sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Teste (Medo)



In Hollywood of the 50's, the obscure screenplay writer Joe Gillis is not able to sell his work to the studios, is full of debts and is thinking in returning to his hometown to work in an office. While trying to escape from his creditors, he has a flat tire and parks his car in a decadent mansion in Sunset Boulevard. He meets the owner and former silent-movie star Norma Desmond, who lives alone wit her butler and driver Max von Mayerling. Norma is demented and believes she will return to the cinema industry, and is protected and isolated from the world by Max, who was his director and husband in the past and still loves her. Norma proposes Joe to move to the mansion and help her in writing a screenplay for her comeback to the cinema, and the small-time writer becomes her lover and gigolo. When Joe falls in love for the young aspirant writer Betty Schaefer, Norma becomes jealous and completely insane and her madness leads to a tragic end.

Ora então isto quer dizer que eu me identifico com uma estrela decrépita de Hollywood?? Nah, estes teste não são fiáveis!!

E É Mau, Queres Ver?!

Dudaninha, esta é para ti



Deus Existe e é Grego

Este senhor de 36 anos foi eleito o homem mais bonito do mundo, é grego, modelo, desportista e cantor, tendo já representado a Grécia no festival da Eurovisão, que eu confesso, neste momento estou muito triste por não acompanhar!
Tem muito bom aspecto, deve ser gay, porque quando a fruta é muita o pobre desconfia, mas o que importa!

Bom fim de semana








quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Crónica de um dia igual aos outros


Nos últimos dias, e à falta de melhor para fazer tenho andado a ler jornais na net.

Há algum tempo que tinha decidido deixar-me disso, ler jornais, ver notícias, cansei de saber que os políticos são maus, que os bancos são tão susceptíveis de ir à falência como outra qualquer empresa, que contínua a haver guerra, que até agora ainda ninguém teve a coragem de tentar erradicar a fome, que o narcotráfico gera riqueza suficiente para dominar países, que os piratas do mar são heróis, que há crianças maltratadas, que há mulheres a morrerem às mãos os companheiros, que o mundo em que vivemos é tudo menos perfeito.

Hoje fiquei a saber que nada mudou.

O BPN é um escândalo que envolve financiamento de partidos, influências e má gestão; a Dra Ferreira Leite à sua maneira tão particular diz que baixar impostos é imperativo, mas que eles vão subir; o terrorismo continua a fazer vitimas, em nome de uma guerra santa que não existe; do outro lado do mundo luta-se para destituir um primeiro ministro; os professores afinal querem avaliar-se a si próprios; que o caso Casa Pia continua em Tribunal; a Grey continua a estudar anatomia; que o Sporting perdeu e o porto ganhou; que a saúde está pela rua da amargura; os portugueses não estão propriamente felizes com a vida que têm, nem com o governo que têm; o Vítor Baia continua a ser provavelmente um dos homens mais interessantes de Portugal e o Jude Law continua a encantar-me com a sua beleza tranquila.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O desespero da solidão




No fim de semana discutia com um grupo de amigas o que pode levar uma mulher, ou um homem, ao "engate", sendo que engate é entendido no seu pior sentido, e não como o jogo de sedução.

Dizia uma que lhe fazia confusão ver mulheres/homens com "olhos de cama", que bastava olhar para elas/eles para sabermos ao que vinham, procuravam um homem/mulher e não o escondiam, estavam ali para isso, não para se divertirem, mas para arranjar um "engate".

Dizia outra que roçava o ridiculo as figuras que hoje se vêemde mulheres e homens que passam as suas noites a lançar sinais para onde quer que sejam, apenas com o intuito da "caça".

Para mim, qualquer forma de "engate" não é mais do que a expressão suprema do desespero da solidão, às pessoas tem-lhes sido incutido o sucesso como modo de vida: temos de ser os melhores, os mais bonitos, ter os carros topo de gama, os companheiros ideais e de preferência os casamentos perfeitos.
Ora no dia em que alguma destas coisas não se enquadra, falhámos. Por outro lado, homens e mulheres, por muito bem que alguns consigam viver sozinhos, sem uma companhia com quem partilhar a vida, sentem-se invariávelmente sozinhos, desamparados, e no desespero, compreendo que por vezes se perca a noção de que "engatar" está muito longe das suas reais necessidades.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Prendas de Natal

Decidi pedir ajuda a uma amiga minha que trabalha numa agência de viagens, para me ajudar a escolher a prenda de Natal a dar aos meus estimados chefes.

