Soube desde o primeiro dia em que te vi que serias meu! Meu amigo, meu confidente, meu amante, namorado e marido. Escolhi-te para pai do meu filho, aquele que sabia um dia ser nosso.
Os românticos dirão que foi amor à primeira vista, os cínicos refutaram que tal não existe.
Durante um ano vi-te com outra pessoa e tu a mim. Aproximámo-nos da forma mais pura, tornámo-nos amigos.
Durante um ano e sem o saber seduzi-te com palavras e olhares, conversas de mundos distantes onde nunca estive, mas que gostava de conhecer. De outros tantos que aprendi a gostar pelos pormenores: uma ruela escura em Barcelona que escondia um bar recôndito com guitarras flamencas e vozes roucas de cigarros e álcool; os vasos floridos das varandas vienenses; as praias de pedra-pomes e águas tépidas de enfroxe ao sul da Sicília.
Seduzi-te durante um ano sem dar por isso, por entre conversas filosóficas e teorias da conspiração.
Durante um ano entreguei-me a outros braços, a outra boca que me beijava e dizia amar-me, a outro corpo que eu amava sem perceber o engano. E enganei, e trai, trai-me! Trai-me nos valores e nas convicções, sem saber que afinal era a ti que amava e a ti que procurava encontrar nos braços e nos corpos dos outros.
Tudo mudou no dia em que percebi que afinal o amor aparece em qualquer lado, mesmo nos locais em que não o esperamos, mas que lá no fundo do nosso ser sempre o soubemos.
Tentei lembrar-me da primeira vez em que me entreguei a ti de corpo, a alma já a tinhas desde aquela noite na tasca a cheirar a bifanas em que nos conhecemos, sem que eu tivesse dado por isso. Não me lembro do fogo que me queimava a pele de cada vez que me tocavas, nem dos calafrios que me percorriam o corpo ao sussurrares que me amavas. Não me lembro da tua língua a procurar a minha, das nossas roupas no chão.
Não me lembro do êxtase de me vir, nem do desengano a que me deixei submeter nos segundos seguintes. Não me lembro dos nossos corpos suados, unos, fundidos num só, nem de estremecer de prazer enquanto a tua boca me percorria o corpo.
Os românticos dirão que foi amor à primeira vista, os cínicos refutaram que tal não existe.
Durante um ano vi-te com outra pessoa e tu a mim. Aproximámo-nos da forma mais pura, tornámo-nos amigos.
Durante um ano e sem o saber seduzi-te com palavras e olhares, conversas de mundos distantes onde nunca estive, mas que gostava de conhecer. De outros tantos que aprendi a gostar pelos pormenores: uma ruela escura em Barcelona que escondia um bar recôndito com guitarras flamencas e vozes roucas de cigarros e álcool; os vasos floridos das varandas vienenses; as praias de pedra-pomes e águas tépidas de enfroxe ao sul da Sicília.
Seduzi-te durante um ano sem dar por isso, por entre conversas filosóficas e teorias da conspiração.
Durante um ano entreguei-me a outros braços, a outra boca que me beijava e dizia amar-me, a outro corpo que eu amava sem perceber o engano. E enganei, e trai, trai-me! Trai-me nos valores e nas convicções, sem saber que afinal era a ti que amava e a ti que procurava encontrar nos braços e nos corpos dos outros.
Tudo mudou no dia em que percebi que afinal o amor aparece em qualquer lado, mesmo nos locais em que não o esperamos, mas que lá no fundo do nosso ser sempre o soubemos.
Tentei lembrar-me da primeira vez em que me entreguei a ti de corpo, a alma já a tinhas desde aquela noite na tasca a cheirar a bifanas em que nos conhecemos, sem que eu tivesse dado por isso. Não me lembro do fogo que me queimava a pele de cada vez que me tocavas, nem dos calafrios que me percorriam o corpo ao sussurrares que me amavas. Não me lembro da tua língua a procurar a minha, das nossas roupas no chão.
Não me lembro do êxtase de me vir, nem do desengano a que me deixei submeter nos segundos seguintes. Não me lembro dos nossos corpos suados, unos, fundidos num só, nem de estremecer de prazer enquanto a tua boca me percorria o corpo.
Preocupei-me de ter esquecido, mas depois percebi a razão. A nossa primeira vez é reinventada a cada noite em que fazemos amor, em que o sexo nos leva à loucura de sermos amados de novo em cada entrega.
Soube da primeira vez que te vi que serias meu. Sei agora que o serás para sempre, nas conversas banais, na rotina dos nossos dias, nos olhares que nos tornam cúmplices, nas meias palavras e na vida que construímos juntos.
14 de Fevereiro de 2008
2 comentários:
Não há amor mais forte do que aquele que nasce duma amizade sólida, pois os amantes têm de ser, antes do mais, amigos. Beijo!
Ah pois é, e mesmo assim...se é difícil mantê-lo!
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