Lembro-me de como foram importantes os meus 18 anos. Tive direito à chave de casa, uma caderneta de cheques só para mim, enfim, senti-me crescida!!
A vontade que temos nessa idade de sermos “crescidos” é enorme. Tantos sonhos, tantos voos, a vida parecia ser como uma montanha enorme com neve no cume, pronta a ser explorada. Nessa altura não me apercebia de como iria ser difícil a escalada tantas seriam as escarpas.
Tudo era fácil, os amigos, as relações, sempre tudo suficientemente superficial para não deixar cicatriz.
Á medida que o tempo passa, os nossos olhos mudam e os obstáculos passam a ter mais visibilidade do que o recomendável e recomeçar torna-se cada vez mais premente.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
O mito do homem italiano
É preciso desmistificar a ideia pré-concebida que a maioria das mulheres tem: o homem italiano é por definição bonito, charmoso, elegante.
Ora eu viajei por Milão, Roma, Florença, Veneza, Nápoles e Sicília e posso afirmar que me deparei com uma maioria masculina tosca, baixa e atarracada.
O “italian style” não é mais do que pura publicidade enganosa!
O homem italiano seduz a mulher italiana por falta de opção de escolha por parte desta, acontecendo seduzir uma mulher de outra qualquer nacionalidade, a única razão que me ocorre é a língua. Entenda-se língua por linguagem e não o órgão, que não restem dúvidas.
Ou seja, o desgraçado, tosco, baixo e atarracado, porque uma desgraça nunca vem só, poderá eventualmente seduzir uma mulher, não italiana, simplesmente porque fala italiano. A sonoridade cantada, a meiguice do som poderão insinuar-se, mas no momento em que ele se calar ela irá vê-lo como ele é na realidade.
O homem italiano sedutor não é mais do que um mito.
Ora eu viajei por Milão, Roma, Florença, Veneza, Nápoles e Sicília e posso afirmar que me deparei com uma maioria masculina tosca, baixa e atarracada.
O “italian style” não é mais do que pura publicidade enganosa!
O homem italiano seduz a mulher italiana por falta de opção de escolha por parte desta, acontecendo seduzir uma mulher de outra qualquer nacionalidade, a única razão que me ocorre é a língua. Entenda-se língua por linguagem e não o órgão, que não restem dúvidas.
Ou seja, o desgraçado, tosco, baixo e atarracado, porque uma desgraça nunca vem só, poderá eventualmente seduzir uma mulher, não italiana, simplesmente porque fala italiano. A sonoridade cantada, a meiguice do som poderão insinuar-se, mas no momento em que ele se calar ela irá vê-lo como ele é na realidade.
O homem italiano sedutor não é mais do que um mito.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Conversas de Circunstância
Quando dois conhecidos se cruzam por acaso na rua, a conversa costuma ser, invariavelmente a mesma:
Conhecido 1: - “Olá, então como estás?”
Conhecido 2: - “ Olá, tudo bem?”
Conhecido 1: “ Tudo bem, e tu?” (embora na realidade pense, “tudo bem uma porra, que a gaja com quem vivi durante 5 anos acabou de fugir com o meu melhor amigo e deixou-me com três putos ranhosos para cuidar)
Conhecido 2: “ Tudo bem também.” (enquanto pensa, “fui despedido, o banco ficou-me com a casa por falta de pagamento, estou a viver em casa dos sacanas dos velhos que pensam, só porque estou na merda que podem mandar em mim e não param de me chatear os cornos.)
Conhecido 1: “Já não te via há anos, estás na mesma pá!” (“estás gordo que nem um texugo e careca, é bem feito porque sempre tiveste uma sorte dos diabos com as gajas, papavas tudo o que te aparecia pela frente”)
Conhecido 2: “É verdade, tu também.” (tas com ar de quem envelheceu 40 anos, cheio de cabelos brancos, pele e osso e pela tua cor deves estar com cirrose, é bem feito andavas sempre de copo na mão, as noites eram todas tuas e vivias à grande.”
Depois desta conversa de circunstância, ambos se despedem cheios de pressa, como se a vida fosse acabar no segundo seguinte e afastam-se sem olhar para trás.
