Stress

Vou de viagem Segunda Feira, para um destino que requer passaporte, quando obtive aprovação para viajar apercebi-me que o meu passaporte não estava válido, assim tive de ir até Lisboa para no Governo Civil poder solicitar um passaporte expresso - já agora um óptimo serviço para quem precisa de rapidez.

As minhas viagens de carro são habitualmente curtas e monótonas, porque se restringem ao percurso que vai de casa para o trabalho (5 minutos) e de casa para a escola do miúdo (20 minutos) o que significa que na realidade não tenho muitas oportunidades de analisar o trânsito, e as acções/reacções que as pessoas têm nomeadamente a agressividade latente em cada um de nós quando descobrimos o poder de conduzir um automóvel, ou a impaciência de estar no trânsito ou atrás de um tipo que achamos estar a conduzir a uma velocidade imprópria, não por outra razão além de não estar na velocidade que nós achávamos ele devia andar.

Como demorei uma hora e meia a chegar de casa ao Governo Civil tive oportunidade de observar muitas das pessoas que comigo se cruzaram, em particular as que conduziam no veiculo atrás de mim, e houve uma que realmente me levou ao susto.

Numa carrinha Kangoo azul forte uma senhora mascava pastilha como se o mundo fosse acabar, numa velocidade estonteante que me fazia questionar o que lhe aconteceria se errasse o alvo e mordesse a língua, e não contente com essa expressão sublime do stress que a consumia, pegava em pequenas madeixas do seu longo cabelo castanho e puxava e enrolava, mas com tal velocidade e fúria que me parecia à distância de um carro que a senhora podia arrancar os cabelos a qualquer altura.

Sinto-me muito feliz por ter apenas de conduzir uns minutos por dia, que na realidade não me stressam, apenas me relaxam e me deixam dar asas à veia de cantora, porque vou cantarolando tudo o que vai aparecendo na rádio.