Comprei o bacalhau, as batatas e o molho branco, para o jantar da consoada. A alface, os tomates, o azeite e os oregãos para o acompanhamento. O champagne, o vinho e os sumos, para que ninguém morresse à sede. Juntei uns queijos, presuntos e salmão para as entradas. Lampreia de ovos, sonhos, rabanadas e bolo rei para que nada falhasse na sobremesa.
Fiz tudo com a antecedência programada de quem não quer que algo corra mal, fiz tudo como manda o figurino para poder fazer uma figuraça coom a mãe, a sogra, os avós de ambos os lados da familia, os cunhados e o filho que embora seja o maior fã que tenho, gosto sempre de continuar a surpreender.
Cheguei a casa depois de almoço, tratei de me arranjar com tempo para depois poder dedicar-me à cozinha. Pus-me de corpo e alma em tudo o que preparei, porque o Natal é o mais importante jantar do ano lá em casa.
Fui buscar o cd de musicas de natal que comprei para a ocasião, pus a mesa a preceito com todos os toques especiais de tanto aprecio.
Às 6 da tarde tinha tudo preparado, apenas esperava para pôr os 2 tabuleiros de bacalhau no forno para lhe dar o toque final para o jantar.
Às 6.30 falhou a luz.
domingo, 27 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Blogger
Não devo ter jeito para isto, percebi isso nas últimas semanas, é que a falta de tempo não devia ser desculpa para não se visitar os amigos, ou dar noticias, porque como dizia o professor de um mail que recebi - que encheu um jarro com bolas de golfe, e outras coisas que tal até chegar aos grão de café - há sempre tempo para beber um café com os amigos.
Vou tentar não me esquecer disso e retomar a minha actividade de blogger (ou lá o que se chama).
Mas posso dizer-vos que continuo super contente e que o trabalho é imensamente interessante - quando começara a trabalhar mesmo vais ser ainda melhor - e que já tenho computador, por isso é agora que vou começar a bombar!
E mais - o Natal está à porta e eu sou uma pessoa do Natal, se há época que eu gosto, é esta. Adoro os fritos, o bacalhau, o perú (tradição que adquiri apenas depois de conhecer o maridão), adoro a mesa cheia, os familiares por perto, a troca de presentes e os sorrisos que lhes associo, a música e os abraços e os beijos e as lágrimas derramadas por aqueles que já não estão no meio de nós, que que estão sempre presentes.
Adoro o pai natal e em particular o menino jesus, a arvore e as brincadeiras e o riso do meu filho - e gosto particularmente do brilho nos olhos dele quando todos os dias me pergunta, desde há 2 semanas, "é hoje que vem o pai natal, hoje já é natal", e não, não lhe vejo nenhuma desilusão a trespassar o olhar quando lhe digo que ainda não, porque a antecipação também pode ser uma coisa boa!
Vou tentar não me esquecer disso e retomar a minha actividade de blogger (ou lá o que se chama).
Mas posso dizer-vos que continuo super contente e que o trabalho é imensamente interessante - quando começara a trabalhar mesmo vais ser ainda melhor - e que já tenho computador, por isso é agora que vou começar a bombar!
E mais - o Natal está à porta e eu sou uma pessoa do Natal, se há época que eu gosto, é esta. Adoro os fritos, o bacalhau, o perú (tradição que adquiri apenas depois de conhecer o maridão), adoro a mesa cheia, os familiares por perto, a troca de presentes e os sorrisos que lhes associo, a música e os abraços e os beijos e as lágrimas derramadas por aqueles que já não estão no meio de nós, que que estão sempre presentes.
Adoro o pai natal e em particular o menino jesus, a arvore e as brincadeiras e o riso do meu filho - e gosto particularmente do brilho nos olhos dele quando todos os dias me pergunta, desde há 2 semanas, "é hoje que vem o pai natal, hoje já é natal", e não, não lhe vejo nenhuma desilusão a trespassar o olhar quando lhe digo que ainda não, porque a antecipação também pode ser uma coisa boa!
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Decisão de Ano Novo
Tendo em conta a enorme afluência aos centros comerciais na quadra natalícia, o aumento dos preços que ocorre por esta altura e a correria que é comprar as prendas de natal, já para não falar do rombo orçamental que produz esta época, está decidido: a partir de Janeiro vou começar a comprar uma prenda por mês, já para não falar dos inúmeros benefícios que advém de se esmifrar ao máximo os saldos.
Esta é a minha primeira grande decisão do novo ano de 2010 que está a chegar. As outras estão em fase de contemplação.