Não há nada mais agradável ao ego do que pensar que os outros estão piores que nós.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
O meu mundo perfeito (Ao Alexandre)
Senti-te crescer dentro de mim, como um fogo que alastrava e me consumia a vida até à exaustão, à paixão louca de uma nova vida que se desenvolvia.
Amava-te já mesmo antes de te conhecer e nesse dia vi-te como eras, como todos nós fomos um dia, vulnerável, dependente, completamente despojado de preconceitos, despido de erros e pecados e amei-te ainda mais. Um amor incondicional, verdadeiramente puro, sem expectativas de dar ou receber, sem cobrar.
Foi no dia em que pela primeira vez te vi que soube o que significava ser mulher, dar sem olhar a meios, sem medir consequências, entregando a alma.
Acarinhei-te o mais que sabia e assustei-me por sabê-lo tão pouco, por te ter só para mim e por veres o mundo pelos olhos que eu te dava.
E se eu não te fosse suficiente? O que fazer então?
E se o meu grande amor por ti, não fosse assim tão grande quanto eu o imaginava e afinal te tornasse por via dele pequeno, mesquinho…
Queria poder dar-te asas, mas ao mesmo tempo proteger-te do mundo; abrir-te horizontes sem que tropeçasses no fracasso; ensinar-te a capacidade de sonhar e abrir o coração ao universo, sem que te magoasses; oferecer-te a lua, o sol, as nuvens, mantendo-te os pés no chão.
Mas o medo crescia em mim, se ao tentar dar-te tudo isso te reduzisse à minha imagem sem te permitir seres tu próprio.
No meu mundo perfeito sei quem tu és, mas estou consciente de que por muito que tente este nosso mundo nunca será perfeito.
As asas serão as que te dou, mas o uso que lhes deres será o caminho por ti traçado e que terás de percorrer.
Espero que no mundo que para ti construíres exista espaço para as nossas vidas se voltarem a cruzar no limite de um amor sem fronteiras.
Amava-te já mesmo antes de te conhecer e nesse dia vi-te como eras, como todos nós fomos um dia, vulnerável, dependente, completamente despojado de preconceitos, despido de erros e pecados e amei-te ainda mais. Um amor incondicional, verdadeiramente puro, sem expectativas de dar ou receber, sem cobrar.
Foi no dia em que pela primeira vez te vi que soube o que significava ser mulher, dar sem olhar a meios, sem medir consequências, entregando a alma.
Acarinhei-te o mais que sabia e assustei-me por sabê-lo tão pouco, por te ter só para mim e por veres o mundo pelos olhos que eu te dava.
E se eu não te fosse suficiente? O que fazer então?
E se o meu grande amor por ti, não fosse assim tão grande quanto eu o imaginava e afinal te tornasse por via dele pequeno, mesquinho…
Queria poder dar-te asas, mas ao mesmo tempo proteger-te do mundo; abrir-te horizontes sem que tropeçasses no fracasso; ensinar-te a capacidade de sonhar e abrir o coração ao universo, sem que te magoasses; oferecer-te a lua, o sol, as nuvens, mantendo-te os pés no chão.
Mas o medo crescia em mim, se ao tentar dar-te tudo isso te reduzisse à minha imagem sem te permitir seres tu próprio.
No meu mundo perfeito sei quem tu és, mas estou consciente de que por muito que tente este nosso mundo nunca será perfeito.
As asas serão as que te dou, mas o uso que lhes deres será o caminho por ti traçado e que terás de percorrer.
Espero que no mundo que para ti construíres exista espaço para as nossas vidas se voltarem a cruzar no limite de um amor sem fronteiras.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Acontece na marginal
Este poderia ser um texto altamente intelectual, sobre as inúmeras actividades culturais que certamente acontecem pela marginal de Cascais, mas não é.
Com este título poderia até enganar os mais descuidados e levá-los a pensar que se trata de um texto sobre as delícias do sol pelas praias de Oeiras, mas não, o que me acontece com frequência na marginal nas minhas diárias idas para casa depois de um dia extenuante que por vezes termina às 00.00 horas é encontrar o verdadeiro “macho da estrada”.
Nada custa mais a este espécime, infelizmente não raro e lamentavelmente ainda não em vias de extinção, do que ser ultrapassado por uma mulher a conduzir uma carripana velha.
