E abri todas as janelas
Perdi-me no fundo da noite
Por entre a dança das estrelas
Chamei a mim as lembranças
Dancei com elas
Na roda das minhas esperanças perdidas
Solto os meus cabelos ao vento
Que me traz o cheiro doce
Do mar ao fundo na praia
Cantando como se fosse
O meu amante perdido
Que agora regressasse
E que cantando nas ondas
Em segredo me chamasse
Sozinha aqui no meu quarto
Neste meu porto de abrigo
Bebo o vinho do silêncio
Que sinto em mim crescer
Fecho os olhos e estremeço
Num arrepio de prazer
Bebo a luz que me percorre
O corpo numa carícia
Fecho os olhos e adormeço
Inebriada em delícia
Sozinha aqui no meu quarto
Neste meu porto de abrigo"
(Pedro Malaquias)
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