Esta é a minha primeira grande decisão do novo ano de 2010 que está a chegar. As outras estão em fase de contemplação.
sábado, 5 de dezembro de 2009
Tenho esperança!
Nunca recebi aquilo que achava que merecia pelo trabalho realizado nos cerca de 10 anos em que já desempenhei as mais diversas funções.
Bem sei que não há ninguém satisfeito com o seu vencimento e poucos são os que efectivamente fazem o que gostam, juntar ambos é quase como encontrar uma agulha em palheiro.
Eu que estou agora a iniciar uma nova vida com funções que ainda não posso avaliar com sustentabilidade e com um vencimento ainda que bastante melhor que o anterior, mas que naturalmente não sei se está de acordo com o volume de trabalho que vou ter.
No entanto tenho tido a oportunidade de observar os meus novos colegas , nãoi só porque é uma das minhas caracteristicas - gosto de estudar quem me rodeia para poder saber mais ou menos com que posso contar - mas também porque tenho tido tempo para olhar à minha volta.
Então não é que a malta aqui parece viver bem?!
Eles vestem Tommy Hilfiger, Burberry, Carolina Herrera, conduzem BMW, enfim tudo coisinhas que sinceramente por muito que eu goste de as ver e certamente ficaria muito contente por tê-las, nem nos saldos lhes consigo chegar.
Das duas, uma ou a malta aqui abusa de viver das aparências (o que é possível tendo em conta que a maioria são vendedores) ou há esperança de um dia eu também poder aceder às mesmas coisas que eles.
Bem sei que não há ninguém satisfeito com o seu vencimento e poucos são os que efectivamente fazem o que gostam, juntar ambos é quase como encontrar uma agulha em palheiro.
Eu que estou agora a iniciar uma nova vida com funções que ainda não posso avaliar com sustentabilidade e com um vencimento ainda que bastante melhor que o anterior, mas que naturalmente não sei se está de acordo com o volume de trabalho que vou ter.
No entanto tenho tido a oportunidade de observar os meus novos colegas , nãoi só porque é uma das minhas caracteristicas - gosto de estudar quem me rodeia para poder saber mais ou menos com que posso contar - mas também porque tenho tido tempo para olhar à minha volta.
Então não é que a malta aqui parece viver bem?!
Eles vestem Tommy Hilfiger, Burberry, Carolina Herrera, conduzem BMW, enfim tudo coisinhas que sinceramente por muito que eu goste de as ver e certamente ficaria muito contente por tê-las, nem nos saldos lhes consigo chegar.
Das duas, uma ou a malta aqui abusa de viver das aparências (o que é possível tendo em conta que a maioria são vendedores) ou há esperança de um dia eu também poder aceder às mesmas coisas que eles.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Ontem
Foi o meu primeiro dia, estou feliz e contente num escritório que tem bom aspecto, tudo novinho em folha, com muitas janelas e imensa luz natural. As pessoas são jovens e aparentemente simpaticas, sem pretenciosismos de doutores e engenheiros que era uma coisa que já me irritava.
Mas ele há coisas que não mudam para onde quer que se vá: não tenho cartão de empregado (para subir o elevador a segurança tem de ir comigo); não tenho extensão de telefone nem computador e também o meu lugar de garagem ainda está a ser tratado. A minha colega que tão bem me recebeu e que será quem me vai guiar neste fantástico mundo novo que é o meu novo trabalho vai estar ausente até 4ª feira dia 9. A minha chefia está em Espanha, o que significa que não posso entrar em contacto, nem por telefone nem por email - estou portanto entregue à minha sorte até à proxima 4ª feira, sem absolutamente nada para fazer.
Viva o luxo.
Mas ele há coisas que não mudam para onde quer que se vá: não tenho cartão de empregado (para subir o elevador a segurança tem de ir comigo); não tenho extensão de telefone nem computador e também o meu lugar de garagem ainda está a ser tratado. A minha colega que tão bem me recebeu e que será quem me vai guiar neste fantástico mundo novo que é o meu novo trabalho vai estar ausente até 4ª feira dia 9. A minha chefia está em Espanha, o que significa que não posso entrar em contacto, nem por telefone nem por email - estou portanto entregue à minha sorte até à proxima 4ª feira, sem absolutamente nada para fazer.
Viva o luxo.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
This could be ...
Amanhã é o dia! Tudo pode acontecer, e tudo o que me acontecer será certamente bom. Porque tenho tanta certeza?