Ora ele é aquele que tem sempre o carrinho brilhante, com um som descomunalmente alto para os tímpanos, mesmo de um mouco, e que gasta o orçamento familiar no “tunning” rasca.
Para ele o semáforo é para passar a vermelho quando ele passa para que todos possam ver de perto as transformações que ele produziu na viatura, e claro para poder dar uma aceleração audível e de preferência com estardalhaço para não passar despercebido.
Eu tenho um mau hábito, gosto de andar na faixa da direita, dentro dos limites de velocidade com o meu velhinho Rover 411, o que significa que quando o “macho da estrada” passa por mim a rasgar e fecha o semáforo, eu consigo ultrapassá-lo calmamente porque antes de ele acelerar eu já tenho o sinal verde e não perdi embalagem.
Ontem o pobre do Golf GTI foi ultrapassado por mim 3 vezes, o homem ficou tão danado que no ultimo sinal luminoso acelerou de tal forma que não me queria deixar ultrapassá-lo, e assim ficámos, ele a olhar para mim a roer-se por uma “gaja” o ter feito passar por palhaço 2 vezes, e eu a tentar perceber o que fazer…acelero ou deixo-o ganhar?
Como não tinha ninguém na minha traseira e a minha saída estava a aproximar-se, travei e deixei que ele me ganhasse a corrida.
Senti-me feliz e contente, porque afinal quem ganhou fui eu, ele deixou de me ver….
Com este título poderia até enganar os mais descuidados e levá-los a pensar que se trata de um texto sobre as delícias do sol pelas praias de Oeiras, mas não, o que me acontece com frequência na marginal nas minhas diárias idas para casa depois de um dia extenuante que por vezes termina às 00.00 horas é encontrar o verdadeiro “macho da estrada”.
Nada custa mais a este espécime, infelizmente não raro e lamentavelmente ainda não em vias de extinção, do que ser ultrapassado por uma mulher a conduzir uma carripana velha.
Ora ele é aquele que tem sempre o carrinho brilhante, com um som descomunalmente alto para os tímpanos, mesmo de um mouco, e que gasta o orçamento familiar no “tunning” rasca.
Para ele o semáforo é para passar a vermelho quando ele passa para que todos possam ver de perto as transformações que ele produziu na viatura, e claro para poder dar uma aceleração audível e de preferência com estardalhaço para não passar despercebido.
Eu tenho um mau hábito, gosto de andar na faixa da direita, dentro dos limites de velocidade com o meu velhinho Rover 411, o que significa que quando o “macho da estrada” passa por mim a rasgar e fecha o semáforo, eu consigo ultrapassá-lo calmamente porque antes de ele acelerar eu já tenho o sinal verde e não perdi embalagem.
Ontem o pobre do Golf GTI foi ultrapassado por mim 3 vezes, o homem ficou tão danado que no ultimo sinal luminoso acelerou de tal forma que não me queria deixar ultrapassá-lo, e assim ficámos, ele a olhar para mim a roer-se por uma “gaja” o ter feito passar por palhaço 2 vezes, e eu a tentar perceber o que fazer…acelero ou deixo-o ganhar?
Como não tinha ninguém na minha traseira e a minha saída estava a aproximar-se, travei e deixei que ele me ganhasse a corrida.
Senti-me feliz e contente, porque afinal quem ganhou fui eu, ele deixou de me ver….
