quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Mundo Cão

Dizem que vivemos num mundo solitário, de individualismo, que se perderam os valores da solidariedade, do viver em sociedade como um grupo que se entreajuda. Nos dias que correm o que interessa é nada mais, nada menos do que o “meu umbigo”.

Tenho concordado com esta teoria por diversas vezes, em particular no que diz respeito às relações inter-pessoais.

Se estivermos com atenção ouvimos homens e mulheres gabarem-se das suas mais mirabolantes histórias sexuais, mas se os conhecermos, nunca os vimos com um parceiro/a ao lado, o que significa que a serem verdade as historias (o que muito desconfio), não são mais do que umas noites de loucura com alguém que se cruzou no olhar.
A outros sabemos de fonte seguríssima – eles claro – que passam as noites em tertúlias com amigos, que passam férias em casa dos amigos, que os amigos juntam-se com enorme facilidade em casa deste ou daquela para porem a conversa em dia, mas curiosamente nunca os vimos acompanhados.
Os pais gostam de ensinar os filhos a ser independentes, auto - suficientes, desde cedo lhes dão a comida para a mão, o comando da televisão, de preferência no quarto para não terem de ser incomodados com o Panda ou o Dragon Ball. A escola é que ensina e educa os pais estão lá para lhe fornecerem o que as crianças pedem, os triciclos assim que começam a andar, as bicicletas na adolescência e se aos 18 anos precisam de um BMW haja dinheiro. Já para não falar as playstation e das consolas, os pais fazem de tudo para não educar, para não terem de dizer não ou contrariarem, é tão mais fácil culpar o insucesso escolar dos filhos porque as escolas são más, ou a depressão porque não foram capazes de competir com os outros e de serem os melhores.
Os velhos são despejados em lares, mas de luxo, porque se dedicaram a tornar os filhos em homens e mulheres de sucesso, a quem o tempo não rende mas o dinheiro abunda, e de qualquer forma, não foram eles que os ensinaram a não depender de ninguém? Deve ser essa então a sua vontade.
Antes faziam-se as refeições em família, hoje fazem-se em pé nos Mac Donald’s do mundo, antes conversava-se sobre o que se tinha feito no decorrer do dia, hoje vê-se televisão. Antes davam-se passeios em conjunto, hoje vai-se para o ginásio. Antes a palavra família fazia sentido, hoje é um parente pobre.
Os colegas de trabalho não fazem amigos, porque pode ser preciso um dia achincalhar aquele que se senta ao lado para impedir que nos fique com o lugar, numa sociedade que fomenta e apela ao sucesso vejo cada vez mais mediocridade, o colega do lado é competente, logo é perigoso, mas se for um totó melhor, escuso de me esforçar.

Num mundo tão despido de ideais, onde o dinheiro é o que fala mais alto, onde fica o espaço para sermos seres humanos e não apenas mais uma peça na engrenagem.

Recuso-me a ser igual aos outros, a seguir o rebanho, por isso gosto de ser uma Gata num mundo cão, contra quase tudo e quase todos!

3 comentários:

Moi disse...

As relações inter-pessoais são hoje, para alguns, meros laços de interesses num determinado momento e ocasião.

Ainda bem que ainda existem pessoas que fomentam as relações de forma saudavel e solidaria.

Obrigado por seres uma dessas pessoas.

Nota: Saravá irmão por não me abandonares na luta anti-carneiros lol

Moi disse...

As relações inter-pessoais são hoje, para alguns, meros laços de interesses num determinado momento e ocasião.

Ainda bem que ainda existem pessoas que fomentam as relações de forma saudavel e solidaria.

Obrigado por seres uma dessas pessoas.

Nota: Saravá irmão por não me abandonares na luta anti-carneiros lol

Gata2000 disse...

béééééé. Abaixo a carneirada!