Porque eu mereço!
Porque eu mereço!
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Desafio
(recebido por e-mail, vindo da senhora dona mãe da Gata)
EU JÁ TIVE… amor, paixão, desilusão, traição, em suma, uma VIDA cheia.
EU NUNCA… fui a Nova Iorque.
EU SEI… exactamente o que valho como pessoa.
EU QUERO… ter sempre como principal objectivo de vida ser feliz.
EU SONHO… que é possível mudar o mundo e transformá-lo num melhor lugar para TODOS.
EU JÁ TIVE… amor, paixão, desilusão, traição, em suma, uma VIDA cheia.
EU NUNCA… fui a Nova Iorque.
EU SEI… exactamente o que valho como pessoa.
EU QUERO… ter sempre como principal objectivo de vida ser feliz.
EU SONHO… que é possível mudar o mundo e transformá-lo num melhor lugar para TODOS.
Nota a uma qualquer entidade superior que exista
Posso pedir para quando eu estiver em stress, a tensão não se acumular SEMPRE, TODA nos ombros, pescoço e base da cabeça!?
Eu sei que quando a cebça não tem juízo o corpo é que paga, como dizia sábiamente o António Variações, mas é muito cansativo não conseguir relaxar esta parte do corpo, assim gostaria de deixar aqui a minha súplica a quem me ouvir e tiver poder sobre estas coisas: diversificar, é a palavra chave, umas vezes pode ser nas pernas, outras nos braços, nos dedos dos pés, nas unhas, nas pontas espigadas do cabelo.
A sério, eu não me oponho à dor, mas por favor, circula, circula!
Eu sei que quando a cebça não tem juízo o corpo é que paga, como dizia sábiamente o António Variações, mas é muito cansativo não conseguir relaxar esta parte do corpo, assim gostaria de deixar aqui a minha súplica a quem me ouvir e tiver poder sobre estas coisas: diversificar, é a palavra chave, umas vezes pode ser nas pernas, outras nos braços, nos dedos dos pés, nas unhas, nas pontas espigadas do cabelo.
A sério, eu não me oponho à dor, mas por favor, circula, circula!
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Pensamento do Dia
Ora será que é só a mim que me faz confusão a moda Outono - Inverno ter toda mangas curtas e sapatos abertos?
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Nostalgia
Ontem estive a fazer limpezas aqui no escritório.
Estou a 1 semana de me ir embora, foram 3 anos a procurar uma vida melhor, novos desafios, projectos aliciantes, foram 3 anos bastante depressivos porque já não me sentia bem aqui.
Só o próprio ar que respiro é pesado, senti-me humilhada, escorraçada, e muito muito triste por saber que tanto dei a esta empresa e que afinal nada foi reconhecido.
Quando aqui entrei, e nos 2 anos que se lhe seguiram sentia-me em casa, achava que fazia parte de um projecto, encarava a empresa como sendo um filho, mas na verdade até os filhos nos desiludem mais cedo ou mais tarde.
Procurei durante muito tempo, passei muitas horas a enviar CVs, dei muita importância às notícias de jornal, para saber quais as empresas que valiam a pena, as que estavam a contratar, as que estavam a despedir, os grupos que se mostravam em ascensão, ou os que demonstravam decadência, todos os dias, todas as horas, todos os minutos eram poucos para procurar outro trabalho, tornou-se uma obsessão tal que devo ter os meus dados em todas as empresas assim assim do pais e da Europa.
Tornei-me tão completamente obcecada pela ideia que tive de me meter um travão, esquecer-me por uns tempos que a hipótese existia e acabar por me embrenhar no trabalho que fui aos poucos conquistando de volta e que começava a lentamente dar-me um novo ânimo.
Mas foi exactamente por esta altura e meses depois de ter deixado contacto num site internacional de uma multinacional americana que me ligaram a perguntar se ainda estaria interessada numa posição na área financeira.
Depois de 7 meses de entrevistas, e de viagens virtuais por Madrid, Casablanca, Dresden e outros que nem me recordo chegámos a acordo.
Não fiquei apenas feliz, fiquei em êxtase, porque tinha finalmente conseguido a chance que há tanto esperava.
Ontem estive a fazer limpezas aqui no escritório, e conclui que dei 5 anos da minha vida a esta casa e dei de mim, sem ser devidamente recompensada nem reconhecida, alturas houve em que me senti magoada, incompreendida, ofendida, com vontade de me vingar, porque o dia da vingança eu sabia que ia chegar.
