terça-feira, 21 de setembro de 2010

Discurso na primeira pessoa

Chamo-me Gata2000, sou licenciada em Economia, trabalho como financeira numa multi nacional americana, sou mãe e mulher.

Durante muitos anos acreditei que os departamentos de mulheres não serviam para nada mais do que um delegado extra aos congressos, porque sempre fui contra as quotas e o segregacionismo.

Para mim, homens e mulheres deviam chegar aos lugares por mérito, não por género, quando uma mulher é competente deve ocupar o seu lugar, da mesma forma que um homem, obviamente, e há tanta mulher capaz.

Aceitei fazer parte desta equipa, não por conhecer a líder, mas porque fui desafiada a fazê-lo pela ATM, uma mulher que aprendi a admirar,pela capacidade que tem de neste mundo de homens que é a politica, ser capaz de fazer valer as suas ideias, e de quando é preciso dar um murro na mesa para se fazer ouvir.

Estive sempre consciente que a discriminação sexual existia, mas nunca a tinha conhecido de perto, até ter sido mãe. Nessa altura, depois de ter voltado da licença de maternindade deparei-me com o facto de não ter lugar na empresa onde trabalhava, curiosamente uma empresa onde o concelho de administração se outorga solidário, entre outras coisas.

Assim, e porque faço também eu parte desta equipa, gostava de ver o departamento a descentralizar e a apostar tanto nas concelhias da área metropolitana, como em Lisboa, a levar as discussões e as ideias a todas e todos os militantes da federação, porque me parece bem que este seja um departamento inclusivo, não exclusivo das mulheres.

Até porque sei bem que as mulheres têm ideias e opiniões sobre tudo, gostaria de ver criados foruns e debates sobre todos os temas que nos preocupam, não apenas como mulheres, mas como cidadãs: educação, igualdade, economia, paridade, transportes, discriminação, habitação, todas as preocupações que são nossas por direito.

4 comentários:

Maria disse...

E depois ainda tentam tapar o sol com a peneira e acusam-nos de feministas e bláblá quando metemos os pés à parede e abrimos a boca a contestar. Grunf.

TM disse...

Ser-se pessoa deveria ser o suficiente para se poder fazer ouvir... tudo o resto é acessório...

Gata2000 disse...

Maria - Isso ouvimos da boca daqueles a quem as mães ensinaram mal.
Sabes que cada vez mais me convenço que muita culpa no cartório temos nós mulheres da existência da discriminação baseada no sexo, porque no fim quem dá educação aos nossos filhos também somos nós.

Gata2000 disse...

TM - Mas infelizmente estamos longe do tempo em que ser-se pessoa é suficiente para se fazer ouvido.