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Esqueci o nome das coisas
"Esqueci o nome das coisas
E abri todas as janelas
Perdi-me no fundo da noite
Por entre a dança das estrelas
Chamei a mim as lembranças
Dancei com elas
Na roda das minhas esperanças perdidas
Solto os meus cabelos ao vento
Que me traz o cheiro doce
Do mar ao fundo na praia
Cantando como se fosse
O meu amante perdido
Que agora regressasse
E que cantando nas ondas
Em segredo me chamasse
Sozinha aqui no meu quarto
Neste meu porto de abrigo
Bebo o vinho do silêncio
Que sinto em mim crescer
Fecho os olhos e estremeço
Num arrepio de prazer
Bebo a luz que me percorre
O corpo numa carícia
Fecho os olhos e adormeço
Inebriada em delícia
Sozinha aqui no meu quarto
Neste meu porto de abrigo"
(Pedro Malaquias)
E abri todas as janelas
Perdi-me no fundo da noite
Por entre a dança das estrelas
Chamei a mim as lembranças
Dancei com elas
Na roda das minhas esperanças perdidas
Solto os meus cabelos ao vento
Que me traz o cheiro doce
Do mar ao fundo na praia
Cantando como se fosse
O meu amante perdido
Que agora regressasse
E que cantando nas ondas
Em segredo me chamasse
Sozinha aqui no meu quarto
Neste meu porto de abrigo
Bebo o vinho do silêncio
Que sinto em mim crescer
Fecho os olhos e estremeço
Num arrepio de prazer
Bebo a luz que me percorre
O corpo numa carícia
Fecho os olhos e adormeço
Inebriada em delícia
Sozinha aqui no meu quarto
Neste meu porto de abrigo"
(Pedro Malaquias)
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Crónicas dos Mal Amados - Junho 1999
Há pessoas que pela sua paixão ou desapego nos rasgam a alma e despedaçam o coração, que nos roubam a capacidade de sonhar e nos despojam do nosso amor-próprio, manipulando-nos a seu belo prazer, transformando-se numa relação perigosa.
Outras há que nos tranquilizam e nos ajudam a encontrar o caminho para a paz interior conseguindo assim através do seu amor e carinho sarar as feridas e levantar do chão os cacos.
Inicío hoje uma série de crónicas que tendem a explorar as relações humanas em todas as suas vertentes, de vez em quando será publicada uma crónica, umas em tom de provocação, outras exorcizando velhos medos e outras até agradecendo aos que pela minha vida passaram deixando marca.
"- Sempre foste o meu herói, o meu cavaleiro andante, o meu príncipe num cavalo branco, e tu sabe-lo pois não poucas vezes to disse.
Talvez porque me pareceu que te regias por ideais que te davam um carácter excepcional, como a integridade, a honestidade e a confiança, valores pouco em voga nos dias que correm. Mas também pela paixão que punhas em tudo o que fazias por gosto e pela enorme capacidade que tinhas de dar asas aos sonhos, de tal forma que todos os abraçavam como sendo seus.
Agora parece-me que os teus valores estão invertidos, mas acredito que quando te olhas no espelho não gostas do que vês.
A conversa de 3ª feira abalou-me. Desde essa altura tenho tido dificuldade em dormir e tem sido impossível concentrar-me, o que significa que tenho tido imenso tempo para pensar e tirar conclusões.
A minha vida apenas fez sentido na altura em que estivemos juntos. Era feliz nesse momento porque tudo era partilhado, porque fazia parte de um empreendimento que era a construção do nosso futuro. Senti-me finalmente importante porque precisava de alguém na mesma proporção em que era necessária.
Mas tudo mudou, os meus sonhos, os nossos sonhos, caíram por terra no dia em que a nossa relação terminou. No entanto, sinto que ainda gostas de mim, pela minha parte ainda te amo e sonho ainda com o dia em que possamos recuperar o que perdemos.
Eu estou disposta a fazer o que for preciso para te ter de volta , mas para te ter de volta tem de ser por inteiro, disposto a construir um projecto de vida a dois, sem limitações, sem barreiras, de corpo e alma.
Dizias que estavas com imenso trabalho, isso não me incomoda, acho óptimo que produzas um bom trabalho, que este te seja reconhecido e que estejas por isso feliz. Apenas preciso do teu tempo livre, por pouco que seja, qualquer momento é precioso.
Já o facto de andares a ter relacionamentos esporádicos com mulheres de ocasião, não me parece que faça parte do trabalho, e para criarmos uma união quero-te mas só para mim, que eu não lido bem com a partilha.
O mais estranho é que por saber o quanto és especial sei que esta é a tua forma de pedires atenção, de procurares afecto, embora não acredite que alguém encontre afecto, atenção e amor a pular de cama em cama."
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Mundo Cão
Dizem que vivemos num mundo solitário, de individualismo, que se perderam os valores da solidariedade, do viver em sociedade como um grupo que se entreajuda. Nos dias que correm o que interessa é nada mais, nada menos do que o “meu umbigo”.
Tenho concordado com esta teoria por diversas vezes, em particular no que diz respeito às relações inter-pessoais.