A vingança podia chegar já esta semana, mas a verdade é que tudo o que sinto é nostalgia e a sensação de que vou sentir saudades do tempo que aqui passei, das pessoas com quem convivi, do muito que aqui aprendi
Ontem enquanto fazia limpezas aqui no escritório percebi o quanto esta empresa significa para mim, e percebi também que embora a vingança se sirva fria, não serve absolutamente para nada.
Estou a 1 semana de me ir embora, foram 3 anos a procurar uma vida melhor, novos desafios, projectos aliciantes, foram 3 anos bastante depressivos porque já não me sentia bem aqui.
Só o próprio ar que respiro é pesado, senti-me humilhada, escorraçada, e muito muito triste por saber que tanto dei a esta empresa e que afinal nada foi reconhecido.
Quando aqui entrei, e nos 2 anos que se lhe seguiram sentia-me em casa, achava que fazia parte de um projecto, encarava a empresa como sendo um filho, mas na verdade até os filhos nos desiludem mais cedo ou mais tarde.
Procurei durante muito tempo, passei muitas horas a enviar CVs, dei muita importância às notícias de jornal, para saber quais as empresas que valiam a pena, as que estavam a contratar, as que estavam a despedir, os grupos que se mostravam em ascensão, ou os que demonstravam decadência, todos os dias, todas as horas, todos os minutos eram poucos para procurar outro trabalho, tornou-se uma obsessão tal que devo ter os meus dados em todas as empresas assim assim do pais e da Europa.
Tornei-me tão completamente obcecada pela ideia que tive de me meter um travão, esquecer-me por uns tempos que a hipótese existia e acabar por me embrenhar no trabalho que fui aos poucos conquistando de volta e que começava a lentamente dar-me um novo ânimo.
Mas foi exactamente por esta altura e meses depois de ter deixado contacto num site internacional de uma multinacional americana que me ligaram a perguntar se ainda estaria interessada numa posição na área financeira.
Depois de 7 meses de entrevistas, e de viagens virtuais por Madrid, Casablanca, Dresden e outros que nem me recordo chegámos a acordo.
Não fiquei apenas feliz, fiquei em êxtase, porque tinha finalmente conseguido a chance que há tanto esperava.
Ontem estive a fazer limpezas aqui no escritório, e conclui que dei 5 anos da minha vida a esta casa e dei de mim, sem ser devidamente recompensada nem reconhecida, alturas houve em que me senti magoada, incompreendida, ofendida, com vontade de me vingar, porque o dia da vingança eu sabia que ia chegar.
A vingança podia chegar já esta semana, mas a verdade é que tudo o que sinto é nostalgia e a sensação de que vou sentir saudades do tempo que aqui passei, das pessoas com quem convivi, do muito que aqui aprendi
Ontem enquanto fazia limpezas aqui no escritório percebi o quanto esta empresa significa para mim, e percebi também que embora a vingança se sirva fria, não serve absolutamente para nada.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
The world we live in
Porque nos queixamos da vida, quando na realidade temos tudo que precisamos e ainda mais?
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Pedaços de mim
A minha manhã mais insólita aconteceu na Roménia, Julho de 2005.
Depois de uma noitada de borga, com um calor que não se podia, baratas voadoras que caiam em cima das cabeças, ou dentro dos copos cheios dos mais incautos, de danças sedutoras em cima das mesas do pseudo bar que inventamos quase à porta de casa, dos insultos dos ingleses por não os deixarmos dormir, lá acabamos por nos render ao cansaço.
Quando acordei e abri o olho, vi-o deitado ao meu lado, olhos grandes negros, pernas de atleta, corpo esguio. O terror apoderou-se de mim, a verdade é que nunca o tinha visto antes e a sua proximidade causava-me arrepios. Tentei não me mexer para não o acordar, parei de respirar e olhei-o com mais atenção. Depois de lhe ter avistado as duas antenas no ar e a sua cor castanha esverdeada, peguei na almofada gentilmente e atirei-a para bem longe, enquanto dava asas aos meus gritos de susto antes bem calados.
Sacana do GAFANHOTO não tinha outro sitio para se encostar?!
Depois de uma noitada de borga, com um calor que não se podia, baratas voadoras que caiam em cima das cabeças, ou dentro dos copos cheios dos mais incautos, de danças sedutoras em cima das mesas do pseudo bar que inventamos quase à porta de casa, dos insultos dos ingleses por não os deixarmos dormir, lá acabamos por nos render ao cansaço.