Amiga:
Se o teu patrão quiser sei de uns destinos porreiros... com actividades radicais desenvolvidas pelas farc's...
Contacto com natureza assegurado....
E emoção a tomar conta do dia.. ah e tem spa... vocacionado pro excesso de peso.. com um programa inovador, mas fantástico... designado passar muita fominha!

Eu:
Esta decidido, vou enviá-los para a Colômbia. Estou uma mãos largas!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pensamento do Dia

Há uns anos, esteve em Portugal um guru da economia, não me lembro qual, que dizia que o problema do país eram os gestores, que os havia a mais e que eram...fraquinhos, vá. Para ser simpática.

Posto isto, e se em Portugal os bancos não fossem geridos por putos saídos da Universidade sem experiência de vida, ou pior, por políticos desocupados com necessidade de manter o nível de vida (vulgo tacho), será que não teríamos de ir esmifrar mais uns milhõezinhos ao erário publico, é que sinceramente já me custa o tanto que me vêem ao bolso?

E no resto do mundo, o problema qual é?
Ségolène ou Martine, eis a questão. Á cada vez mais mulheres a tentar agarrar e impôr o seu lugar na política. Muito do meu agrado!
Sou inconstante.
Desconfio que a minha vida se regula em ciclos de 3 anos, ao fim dos quais me cansei do que tenho e preciso mudar.

Sou insatisfeita.
Quando tenho qualquer coisa de meu, começo a pensar o que fazer para ter mais.
Acho sempre que cuido pouco de mim, que dou pouca atenção aos que mais a merecem, que tenho pouco dinheiro, que tenho pouco trabalho.

Talvez por tudo isto tento mudar de emprego há cerca de um ano.
Quero um emprego onde possa trabalhar mais, ganhar em conformidade, explorar o meu potencial, aplicar os meus conhecimentos, aprofundar as minhas competências.
Mas não está nada fácil, por vezes penso que a altura é má e que tenho de ter paciência porque a área financeira é remetida para segundo plano em recessões ou períodos económicos menos favoráveis. Outras penso que o problema sou eu, que talvez não seja suficientemente competente, que talvez tenha graves lacunas do ponto de vista profissional, que devia ter gerido a minha carreira de uma forma mais racional, enfim...

De forma a evitar ser consumida pelos meus pensamentos tenho de me forçar a pensar positivo, sei que sou competente, sei que sou capaz e sei que mereço muito mais do que o que tenho actualmente, e é por isso que preciso pensar todos os dia ao acordar: "God will provide"

Mesmo que me custe por vezes acreditar que Deus existe.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Chamem-me distraída, mas eu pensava que a Txeroki era uma marca de automóveis, quando dei por mim, era um chefe etarra e estava preso. Tenho mesmo de voltar a ler jornais. Valha-me a Santa do Ó.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dia Mundial do Não Fumador

Por ser dia de comemorações, aqui me confesso, não fumo há 4 meses e 25 dias!! A Amy devia pôr os olhos em mim!

Crónica de uma morte anunciada

Há pessoas que por mais que se queira, não nos saiem da pele.
Houve uma festa em minha casa no fim de semana passado, onde estiveram presentes alguns dos meus melhores amigos, daqueles a quem dizemos a verdade mesmo que ela doa, daquelas a quem perdoamos tudo, ainda que nos magoe.

Amiga - Tás mais gordinha....
Eu - Achas?
Amiga - Até estás com barriguinha, não me digas que estás grávida outra vez, vem aí um irmão para o Alexandre?!
Eu - Credo!!

Eu perdoo-te! E sim estou mais gorda, depois da nossa conversa pesei-me e tenho + 7 kilos do que gostaria.

A mesma amiga, passados uns dias, via messenger:

Amiga - Posso dar-te um conselho?
Eu - Acho que sim.
Amiga - Não podes usar cores escuras, porque te ficam mal.
Eu - As cores escuras ficam-me mal, como é possível se todoa a gente sabe que as cores escuras fazem as pessoas mais magras e tu dizes que eu pareço mais gorda?
Amiga - Mas tu ficas mal magra!

