Felicidade

Sempre que ouço o anúncio do Jumbo a perguntar se 100 mil me faziam feliz, penso nas tantas e tantas coisas que me fazem feliz, para quê 100mil se tudo o que me faz feliz vem por muito menos.
Água, a água faz-me feliz, seja pelo som das ondas ou pelo cheiro da maresia numa qualquer praia, ou a calmia de um passeio pela beira rio, a água dá-me uma maravilhosa sensação de paz que eu aprecio.
Cantar e ouvir música deixam-me sempre de sorriso nos lábios, e qualquer tipo de música serve, da ópera ao jazz, do rock ao pop, gosto de música e desafinar faz parte do meu dia a dia, sem medos!
Dançar liberta-me o stress, adoro dançar e uma das poucas coisas de que sinto falta depois de ter sido mãe e as responsabilidades me prenderem em casa mais do que anteriormente é de poder sair para dançar todas as semanas, por isso as vezes que o faço são cada vez mais apreciadas e gozadas até ao limite.
Roupa gira que me faça parecer linda, sapatos e malas, coisas muito futeis, batons e sombras para os olhos, coisas fashion que me ajudem a aumentar a auto estima que tem dias que teima em ficar escondia.
Escrever é um dos meus maiores prazeres, desde cedo que o faço, antes andava sempre de caderno na mala, escrevinhava nos transportes públicos e onde calhava, para que as ideias não se perdessem, hoje também tenho o caderno na mala, e as ideias ainda não se esgotaram, mas as oportunidades para as passar a papel é que não vão sendo muitas, confio na memória, que felizmente ainda não me trai.
Bezerrar em frente à televisão num fim de semana chuvoso, como aquele que se avizinha é-me bastante aconchegante, adoro poder não fazer nada, o que normalmente acontece depois de “despachar” o míudo para um das avós e de ter passado a noite a dançar, há lá coisa melhor que os fins de semana 2 em 1?!
Ler sobre pessoas que mudaram o mundo, ou até apenas sobre personagens fictícias mas que me levam a outras paragens, outras culturas e que me dão a conhecer um mundo que de outra forma não me seria permitido.
Cozinhar sem pressas nem pressões e de preferência para uma audiência que me reconhece o talento, experimentar e brincar com os alimentos tornando as refeições apetitosas e diversificadas, infelizmente não é o que acontece a maioria das vezes uma vez que o tempo é curto e a imaginação precisa de ser alimentada.
O cinema sempre foi uma paixão, embora com o tempo essa paixão tenha esfriado, não sei se porque a qualidade do cinema que se vem fazendo foi piorando se porque a disponibilidade é cada vez menos, mas sempre que posso ainda lá vou espreitar, às vezes apenas só para me lembrar do cheiro de uma sala e do som que vem das paredes, tão diferente do ambiente da minha sala de estar onde passo os filmes que gosto.
A participação política, li a semana passada torna as pessoas mais felizes, quanto aos outros não sei, a mim torna-me mais feliz por saber que estou a contribuir com o meu trabalho e as minhas ideias para a construção de um mundo melhor, sem “tachos” nem pretensões sequer de passar da liga dos últimos a que pertenço, apenas mesmo pelo sentido de dever cívico cumprido que tanto orgulho me dá.
Imaginar histórias mirabolantes para as pessoas que se cruzam comigo, quer seja na rua enquanto estou sentada no café, quer seja aquelas que conheço mas de quem nada sei, lá está se o caderno ainda andasse comigo e eu ainda me deslocasse de transportes públicos as minhas historias davam para escrever um livro sobre vidas cruzadas sem nunca se tocarem.
Os meus amigos e a minha familia, apenas por existirem já me fazem feliz.
Nada me faz mais feliz que o sorriso do meu filho os braços dele à roda do meu pescoço, os seus beijos as festinhas que me faz quando me quer engraxar, o amor incondicional com que ele me diz que sou a mamã mais linda do mundo e a sua mamã preferida ou até quando me confessa que ninguém no mundo cozinha tão bem quanto eu. Fazê-lo uma criança feliz é o meu objectivo de vida e nada me pode fazer mais feliz que concretizá-lo.