Quando acordei e abri o olho, vi-o deitado ao meu lado, olhos grandes negros, pernas de atleta, corpo esguio. O terror apoderou-se de mim, a verdade é que nunca o tinha visto antes e a sua proximidade causava-me arrepios. Tentei não me mexer para não o acordar, parei de respirar e olhei-o com mais atenção. Depois de lhe ter avistado as duas antenas no ar e a sua cor castanha esverdeada, peguei na almofada gentilmente e atirei-a para bem longe, enquanto dava asas aos meus gritos de susto antes bem calados.
Sacana do GAFANHOTO não tinha outro sitio para se encostar?!
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Para reflectir
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
EDUARDO PRADO COELHO
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
EDUARDO PRADO COELHO
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Nove Vidas em Motor de Busca
Peço desculpa a todos aqueles que decepcionei nos últimos tempos e que aqui vieram à procura de:
- Lambida do mamilo (eu até sou capaz de pensar nisso, mas...não me vou pôr aqui a mostrá-lo. So sorry)
- Camisa de botão azul petróleo (lá em casa o maridão tem uma camisa dessa cor, mas confesso que nunca me prendi no pormenor do botão, vou ver e depois faço o relato, assim num dia de pouca inspiração)
- Implante de chips em humanos na mão e na testa (eu sei que sou fã de teorias conspirativas, e que gosto de conjecturas inverossímeis, mas esta até para a minha mente retorcida é rebuscada)
- Municipal waste camiseta (esta matou-me, é que nem lhe consigo perceber o alcance, devo estar desfasada dessa coisa a que chamam adolescência, ou então estou a precisar de um up grade ao sistema, porque sinceramente ultrapassa-me a compreensão)
Ora um muito bom fim de semana para todos vós também.
- Lambida do mamilo (eu até sou capaz de pensar nisso, mas...não me vou pôr aqui a mostrá-lo. So sorry)
- Camisa de botão azul petróleo (lá em casa o maridão tem uma camisa dessa cor, mas confesso que nunca me prendi no pormenor do botão, vou ver e depois faço o relato, assim num dia de pouca inspiração)
- Implante de chips em humanos na mão e na testa (eu sei que sou fã de teorias conspirativas, e que gosto de conjecturas inverossímeis, mas esta até para a minha mente retorcida é rebuscada)
- Municipal waste camiseta (esta matou-me, é que nem lhe consigo perceber o alcance, devo estar desfasada dessa coisa a que chamam adolescência, ou então estou a precisar de um up grade ao sistema, porque sinceramente ultrapassa-me a compreensão)
Ora um muito bom fim de semana para todos vós também.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Rua Sésamo
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Teaser # 1
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Olha lá se não anima as hostes umas coisinhas bonitas como estas
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Light up the sky like a flame
Quem é que nunca se sentiu motivado por esta série a ser uma estrela?!
As vezes que eu dancei ao som desta música enquanto sonhava em conquistar o mundo foram mais que muitas.
Um dia mais tarde, quando já era adulta conheci um bailarino americano que me dizia ter escolhido a profissão porque se tinha apaixonado pela série, e porque a escola em que a historia se tinha inspirado ficava mesmo em frente à casa dele. A sua maior desilusão foi verificar que afinal os alunos não saiam para a rua dançando e o resto da população não lhes conhecia as coreografias.
Ontem encontrei o video que se segue no youtube, aparentemente os artistas espalharam pelos 20 mil espectadores, 800 bailarinos que tinham ensaiado a coreografia, e o resultado foi brilhante.
Afinal as pessoas podem mesmo sair para a rua e entrar na dança!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
By your side
Lembras-te de quando apenas nos víamos de ano a ano?
De como corria para os teus braços no aeroporto e vasculhava com expectativa os teus bolsos porque sabia que neles se escondia sempre uma maravilhosa surpresa.
Lembras-te de como te dizia que te adorava?
De como te sentavas no banco da frente do carro, lado a lado com o meu pai, as minhas duas figuras masculinas, sempre presentes e ao mesmo tempo ausentes, pelo espaço ou pelo tempo, tão intensamente diferentes. Como estendias o braço por cima do banco do condutor e eu atrás me sentava na beira do banco – naquela altura não se exigiam as cadeirinhas, nem sequer havia cintos de segurança para nos prender os movimentos – e te puxava os pêlos dos braços, porque ter pêlos nos braços era para mim um fenómeno estranho.
Lembras-te de me teres levado pela primeira vez a um estádio?