Ó mulher mas tu orientas-te? Mas eu fico bem magra ou gorda? É que depois da nossa primeira conversa já comprei os cremes para emagrecer, as máquinas para exercitar em casa, inscrevi-me no ginásio, nas massagens, na mesoterapia sem agulhas, e agora tu dizes que eu não fico bem magra.

Se não fosses minha amiga eu mandava-te para um sítio que eu cá sei, ou pior, morria a amizade, mas que raio porque gosto eu tanto de ti, quando estamos juntas acabamos sempre a discutir....

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Dueto de Natal 2008





Por favor, alguém é capaz de salvar a Popota? A pobre não só tem de se vestir de lantejoulas e plumas, coisa que qualquer mulher atenta sabe já passou de moda nos anos 40 do século passado, agora a pobre ainda tem de levar com o Tony Carreira.
Como sou 100% a favor dos animais vou lançar um alerta ao mundo, este fim-de-semana, se não tiver mais nada para fazer, ainda saio para a rua de placard na mão a gritar palavras de ordem do género: “Salvem a Popota”, ou “Devolvam o Tony à mulher, a Popota é uma hipopótama séria”

Not in the mood to write

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Como vai a saúde em Portugal

"Portugal tem dos piores sistemas de cuidados de saúde europeus.

Portugal surge em 26º lugar numa classificação dos sistemas de cuidados de saúde em 31 países europeus, divulgada em Bruxelas pela organização "Health Consumer Powerhouse", que sublinha o deficiente acesso aos tratamentos e tempo de espera.

Com um total de 507 pontos em 1000 possíveis no conjunto de 34 indicadores de desempenho divididos em seis categorias, Portugal é o quarto país da União Europeia com pior resultado, surgindo na lista apenas à frente de Roménia e Bulgária, da Croácia e Macedónia (dois países candidatos à adesão à UE) e da Letónia, última classificada numa lista liderada pela Holanda."
(Notícia publicada hoje no JN)

Quando li a notícia mal pude acreditar, então não é que estes senhores de Bruxelas perceberam aquilo que nós portugueses já perecebemos há tanto tempo que tivemos de iniciar o processo de "comprar" saúde.

Eu - Tive de acabar com o seguro de saúde porque o dinheiro começou a ser escasso.
Amigo norueguês, a viver a Noruega - Mas porquê ter seguro de saúde, o vosso sistema de saúde público é mau?
Eu - Tão bom como o do seguro de saúde, os médicos são os mesmos, por isso não me custou nada acabar com ele, custou mais mandar a mulher a dias embora.

Ou seja, em vez de recorrer ao sistema de saúde nacional, para o qual pagamos os nossos impostos, começámos a ter em paralelo seguros de saúde, que nos garantem um melhor e mais rápido atendimento, mas não são os médicos dos seguros privados, os mesmos que nos atendem no público?

E ainda assim:

Amigo-Sr. Dr. desde que me fez a cirurgia para retirar o sinal que tinha atrás da orelha que tenho tido dores e incomoda-me este alto que aqui ficou.
Médico de uma clinica privada, a quem o meu amigo pagou através do seguro para lhe retirarem um sinal - Se não está contente com o serviço não vale a pena ser consultado. Bom dia.
E saiu da sala.

Começo a perceber porque vão os portugueses da raia aos hospitais em Espanha, a experiência que tive em Sevilha foi das melhores, embora até hoje também não me possa queixar do tratamento que tenho tido nos Hospitais portugueses, mas o meu avô por exemplo, está há 10 anos à espera de ser operado ao joelho, e há mais de 5 à espera de um transplante de córnea.

E assim vai a saúde em Portugal.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Thought of the day

"If the global crisis continues, by the end of the year only two Banks will be operational, the Blood Bank and the Sperm Bank!
Then these 2 banks will merge and it will be called "The Bloody Fucking Bank"

(recebi por e-mail e não resisti)

Sinceridade

Amigo – Sinto-me muito mais tranquilo, estou a portar-me bem nesta minha relação, ando tão sereno, que há dias olhei ao espelho e vi que estava outra pessoa.
Eu – Sim, realmente estás, mas não é porque te andas a portar bem, é porque estás velho.
Amigo - Podias ser mais simpática e dizer que estou a ficar maduro.
Eu - Podia, mas tu estás sempre a dizer que gostas de mim pela minha capacidade de dizer a verdade, sem lhe estar a pôr paninhos quentes.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Carta ao Pai Natal

