quarta-feira, 20 de maio de 2009

Fado

O fado traz-me à lembrança muitas das viagens que fiz por terras estrangeiras em representação da nação.
Digamos que não foi uma grande representação, embora conseguíssemos ter sempre o gajo mais bêbado do acampamento e muito provavelmente a maior quantidade de quecas garantidas pela maioria masculina da delegação.
Nestas viagens conheci Budapeste, Viena de Áustria, Barcelona, Salzburgo, Atenas, Amesterdão, Bucareste e Alicante, além de outras terrinhas perto do mar em alguns dos países acima indicados mas das quais não me lembro do nome.
Mas recordo cada momento que passei na companhia de pessoas que conheci nessas minhas viagens e com quem estabeleci laços de amizade estreita que nunca serão quebrados, tanta foi a cumplicidade e a intimidade a que nos entregámos.
O lago idílico onde nos banhámos, as floreiras pejadas de coloridas flores nas janelas, as caipirinhas gigantes ao preço da chuva, a música que levávamos atrás para onde quer que assentássemos arraiais, as águas surripiadas porque não se nega a ninguém especialmente se estiverem 40 graus à sombra e o preço for exorbitante, os teatros magnificos, o jantar no Danúbio e a ópera de Mozart em minha honra "Miau, Miau, Miau" num palácio maravilhoso, os jardins refrescantes, a nossa sangria e a pasta italiana.
Era inevitável que a representação portuguesa subisse ao palco na noite internacional, e era sempre com grande afinco que estudávamos nos dias anteriores as letras das músicas com que iamos presentear os restantes convivas, à excepção do "Grandola Vila Morena", todas as outras subidas ao palco foram com um fado na alma e a saudade no coração, ao descermos o que ouviamos era sempre a mesma frase: "como é possível serem tão poucos e fazerem tanto alarido", não que os nossos dotes musicais fossem maus, claro que sim, mas a razão de tal comentário devia-se sempre ao facto de sermos falados pelo acampamento, porque os seguranças procuravam o David para uma miuda lhe tirar uma fotografia, porque o Junior consquistava a pista de dança quando punha a sua música de DJ mundialmente famoso, porque o Pedro estava a dormir em cima da mesa do pequeno almoço, porque eu me batia com os alemães quando estes insinuavam que o nosso país estava ao nível da Itália em corrupção, porque cantávamos à desgarrada com os italianos, os franceses e mais os qe viessem e faziamos sempre mais barulho que eles, embora estivessemos claramente em desvantagem numérica.

14 comentários:

TM disse...

É tão bom ser-se Tuga... :D

Gata2000 disse...

TM - Eu diria que é um orgulho!

TM disse...

Subscrevo!!!

VF disse...

Ora bem antes de mais é preciso dizer que não concordo nada com aquilo que tu disseste, apesar de não me lembrar-
É que se me lembrasse a coisa poderia significar umas quantas trocas de mensagens ecriptadas, o que revelaria uma certa falta de educação com os teus leitores...

Ok... pronto!

O que eu gostei mesmo, foi daquela coisa dos 3 objectivos!

Cristiana disse...

Gata,
É uma verdade incontornável, os Tugas onde quer que vão tem de montar o arraial.
Numa viagem aventureira que fiz, com amigos nos tenros 20 anos, onde metemos os bedelho em todo o lado e palminhamos milhares de km num peugeot 106 lembro-me de ter muitas vezes esse pensamento mas como é possivél, somos 5 gatos pingados e armamos a puta onde quer que vamos!
É um orgulho!

Anónimo disse...

Conquistadores!

Beijo

Gata2000 disse...

Vitor- Como é que eu me fui esquecer dos 3 objectivos..."Maria!!"

VF disse...

Porque se calhar estavas a pensar que a Sérvia, será sempre acolhedora!

Gata2000 disse...

Cristiana - Nós andávamos de transportes públicos, e digamos que o português utilizado nem sempre era o mais dignificante, e acabávamos sempre por nos envergonharmos perante alguém que muito carinhosamente se aprochegava e dizia: "Ai que bom, voçes são portugueses", se por acaso o fim desta frase fosse acompanhada de um "caralho" a coisa ainda se compunha, mas nunca aconteceu...LOL

Gata2000 disse...

alguém -sim,sim, tinhamos um mapa mundo cheinho de bandeiras portuguesas espetadas, de cada vez que havia uma conquista botavamos bandeirinha. eles diziam que gostavam de "elevar" o nome Portugal!

Anónimo disse...

LOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLO

Cristiana disse...

Gata,
Mas o 106 era um transporte publico! A avaliar pelos cuzinhos que lá se sentaram ... era publico e de muito uso!
Era transporte, pensão, enfermaria, cantina ... aquele bicho durante aquele mês foi tudo, tadinho era o nosso Beep Beep!

VF disse...

Amiga, acho injusto aquilo que dizes!

Insinuas que o comportamento masculino nesses tempos era levemente libertino, quando - e tu sábe-lo bem - era apenas vagamente promíscuo!

Gata2000 disse...

Vitor - Amigo a Sérvia será para sempre recordada com grande expectativa por todos os agrupamentos de forcados que se cruzarem connosco pela vida fora.
Já o comportamento masculino, não era nada disso que dizes, era...solto! Sempre a tentar dar a conhecer a grande cultura portuguesa