De me teres apresentado a esse mundo fantástico de cor e movimento que era o futebol, e eu de tanta excitação acabei o jogo adormecida nos teus braços sem sequer me importar se o clube do teu coração tinha ganho ou não.
Lembras-te de como te sentiste sempre imortal?
Hoje mais do que nunca tens de te agarrar a essa ideia e não quero saber que te sentes fraco, debilitado, sem forças para continuar, porque vou obrigar-te a fazer o que sempre fizeste da tua vida, arregaçar as mangas para lutar. Vais erguer-te contra todos os monstros que vierem atrás de ti e mostrares-lhes a coragem com que sempre pautaste a tua vida, vais fazer com eles o que me ensinaste a fazer com os meus, derrotá-los.
Eu vou estar do teu lado, vou dar-te o braço quando te sentires fraquejar, vou-te amparar quando estiveres a cair, vou incitar-te quando achares que não aguentas mais, vou comprar-te com almoços, jantares e viagens e se preciso for subornar-te com o meu amor e o amor do teu neto, vou dar-te razões para viveres a cada segundo que estiveres tentado a abandonar a causa, não vou nunca permitir que baixes a guarda ou que te pendam os braços, se há coisa que me ensinaste foi que “derrota” é uma palavra que não existe no nosso léxico.
Vamos reinventar-nos a cada segundo se for preciso, para ultrapassarmos juntos a tempestade que se avizinha, mas tendo sempre em mente o futuro brilhante que temos pela frente, porque não vou deixar que nada nem ninguém te leve de mim tão cedo.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Work in progress
Não sei bem se sou crente, agnóstica ou completamente desprovida de fé, mas lembro-me bem de todas as vezes que me insurgi ou agradeci a Deus.
Passei bastante tempo da minha vida convivendo com Deus sem grandes questões, disseram-me que ele existia quando era pequena, e nessa altura acreditei, enquanto crescia houve alturas em que o encarei como dogma, outras houve em que o questionei, até porque qualquer uma das posições me era não só familiar como até mesmo pacífica, a minha mãe é crente, o meu pai nunca o foi.
Tive catequese e fiz até a primeira comunhão, depois disso poucas foram as vezes que voltei a uma missa, o que não quer dizer que não encontre paz numa igreja, em particular numa pequena capela a que recorro quando preciso de tempo, espaço e até de chorar, tal e qual o faço em frente ao mar, são os meus refúgios, embora esteja em crer que isso pouco tem que ver com o facto de ser uma igreja.
Mas quando tinha 19 anos o meu mundo desabou, a minha bisavó morreu e com ela senti que tinha perdido uma parte do meu passado, que se me tivessem arrancado um braço ou uma perna a sensação seria a mesma, que o mundo não ia mais ter a mesma inocência no olhar, afinal a morte fazia parte da vida. No dia em que ela morreu quebrei laços com Deus, chamei-lhe nomes feios e cuspi-lhe na cara, não sei se me deu a outra face, mas se o fez, voltei a cuspir-lhe.
Em 97 quando acordei do acidente que tive olhei para baixo e vi que tinha partido uma perna, olhei para o lado e vi que a minha amiga não tinha acordado, depois olhei para cima fechei os olhos e rezei. Rezei como nunca tinha rezado antes, pedi perdão pelos meus pecados e pelos dos outros, aceitei a pena pelos pecados da humanidade e continuei a rezar. Agradeci pelo facto de estar viva, ofendi-o pelo facto de me ter poupado e voltei a rezar para agradecer enquanto não sabia bem porque o teria feito, quando na realidade eu era tão imperfeita, e nem sabia se merecia o gesto. Ainda hoje não consegui fazer as pazes comigo mesma por ter sobrevivido inteira ao acidente.
Aos 33 anos a experiência dá-nos perante a morte uma clarividência diferente, quando a minha avó morreu não senti que me tivessem arrancando um membro, antes que parte de mim tinha morrido com ela. Senti que a minha infância e a minha adolescência estavam incompletas sem bisavó e avó, pessoas que fizeram de mim o que sou hoje, que me incutiram valores e objectivos, que me deram amor e carinho. Nesse dia porém mal disse a vida, caluniei Deus por mais uma vez me ter desiludido e roubado os que mais amo, mas ao mesmo tempo grata por ter poupado sofrimento desnecessário.