É por alturas do mês de Novembro, que por esse mundo fora, muitos começam a fazer contas à vida e a perceber que o que ganham nos seus míseros empregos (a menos que sejam gestores públicos ou administradores de bancos à beira da falência) não dá para o brinquedo novo que o puto anda a pedir desde o inicio do ano, nem para aquele fim de ano na Madeira, que anda atravessado desde que a vizinha do lado mostrou as fotografias do fogo de artificio.
É também por alturas do mês de Novembro que disparam as utilizações dos cartões de crédito, na esperança de serem pagos a 30 dias com o subsídio de Natal, mas na realidade as dívidas acabam por parecer ter pilhas Duracell, é que duram, e duram…
Eu decidi ser diferente, e por isso hoje dediquei-me ao pensamento (coisa que normalmente me inibo de fazer pois ganho rugas).
Assim pensei em todas as prendas de Natal que quero para mim, porque o resto da familia já foi informado: “Este ano prendas só as que vierem pela chaminé.”
Como todos os possíveis candidatos vivem em apartamentos e a chaminé é uma coisa em desuso, estou livre de dar presentes.
Mas este ano estou esperançada, não sei se pela vitória do Obama, mas a verdade é que estou esperançada na mudança. Acho que a 24 de Dezembro o mundo vai ser surpreendido, se olharmos com atenção para o céu iremos ver o trenó, as renas e o anafado (roliço vá, não aconteça ele ser sensível com o peso) do Pai Natal.
Por isso vou escrever a minha carta ao Pai Natal hoje, e via email. Cedinho para ele poder procurar com calma e em formato electrónico que eu acredito num Pai Natal modernaço. Aqui vai:

“ Querido Pai Natal, este ano portei-me bem,

- não bati com o rolo da massa no meu marido, nem quando ele me exasperou por não arrumar as coisas que deixa espalhadas casa fora, ou deixar a tampa da sanita para cima, ou … enfim tu percebes …
- não cuspi na cara dos meus chefes sempre que cinicamente me deram os bons dias e perguntaram se estava bem, depois de me terem retirado as funções de financeira e atirado para a recepção;
- sou simpática para todos os clientes que entram porta dentro na empresa onde trabalho e acham que sou criada deles;
- ouço reclamações muito “apuradinhas” de fornecedores que se queixam, com razão de que a empresa onde trabalho lhes deve facturas com mais de 4 anos;
- não pus o meu filho de 2 anos para o castigo quando ele fez cocó no tapete da sala por estar a ver o noddy e se esquecer de pedir para ir à sanita, nem lhe disse que tu não existes;
- gosto das minhas amigas mesmo quando elas cancelam aquele jantar providencial que vai finalmente cortar a minha rotina, porque se zangaram com o marido, ou simplesmente não lhe apetece sair de casa porque está frio.

Fui uma menina linda, e ainda me inscrevi no yoga para aprender a controlar a raiva, ando a fazer meditação para evitar respostas bruscas, ando a tentar melhorar o meu mau feitio, pelo que mereço todas as seguintes prendas:

- Mala castanha pele de crocodilo da Sisley;
- Vestido vermelho da Globe;
- Sapatos pele de leopardo da Lanidor;
- Gabardine bege da Globe;
- Relógio com brilhantes e bracele branca da Guess;
- Casaco comprido castanho da Globe;
- Relógio com brilhantes e bracelete preta da Electa;
- Tennis Guess (vi-os na sapataria do centro comercial da portela, é fácil de encontrar);
- Um emprego melhorzito, já agora na área financeira e perto de casa, que pague bem e onde se possa sair a horas;
- O fim, mas mesmo final, das empresas de herança do meu paizinho que só me têm trazido é dívidas para pagar;

Eu sei que os pedidos que se seguem eu devia fazê-los ao menino Jesus, mas … posso começar por ti, depois mando-lhe outra carta a ele, que isto de pedir muito nunca fez mal a ninguém: saudinha, para mim e para os que me são queridos; que a crise não nos afecte muito; dinheirinho para conseguir pagar a casa, o carro, os móveis, os cartões de crédito e as férias (aqueles que tiverem estes créditos todos vão agradecer-me); trabalho, por muito mau que seja, que chegue o cheque ao fim do mês, já ajuda; paz no mundo, o fim das guerras e do sofrimento que por aí anda.

