes das hortas e educando os filhos. A vida era um
grande curso de artesãos, medicinas alternativas e de cozinha.

Depois ainda ficou melhor, tivemos os serviços, chegou o telefone, as
telenovelas, a pílula, o centro comercial, o cartão de credito, a Internet!

Quantas horas de paz a sós e de realização pessoal nos trouxe a tecnologia!

Até que veio uma tipa, que pelos vistos não gostava do corpinho que tinha,
para contaminar as outras rebeldes inconsequentes com ideias raras sobre
'vamos conquistar o nosso espaço' Que espaço?! Que caraças!

Se já tínhamos a casa inteira, o bairro era nosso, o mundo a nossos pés!!!
Tínhamos o domínio completo dos nossos homens, eles dependiam de nós, para
comer, vestirem-se e para parecerem bem à frente dos amigos e agora? Onde é
que eles estão???

Nosso espaço???!!! Agora eles estão confundidos, não sabem que papel
desempenham na sociedade, fogem de nós como o diabo da cruz.
Essa piada..., acabou por encher-nos de deveres.
E o pior de tudo acabou lançando-nos no calabouço da solteirice crónica
aguda!!!!

Antigamente os casamentos eram para sempre. Porquê? Digam me porquê, um
sexo que tinha tudo do melhor que só necessitava de ser frágil e deixar-se
guiar pela vida começou a competir com os machos?
A quem ocorreu tal ideia?
Vejam o tamanhão dos bíceps deles e vejam o tamanho dos nossos! Estava
muito claro que isso não ia terminar bem.

Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de ser magra como uma
escova, mas com as mamas e o rabo rijos, para o qual tenho que me matar no
ginásio, ou de juntar dinheiro para fazer uma mamoplastia, uma lipo, ou
implantes nas nádegas... Alem de morrer de fome, pôr hidratantes,
anti-rugas, padecer do complexo do radiador velho a beber água a toda a
hora e acima de tudo ter armas para não cair vencida pela velhice,
maquilhar-me impecavelmente cada manha desde a cara ao decote, ter o cabelo
impecável e não me atrasar com as madeixas, que os cabelos brancos são pior
que a lepra, escolher bem a roupa, os sapatos e os acessórios, não vá não
estar apresentável para a reunião do trabalho.

E não só, mas também ter que decidir que perfume combina com o meu humor,
ter de sair a correr para ficar engarrafada no transito e ter que resolver
metade das coisas pelo telemóvel, correr o risco de ser assaltada ou de
morrer numa investida de um autocarro ou de uma mota, instalar-me todo o
dia em frente ao PC, trabalhar como uma escrava, moderna claro está, com um
telefone ao ouvido a resolver problemas uns atrás dos outros, que ainda por
cima não são os meus problemas!!! tudo para sair com os olhos vermelhos -
pelo monitor, porque para chorar de amor não há tempo!

E olhem que tínhamos tudo resolvido, estamos a pagar o preço por estar
sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, perfumadas, unhas
perfeitas, operadas, sem falar do currículo impecável, cheio de diplomas,
de doutoramentos e especialidades, tornámo-nos super-mulheres mas
continuamos a ganhar menos que eles e de todos os modos são eles que nos
dão ordens!!!!

Que desastre!
Não seria muito melhor continuar a coser numa cadeira?? Basta!!!


Quero alguém que me abra a porta para que possa passar, que me puxe a
cadeira quando me vou sentar, que mande flores, cartinhas com poesias, que
me faça serenatas à janela!
Se nós já sabíamos que tínhamos um cérebro e que o podíamos utilizar para
quê ter que demonstra-lo a eles??

Ai meu Deus, são 6.10H, e tenho que levantar-me da cama...

Que fria está esta solitária e enorme cama! Ahhhh... Quero um maridinho que
chegue do trabalho, que se sente ao sofá e me diga: Meu amor não me trazes
um whisky por favor? ou: O que há para jantar?
Porque descobri que é muito melhor servir-lhe um jantar caseiro do que
atragantar-me com uma sanduíche e uma Coca-Cola light enquanto termino o
trabalho que trouxe para casa.

Pensam que estou a ironizar ou a exagerar?
Não minhas queridas amigas, colegas inteligentes, realizadas liberais....e
idiotas!
Estou a falar muito seriamente: 'Abdico do meu posto de mulher moderna.'

E digo mais:
A maior prova da superioridade feminina era o facto de os homens
esfalfarem-se a trabalhar para sustentar a nossa vida boa!
Agora somos iguais a eles!"

2 comentários:

Me disse...

Tb recebi. E desde que recebi que eu e uma amiga minha andamos com o "Eu nasci para Servir" para trás e para a frente para justificar não termos que trabalhar... Ahh pois é bebé... :)

(cruzes credo valha-me qualquer coisinha... estamos igual a eles mas... bolas. vantagens são boas, apesar de tudo...)

Gata2000 disse...

Vantagens? Encontraste algumas? Eu entrei no Banco Santander em 2001, nessa altura fui "apresentada" ao senhor director que coordenava os comerciais, e ele dizia que as mulheres no Banco dele eram melhores em tudo, mais bonitas, mais eficientes, mais trabalhadoras, mais despachadas, enfim...mais, e sabes porquê a justificação, porque tinham de mostrar ao mundo que eram sempre melhores que os homens. E ainda assim, ganhamos menos. Saí de lá passados 3 anos, mas há coisas que não se esquecem! Agora essa do "nasci para servir", será que pega lá em casa?? Vou utilizar com sapiência e ar subserviente, assim ele pode ser que passe a tratar da roupa, da louça, do puto, da cadela, das casas de banho, do pó, do chão. You get the point!