Agradeci-lhe o milagre da vida no dia em que nasceu o Alexandre, e nesse dia acreditei, acreditei que Ele existe nas mais pequenas coisas, na flor que me rasga de vermelho o mar de relva na primavera, nas nuvens negras que sugerem o renascimento da terra pela chuva, no sorriso do meu filho, nas lágrimas que choro de alegria por ter o meu marido do meu lado, pelo amor da minha mãe e pela incondicional adoração do meu avô.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Discurso na 1ª pessoa #1
Aceitei o desafio de integrar a lista à Assembleia de Freguesia de C pelos laços de amizade que me unem ao Pedro A., e pela grande fé que tenho nas suas capacidades, como pessoa e como político.
Tive orgulho em juntar o meu trabalho, o meu empenho e dedicação aos que ao lado do Pedro tentaram calcorrear os cerca de 6.5 km2 de área da freguesia fazendo o impossível por chegar à fala com os cerca de 26.000 residentes de C., ouvindo as suas preocupações, auscultando as suas angústias, percebendo os seus problemas.
Não foi por amor à camisola, mas antes por acreditar que o programa que apresentámos era muito superior aos apresentados pelos nossos adversários, e por ter a perfeita convicção de que seriamos melhores na condução do destino da freguesia do que aqueles que o fizeram nos últimos 4 anos.
Com grande orgulho dei a cara por um projecto que visava:
- Uma maior transparência na gestão autárquica;
- A criação de espaços de lazer e apoio a idosos;
- A ocupação permanente dos tempos livres de crianças e adolescentes;
- O combate ao sedentarismo criando ciclo vias e circuitos de manutenção;
- A divulgação de boas práticas energéticas de forma a diminuir consumos e melhorar o ambiente ao mesmo tempo que permite maximizar o rendimento do agregado familiar.
Foi com base neste projecto que fomos eleitos, e é com base neste projecto que temos de delinear a nossa estratégia de oposição responsável. Devemos ter em conta que não ganhámos as eleições, a escolha dos fregueses fez-se através do direito de voto, e eles escolheram maioritariamente outros projectos, outros candidatos, mas não podemos também defraudar os 35% de eleitores que apostaram em nós e nos deram a sua confiança.
Não acredito que nos seja proposto um qualquer lugar no executivo, embora caso o seja, sou da opinião de aproveitar, não há melhor maneira de saber exactamente o que se passa dentro do convento, se não estivermos lá dentro, não sei quais são neste momento as directivas do partido neste sentido, no entanto esta é e sempre foi a minha visão.
Enquanto oposição na assembleia de freguesia creio ser nossa obrigação ter sempre em primeiro lugar os interesses dos fregueses, só depois deverão estar os interesses do partido, assim é minha convicção que as propostas apresentadas, seja por que força política for que tenha como corolário a resolução de problemas da freguesia, ou a melhoria da qualidade de vida dos fregueses deverá ter uma apreciação da intenção de voto bastante cuidada por parte da bancada.
Gostaria de dar os parabéns a todos os que se esforçaram nesta campanha, embora não tenhamos ganho sabemos que nos empenhámos na prossecução do nosso objectivo, não foi suficiente, teremos de fazer melhor na próxima. Queria deixar uma palavra de especial apreço à Eugénia, a quem tantas e tantas vezes não lhe reconheci o mérito que devia e dizer-lhe que ganhou o meu respeito, a minha admiração e a minha amizade.
Por ultimo agradecer ao Pedro o empenho e a confiança que sempre transmitiu à equipa, a forma incansável como se dedicou. Foi um prazer travar mais uma batalha do teu lado, e espero que saibas que poderás sempre contar com o meu apoio, o meu trabalho e o meu empenho nas lutas que se avizinham.
Tive orgulho em juntar o meu trabalho, o meu empenho e dedicação aos que ao lado do Pedro tentaram calcorrear os cerca de 6.5 km2 de área da freguesia fazendo o impossível por chegar à fala com os cerca de 26.000 residentes de C., ouvindo as suas preocupações, auscultando as suas angústias, percebendo os seus problemas.
Não foi por amor à camisola, mas antes por acreditar que o programa que apresentámos era muito superior aos apresentados pelos nossos adversários, e por ter a perfeita convicção de que seriamos melhores na condução do destino da freguesia do que aqueles que o fizeram nos últimos 4 anos.
Com grande orgulho dei a cara por um projecto que visava:
- Uma maior transparência na gestão autárquica;
- A criação de espaços de lazer e apoio a idosos;
- A ocupação permanente dos tempos livres de crianças e adolescentes;
- O combate ao sedentarismo criando ciclo vias e circuitos de manutenção;
- A divulgação de boas práticas energéticas de forma a diminuir consumos e melhorar o ambiente ao mesmo tempo que permite maximizar o rendimento do agregado familiar.