Não é pedir muito pois não?? Um grande bem haja, meu querido Pai Natal”

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A carta que nunca te escrevi


Soube desde o primeiro dia em que te vi que serias meu! Meu amigo, meu confidente, meu amante, namorado e marido. Escolhi-te para pai do meu filho, aquele que sabia um dia ser nosso.

Os românticos dirão que foi amor à primeira vista, os cínicos refutaram que tal não existe.

Durante um ano vi-te com outra pessoa e tu a mim. Aproximámo-nos da forma mais pura, tornámo-nos amigos.

Durante um ano e sem o saber seduzi-te com palavras e olhares, conversas de mundos distantes onde nunca estive, mas que gostava de conhecer. De outros tantos que aprendi a gostar pelos pormenores: uma ruela escura em Barcelona que escondia um bar recôndito com guitarras flamencas e vozes roucas de cigarros e álcool; os vasos floridos das varandas vienenses; as praias de pedra-pomes e águas tépidas de enfroxe ao sul da Sicília.

Seduzi-te durante um ano sem dar por isso, por entre conversas filosóficas e teorias da conspiração.

Durante um ano entreguei-me a outros braços, a outra boca que me beijava e dizia amar-me, a outro corpo que eu amava sem perceber o engano. E enganei, e trai, trai-me! Trai-me nos valores e nas convicções, sem saber que afinal era a ti que amava e a ti que procurava encontrar nos braços e nos corpos dos outros.

Tudo mudou no dia em que percebi que afinal o amor aparece em qualquer lado, mesmo nos locais em que não o esperamos, mas que lá no fundo do nosso ser sempre o soubemos.

Tentei lembrar-me da primeira vez em que me entreguei a ti de corpo, a alma já a tinhas desde aquela noite na tasca a cheirar a bifanas em que nos conhecemos, sem que eu tivesse dado por isso. Não me lembro do fogo que me queimava a pele de cada vez que me tocavas, nem dos calafrios que me percorriam o corpo ao sussurrares que me amavas. Não me lembro da tua língua a procurar a minha, das nossas roupas no chão.

Não me lembro do êxtase de me vir, nem do desengano a que me deixei submeter nos segundos seguintes. Não me lembro dos nossos corpos suados, unos, fundidos num só, nem de estremecer de prazer enquanto a tua boca me percorria o corpo.


Preocupei-me de ter esquecido, mas depois percebi a razão. A nossa primeira vez é reinventada a cada noite em que fazemos amor, em que o sexo nos leva à loucura de sermos amados de novo em cada entrega.

Soube da primeira vez que te vi que serias meu. Sei agora que o serás para sempre, nas conversas banais, na rotina dos nossos dias, nos olhares que nos tornam cúmplices, nas meias palavras e na vida que construímos juntos.

14 de Fevereiro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Será possivel acreditar na mudança?

Antes:



Depois:



Gosto de acreditar que a mudança é uma coisa boa, que existe para melhorar.
Gostei de ver a vaga de esperança que se criou à volta de Barack Obama, como se o mundo se pudesse tornar um lugar melhor por ter nos Estados Unidos um presidente diferente.
Mas a pergunta que me tem incomodado nos últimos dias é se realmente posso acreditar que uma só pessoa conseguirá congregar em si o segredo para mudar o mundo.
Alguém me dizia no dia das eleições que Obama parecia muita uva, resta saber se não será pouca parra.

Carta feita de nada




















(Henri Cartier Bresson)


Acordei com vontade de ti.
Não sei porquê nem porque não, mas assolou-me uma necessidade enorme de pegar na caneta e escrever. Dizer tudo o que não consigo dizer cara a cara. Sou cobarde eu sei, mas é a minha forma de estar.

Passaram 3 meses desde que nos conhecemos, foi um encontro estranho o nosso, os olhos cruzaram as vontades e nasceu o desejo no canto da boca, na ponta dos dedos, no tremor de dois corpos que se fundiram em suor.

Foi em espiral de ausência de sonhos ou expectativas que crescemos juntos, tu e eu. E foi assim que cheguei perto do precipício, a loucura de te querer sem te ter, num remoinho de emoções confusas, sem nexo.

Nos últimos tempos deixei de ter sede, passei apenas a beber da vida, foi o que me deste de ti, nada mais, um corpo sem alma, desejo sem paixão.