Se estivermos com atenção ouvimos homens e mulheres gabarem-se das suas mais mirabolantes histórias sexuais, mas se os conhecermos, nunca os vimos com um parceiro/a ao lado, o que significa que a serem verdade as historias (o que muito desconfio), não são mais do que umas noites de loucura com alguém que se cruzou no olhar.
A outros sabemos de fonte seguríssima – eles claro – que passam as noites em tertúlias com amigos, que passam férias em casa dos amigos, que os amigos juntam-se com enorme facilidade em casa deste ou daquela para porem a conversa em dia, mas curiosamente nunca os vimos acompanhados.
Os pais gostam de ensinar os filhos a ser independentes, auto - suficientes, desde cedo lhes dão a comida para a mão, o comando da televisão, de preferência no quarto para não terem de ser incomodados com o Panda ou o Dragon Ball. A escola é que ensina e educa os pais estão lá para lhe fornecerem o que as crianças pedem, os triciclos assim que começam a andar, as bicicletas na adolescência e se aos 18 anos precisam de um BMW haja dinheiro. Já para não falar as playstation e das consolas, os pais fazem de tudo para não educar, para não terem de dizer não ou contrariarem, é tão mais fácil culpar o insucesso escolar dos filhos porque as escolas são más, ou a depressão porque não foram capazes de competir com os outros e de serem os melhores.
Os velhos são despejados em lares, mas de luxo, porque se dedicaram a tornar os filhos em homens e mulheres de sucesso, a quem o tempo não rende mas o dinheiro abunda, e de qualquer forma, não foram eles que os ensinaram a não depender de ninguém? Deve ser essa então a sua vontade.
Antes faziam-se as refeições em família, hoje fazem-se em pé nos Mac Donald’s do mundo, antes conversava-se sobre o que se tinha feito no decorrer do dia, hoje vê-se televisão. Antes davam-se passeios em conjunto, hoje vai-se para o ginásio. Antes a palavra família fazia sentido, hoje é um parente pobre.
Os colegas de trabalho não fazem amigos, porque pode ser preciso um dia achincalhar aquele que se senta ao lado para impedir que nos fique com o lugar, numa sociedade que fomenta e apela ao sucesso vejo cada vez mais mediocridade, o colega do lado é competente, logo é perigoso, mas se for um totó melhor, escuso de me esforçar.
Num mundo tão despido de ideais, onde o dinheiro é o que fala mais alto, onde fica o espaço para sermos seres humanos e não apenas mais uma peça na engrenagem.
Recuso-me a ser igual aos outros, a seguir o rebanho, por isso gosto de ser uma Gata num mundo cão, contra quase tudo e quase todos!
Tenho concordado com esta teoria por diversas vezes, em particular no que diz respeito às relações inter-pessoais.
Se estivermos com atenção ouvimos homens e mulheres gabarem-se das suas mais mirabolantes histórias sexuais, mas se os conhecermos, nunca os vimos com um parceiro/a ao lado, o que significa que a serem verdade as historias (o que muito desconfio), não são mais do que umas noites de loucura com alguém que se cruzou no olhar.
A outros sabemos de fonte seguríssima – eles claro – que passam as noites em tertúlias com amigos, que passam férias em casa dos amigos, que os amigos juntam-se com enorme facilidade em casa deste ou daquela para porem a conversa em dia, mas curiosamente nunca os vimos acompanhados.
Os pais gostam de ensinar os filhos a ser independentes, auto - suficientes, desde cedo lhes dão a comida para a mão, o comando da televisão, de preferência no quarto para não terem de ser incomodados com o Panda ou o Dragon Ball. A escola é que ensina e educa os pais estão lá para lhe fornecerem o que as crianças pedem, os triciclos assim que começam a andar, as bicicletas na adolescência e se aos 18 anos precisam de um BMW haja dinheiro. Já para não falar as playstation e das consolas, os pais fazem de tudo para não educar, para não terem de dizer não ou contrariarem, é tão mais fácil culpar o insucesso escolar dos filhos porque as escolas são más, ou a depressão porque não foram capazes de competir com os outros e de serem os melhores.
