Os seus olhares cruzaram-se num desejo contido, ele abraçou-lhe a cintura e chegou-lhe ao ouvido os lábios húmidos, dizendo:
- Não percebo como ainda não te abandonaste em mim. Sabes que me deixas em fogo, o meu corpo pede-te, e bem vejo que o teu me pede, a forma como o teu rosto ruboriza e as tuas mãos se embaraçam. Sabemos que somos o pecado prestes a explodir. Só por hoje, não me resistas.
Ela corou, afagou-lhe o cabelo negro e crespo e murmurou:
- Considera-nos antes o prelúdio de um êxtase, ou a beleza de um sonho impossível.
Tentou afastá-lo suavemente, mas ele abraçou-a com mais vigor. Voltaram a olhar-se fundo, perscrutando as almas, sentido crescer entre eles a química que os impedia de se afastar.
Ela cerrou os olhos e ele entendeu o gesto como um convite ao beijo. Beijaram-se longamente, primeiro suavemente, depois com mais sofreguidão, as línguas em turbilhão, as dentadas seguindo-se aos beijos.
Ele empurrou-a para o lance de escadas à sua frente, deu-lhe meia volta e voltou a agarra-la por trás, deixando que as suas mãos lhe percorressem o corpo. Ela hesitante deixou-lhe o pescoço à mercê dos chupões que ele lhe oferecia, ao mesmo tempo que lhe tocava o ventre. Mais despudorada pegou-lhe nas mãos e levou-as onde queria, obrigou-o a tocar-lhe as mamas, virou-se e ordenou-lhe:
- Fode-me.
Ele deitou-a nas escadas, subiu-lhe o vestido esvoaçante e rasgando-lhe as cuecas sentiu o seu sabor, deixou-se ficar até a ouvir gemer e estremecer, depois mandou-a por-se de quatro e pediu-lhe para não se conter, que gritasse, que fizesse todos quantos estivesse no prédio sair as portas e vê-los animais, entregando-se a um desejo que controlaram por tempo demais.
Agarrou-lhe os quadris e penetrou-a sem meiguice, ela gritou. Entrelaçou os seus dedos nos cabelos dela e puxou ao mesmo ritmo que entrava nela e a sentia pulsar.
O ritmo tornou-se frenético e ela deixou de sufocar os gemidos que se tornavam mais audíveis, ele continuava a puxar-lhe os cabelos e a penetrá-la.
Ele terminou, ela não. Puxou-o a si e disse-lhe que a lambesse, o que ele fez de joelhos no lance de escadas onde se tinham cruzado tantas vezes, e tantas vezes se tinham tentado, e fê-lo até que ela gritou de prazer e o empurrou com tanta violência que se estatelou no chão.
Sorriram. Ela compôs o vestido, escondeu as cuecas rasgadas no bolso direito, enquanto ele abotoava as calças.
Ela subiu o lance de escadas até ao seu apartamento vazio, ele abriu a porta do dele.
Tomaram banho em conjunto, embora cada um em sua casa, tentando afastar o cheiro do sexo, do pecado, do prazer.
8 comentários:
Adoro estes momentos de intimidade arrebatadora!
Credo mulher! Estas coisas não se fazem a uma mulher forçosamente celibatária como eu! Porra! Protesto! A partir daquele "vê-los animais" deixei de conseguir raciocinar convenientemente e como que uma névoa me toldou a visão! Chiça!
Contudo, acho que há ainda aí umas arestas a limar na escrita. Isto obviamente na opinião de quem não tem jeitinho nenhum para isto (escrever, entenda-se! ahahahah).
Bernardo - Fazem bem ao corpo e ao espirito!
K - Se não tivesse arestas para limar na escrita, acredita que fazia disto o meu ganha pão.
Mas o importante é que gostaste, e te envolveu tanto que te toldou a visão. É isso que procuro quando escrevo, conseguir "transpirar" para quem me lê.
Independentemente de teres ou não arestas a limar neste género de escrita, a verdade é que tens "imagens" muito, mas mesmo muito boas. E eu sou visualmente e verbalmente excitável, além de muito gráfica. Como te disse, após aquele "vê-los animais" fiquei fora de mim. Aliás, só de pensar nisto já estou com calores!
K - E alguém por perto para te tratar de dar uma banhoca de água morna, com umas velinhas de cheiro, e depois umas massagens pelo corpinho, e já agora porque não fazer o resto do servicinho que a malta não gosta nada de ficar com as coisas pelo meio e "pôr-te animal"...não? ninguém por perto?
:)
Nope. Tendo em conta a minha tendência para os sacanas, actualmente prefiro estar quietinha no meu canto. Já são demasiadas quedas na minha vida. Ademais, apesar de adorar sexo, mas mesmo adorar, mas mesmo gostar muito, sou uma sentimentalóide de primeira. E quanto mais sentimento houver, e tudo que isso implica, mais animal fico. Percebes a minha questão?
K - got the point
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