quarta-feira, 24 de novembro de 2010
A minha caneta
A minha caneta anda triste.
Creio que é da monotonia de não ter mais as ideias a pairar teimosamente, sem descanso até passarem para a ponta dos dedos e daí para a caneta, acalmando assim a ansiedade.
Não que as ideias não me fervilhem na mesma, mas se é verdade o que dizem da escrita então foi na minha caneta que fiz todas as catarses que necessitava, porque agora as minhas ideias aparecem serenamente, para tranquilamente se dissiparem, sem a necessidade premente de serem transcritas.
Acho que li algures, um jornalista que dizia que a escrita era uma forma de demência, a minha caneta acha-me actualmente aborrecidamente sã.
Estou assustadoramente apaziguada, mas é na hipótese desta situação se alterar que de vez em quando deixo que a minha caneta se distraia passeando alegremente pela excitação de construir palavras, frases, parágrafos na pureza de uma folha branca, é assim que sei agradecer-lhe por todos os lamentos que me ouviu e sorrisos que arrancou.
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6 comentários:
Que inveja do teu apaziguamento. Eu ando numa fúria tal que tenho de me abster de escrever, pois certamente iria sair asneira.
Beijocas!
PS: já espreitaste o cotovelo? Às vezes as ideias ficam aí engarrafadas, antes de chegarem às pontas dos dedos.
E qual é o mal de estar sã?
Vá!!! Toca mais é a aproveitar!!! :)
Rafeiro - As ideias não andam escassas, só não têm tido a necessidade de se verem no papel. Boring!!
Mas agora que falas nisso, tenho tido umas dores no cotovelo :)
TM - Para mim não há desvantagens, já a minha caneta não pensa o mesmo! Hehe
Ai como eu te entendo...
Mas, de certa forma, é bom, né? É.
Me - Há quanto tempo não te tinha por cá! É muito bom, de uma certa forma. Por outro lado, o meu lado criativo do cérebro anda ressentido comigo.
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