Os velhos são despejados em lares, mas de luxo, porque se dedicaram a tornar os filhos em homens e mulheres de sucesso, a quem o tempo não rende mas o dinheiro abunda, e de qualquer forma, não foram eles que os ensinaram a não depender de ninguém? Deve ser essa então a sua vontade.
Antes faziam-se as refeições em família, hoje fazem-se em pé nos Mac Donald’s do mundo, antes conversava-se sobre o que se tinha feito no decorrer do dia, hoje vê-se televisão. Antes davam-se passeios em conjunto, hoje vai-se para o ginásio. Antes a palavra família fazia sentido, hoje é um parente pobre.
Os colegas de trabalho não fazem amigos, porque pode ser preciso um dia achincalhar aquele que se senta ao lado para impedir que nos fique com o lugar, numa sociedade que fomenta e apela ao sucesso vejo cada vez mais mediocridade, o colega do lado é competente, logo é perigoso, mas se for um totó melhor, escuso de me esforçar.
Num mundo tão despido de ideais, onde o dinheiro é o que fala mais alto, onde fica o espaço para sermos seres humanos e não apenas mais uma peça na engrenagem.
Recuso-me a ser igual aos outros, a seguir o rebanho, por isso gosto de ser uma Gata num mundo cão, contra quase tudo e quase todos!
Porca vida de casada
Hoje acordei meia estremunhada, abri o estore para que a luz entrasse pelo quarto dentro e me desse os bons dias, contornei a cama e encontrei no chão umas cuecas sujas, pensei, voltou a esquecer-se de pôr a roupa suja no cesto, fiz um ar de enfado e lá atirei as ditas para o poiso natural, de onde as tirarei mais logo para pôr na máquina.
Olhei à roda na casa de banho e lá estava a porra da tampa da sanita levantada, o dia estava a começar bem....
Depois de tentar relaxar no banho, tomado claro está a correr, porque não há maneira de conseguir acordar a horas de fazer as coisas com tempo, e de me arranjar o melhor que foi possível, dirigi-me à cozinha.
Estava com fome e o pequeno almoço é a melhor maneira de começar o dia, dei por mim a pensar porque estavam 3 sacos de lixo de 30 lts cada ao lado do meu lugar na mesa. Lembrei-me, ele tinha ficado de os levar para baixo ontem à noite, porque "de manhã antes de ir para o trabalho não dá jeito, fico a cheirar a lixo". As calças de ganga rotas que mais parecem vindas de um contentor nada ecologico não lhe fazem comichão!
Comi os cereais a correr e ao meter a louça no lavatorio para lavar vi a cinza no cinzeiro, só há 1 pessoa a fumar lá em casa e não sou eu!
Tinha roupa para estender e fui à lavandaria, a garrafa de coca-cola que ele tinha emborcado na noite anterior estava de plantão à espera que eu a deitásse no lixo, ele gosta de pensar em mim, só pode!
Estendi a roupa, tratei da "casa de banho" da cadela e fui buscar uma caneta ao escritório. Além de ter montada uma sapataria debaixo da secretária, e um estaleiro de computadores no meio da divisão, que confesso já e fizeram cocegas, mas que deixaram de me preocupar, no entanto, a camisa esparramada na cadeira e as calças no sofá, esses já me complicam cá com o sistema nervoso.
Tenho dias, como o de hoje, em que me pergunto porque caí no erro de me apaixonar e casar. Sim eu sei que não sou a única, embora haja alturas, em conversa com outras mulheres que têm os ditos casamentos perfeitos que penso, ou eu sou estranha, ou elas vivem num grande faz de conta.
Há dias perguntei a uma amiga, a quem já vi no olhar um vislumbre do mesmo misto de sentimentos que me assolam:
EU- Olha lá, por vezes apetece-te espancar o teu marido?
ELA - Claro que sim, mas desde que continues a ter presente as razões que te levam a amá-lo e estar com ele, não há problema.
Fiquei mais descansada depois de meditar sobre o assunto e pensar nas coisas que nos aproximam!
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
A simplicidade da mente feminina
Não compreendo porque têm os homens tantos problemas em compreender a mente feminina, eu acho-a de uma simplicidade atroz.