Tenho-te longe, mas basta uma palavra para me acordar do torpor em que me deixas, quando te vejo fugir por entre a noite no meio do fumo de um cigarro, e mais outro. Passa a noite devagar, até ao dia em que voltas ao meu colo, e te embrenhas neste corpo que fizeste teu, sem pedires.

Não te quero mais.
Não sei porquê nem porque não, mas assolou-me uma necessidade enorme de pegar na caneta e escrever-te. Dizer-te tudo o que não tenho conseguido dizer cara a cara. Sou cobarde eu sei, mas é a minha forma de estar.

Não quero continuar a viver ao sabor dos teus caprichos, quero querer mais. Preciso de me consumir em paixão, e não de ser consumida por pensamentos, quero amar e agarrar as asas dos meus sonhos para voar até onde eles me levarem, correntes que me prendam.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Homens

Sei que os homens são muito práticos quando o meu filho de dois anos, depois de lhe ter ralhado -“Então e agora Alexandre?”- por fazer cocó no tapete da sala, enquanto se entretinha a ver os desenhos animados no canal panda, me diz com o ar mais sereno do mundo:
- Agora, vou pegar nos dodots, limpar, pôr na sanita e vou para a sala ver o canal Panda.

Sábio o meu filho, para quê stressar com uma coisa tão simples e de fácil resolução…

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Aniversário



Hoje é para mim um dia grandioso.
Há precisamente dois anos atrás dava à luz o meu milagre chamado Alexandre.
Durante anos, creio que enquanto não dei corda o relógio biológico, pensava que ter um filho era um acto de egoísmo, trazer uma criança a este mundo de hoje - onde impera a violência, a corrupção, em que as pessoas deixaram de acreditar umas nas outras, em que a maldade real consegue superar em larga escala a ficção por muito retorcida que ela seja - era um crime.
Hoje sei que o crime compensa.
O Alexandre trouxe um novo alento à minha vida, ser mãe despertou o melhor que há em mim, e também o pior. Têm sido dois anos de bênção e de sofrimento.
Uma criança altera por completo a nossa vida, a nossa rotina, a nossa intimidade. Deixamos de ser nós e o mundo, passamos antes a ser o intermediário entre o mundo e a criança. É através dos nossos olhos que a criança entende o mundo que a rodeia, e conclui que educar doí.
Não há amor mais incondicional do que aquele que é partilhado por uma mãe/pai e um filho, porque não há qualquer tipo de negócio por trás, damos sem esperar nada em troca.
Não há relação mais sensual do que a de ter nos braços o nosso filho recem nascido, completamente nosso, inocente, vulnerável.
Há dias peguei-lhe ao colo depois de ter acordado de um pesadelo, enrosquei-o em mim e voltei a senti-lo nos braços, abandonado no sono que pegou no meu regaço, e tive tantas saudades de quando ele era um nico de gente, sem vontade própria.
Egoísmo...talvez, mas era tão doce tê-lo em mim sempre que queria, agora colo é uma coisa de bébé e ele já tem 2 anos, e uma personalidade muito forte, sabe sempre o que quer e nem sempre é o mesmo que eu, embora tenha sempre pronto um beijo e um carinho.
Hoje homenageio o meu filho, que fez de mim uma pessoa melhor, uma mulher, uma mãe.

(foto retirada do site anne guedes)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O que levamos da vida


Ontem diziam-me que o que levamos da vida são umas piadas secas aqui, umas bicadas ali, para que a vida nos sorria, enquanto nos lixam. E a mim já me fizeram de tudo para me lixar, e conseguiram.

Agora sei que o quero levar da vida são passeios à beira mar, almoços e jantares com amigos, noites românticas e de loucura, viagens a dois ou em grupo. Quero levar na memória beijos apaixonados, paixões efémeras e amores longos, alguns dolorosos outros saborosos. Saber que sou amada e que amo, sem receios ou entraves. O cheiro da pele do meu filho, o toque do pêlo da minha cadela. A ternura de um toque da minha mãe e o desejo no olhar do meu marido.

Não preciso mais de ser cínica ou amarga, gosto de acreditar que “cá se fazem cá se pagam”, e como diz um sábio amigo: a vida é como uma daquelas rodas da feira popular, por vezes estás em cima, outras estás em baixo os amigos, os verdadeiros, acompanham-te em qualquer um dos sentidos, e é nas alturas de baixa que separas o trigo do joio.

Pode ser que quem um dia me magoou, venha a precisar de mim.
A vingança é como a Vichyssoise.