Por exemplo, eu gosto de coisas bonitas, sejam roupas, sapatos, perfumes, jóias;
Gosto de ser mimada, quem não ficar deliciada com uma caixa de chocolates, umas flores um peluche ou um mero gesto de carinho, que atire a primeira pedra;
Gosto de estar sempre em forma, resplandecente para mim e para os que partilham da minha vida -sim até para a D. Judite que todos os dias me serve o café, ou para o segurança a quem tenho de mostrar o cartão à entrada do edifício onde trabalho;
Irritam-me as pessoas que se acham melhores do que os restantes só porque nasceram em berço de ouro, ou porque a posição profissional que ocupam lhe dão poder, ou porque em qualquer ocasião se sentem superiores;
Detesto pessoas com todo o tipo de preconceito, seja ele relativo a raça, religião, estrato social, educação;Salta-me a tampa à prepotência e aos atropelo, à falta de honestidade, à corrupção activa ou passiva;
A rotina e a monotonia dão-me enfado, preciso de coisas novas constantemente, de desafios intelectuais e até físicos;Gosto de homens que se cuidam, que cheiram bem, que são simpáticos, inteligentes e com sentido de humor;
Gosto de activar o cérebro com actualização de conhecimentos e de aprender com a vida a cada segundo que passa;
Cultivo as amizades porque me fazem falta as brincadeiras, as cumplicidades, as trocas de olhares silênciosas em que uma imagem vale mais de mil palavras;
Gosto de agradar ao sexo oposto, desde que este goste de me agradar a mim, adoro o jogo da sedução e o culminar da recompensa;
Gosto de sexo e não me incomoda em nada o dia seguinte, o que será, será;
Gosto da vida como ela se me apresenta, num banquete, um festim a que me entrego com poucas barreiras, que a vida deve ser vivida sem limitações, desde que a minha liberdade não colida com a do próximo.
Ainda acham que a mente feminina é complexa?
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Causa Maior
Não sou propriamente um ás da escrita, tenho essa consciência, mas gosto de escrever. É quem sabe uma forma de catarse em momentos menos bons, e nas alturas de felicidade uma lembrança para a posteridade.
Para os amigos sou "miau", não sei se porque sempre preservei a minha independência, se porque sou boa ouvinte, talvez até porque não sou de grandes confianças ao início ou porque por pior que seja a queda, tento sempre cair de pé. Não é certamente por ter gatos uma vez que o meu coração foi conquistado por duas cadelas.
Tenho então muitas vidas é um facto, mas não mais do que tantas outras mulheres iguais a mim.
1 - Mãe de um menino lindo que me transformou a vida num verdadeiro milagre;
2 - Filha de uma mulher extraordinária que tantas vezes sem saber me animou a chegar mais longe;
3 - Esposa de um homem maravilhoso que todos os dias me tenta provar que me ama sem condições, amiga de tantos que se cruzaram comigo e de uma forma ou outra conseguiram tocar-me;
4 - Amante das coisa boas da vida, o sol, a praia, as viagens que nunca são suficientes, os momentos que passo em familia, rodeada de amigos ou até aqueles raros em que por momentos fecho os olhos e me encontro comigo própria;
5 - Colega no trabalho onde todos os dias tento superar dificuldades, nos cursos por onde vou tentando actualizar-me como profissional e como pessoa, no teatro onde tenho um "biscate" cultural que me enche de prazer;
6 - Confidente de todos os que em mim sentiram que podia encontrar um ombro, uma palavra ou por vezes um silêncio compreensivo e aconchegante;
7- Dona de um miminho de cadela, a quem outros abandonaram sem piedade aos 2 meses num canil, num inverno rigoroso e que se teria revelado impiedoso para os seus irmãos menos afortunados;
8-Profissional em que tento adaptar-me em cada sitio por que passo a uma nova visão de gestão, a novas pessoas a rotinas distintas e a trabalhos diversificados, por vezes chegando mesmo a lutar contra os meus principios para poder cumprir objectivos traçados, ou a sofrer profissionalmente por decisões pessoais;
9- Mulher, com todas as coisas boas e más que esta condição trás associada!
Assim nasce este blog, como uma causa maior, uma causa de entretenimento, de desabafo, de sorrisos e lágrimas escondidas por detrás de uma personagem, maior porque a personagem será sempre à minha imagem.
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