Foi com base neste projecto que fomos eleitos, e é com base neste projecto que temos de delinear a nossa estratégia de oposição responsável. Devemos ter em conta que não ganhámos as eleições, a escolha dos fregueses fez-se através do direito de voto, e eles escolheram maioritariamente outros projectos, outros candidatos, mas não podemos também defraudar os 35% de eleitores que apostaram em nós e nos deram a sua confiança.
Não acredito que nos seja proposto um qualquer lugar no executivo, embora caso o seja, sou da opinião de aproveitar, não há melhor maneira de saber exactamente o que se passa dentro do convento, se não estivermos lá dentro, não sei quais são neste momento as directivas do partido neste sentido, no entanto esta é e sempre foi a minha visão.
Enquanto oposição na assembleia de freguesia creio ser nossa obrigação ter sempre em primeiro lugar os interesses dos fregueses, só depois deverão estar os interesses do partido, assim é minha convicção que as propostas apresentadas, seja por que força política for que tenha como corolário a resolução de problemas da freguesia, ou a melhoria da qualidade de vida dos fregueses deverá ter uma apreciação da intenção de voto bastante cuidada por parte da bancada.
Gostaria de dar os parabéns a todos os que se esforçaram nesta campanha, embora não tenhamos ganho sabemos que nos empenhámos na prossecução do nosso objectivo, não foi suficiente, teremos de fazer melhor na próxima. Queria deixar uma palavra de especial apreço à Eugénia, a quem tantas e tantas vezes não lhe reconheci o mérito que devia e dizer-lhe que ganhou o meu respeito, a minha admiração e a minha amizade.
Por ultimo agradecer ao Pedro o empenho e a confiança que sempre transmitiu à equipa, a forma incansável como se dedicou. Foi um prazer travar mais uma batalha do teu lado, e espero que saibas que poderás sempre contar com o meu apoio, o meu trabalho e o meu empenho nas lutas que se avizinham.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Novos Desafios
Há meses queixava-me da forma como achava tinha, injustamente, sido despedida de assistente de sala do Teatro São Carlos, depois de lá trabalhar durante quase 7 anos, por uma empresa - a CHIQ – que lá estava há cerca de 7 meses.
Mas tenho por máxima de vida que assim que se fecha uma porta há uma janela que se abre, e não costumo enganar-me. Pois a realidade é que passado 1 mês sobre o episódio pouco digno a que os senhores - dono da empresa mencionada e chefe de sala da casa de espectáculos referida – se deram ao trabalho de me despedir por ter despido o casaco (não fiquei nua, nem em trajos menos dignos, fiquei de camisa branca, como indica a farda a que estávamos obrigados), fui convidada para integrar um grupo de trabalho a que já pertenci em tempos, mas que me afastei por causas dos imensos afazeres que acarretam uma criança pequena, um emprego a tempo inteiro e outros 2 em part time, embora os part time fossem 2 em 1 – São Carlos e Camões.
Do São Carlos ficaram amigos do coração, as meninas da bilheteira a quem presto a minha mais humilde homenagem por tratarem da casa como se fosse sua, sem o devido reconhecimento como é apanágio dos empregadores portugueses, sejam eles entidades públicas ou privadas.
Alguns dos colegas com quem partilhei longas noites de espera que alguém morresse (há sempre uma morte em ópera que se preze) e que não tivesse uma morte muito longa (apesar de diversos golpes desferidos ou de muitas balas disparadas, o falecido tem sempre muito tempo para gritar um impropério ao filho da mãe que lhe selou o destino).
Na plateia a “Porquita” do meu coração, a “Miss butter” o “Mestre” e o “Lory”, nas ordens a minha Isabel companheira de longos anos de loucuras e viagens, o “Vinu Acre”, na porta o futuro papá babado, e as meninas dos programas, uma doce e a outra em jeito de vendaval. A Palmira e a Vitória que injustamente foram dispensadas por serem mais velhas que o suposto “patrão” meia leca, a quem “carinhosamente” eu chamava de Pin e Pon por não ter nem metro e meio de altura e que sempre suspeitámos que a sua atitude de tirano “humilhador”, se deve resumir ao facto de não só ser pequeno como de o resto da sua anatomia lhe ser proporcional. Muitos dos convidados habituais que já me conheciam pelo nome e que chegavam mesmo a perguntar-me antes da entrada na sala como era a peça, para não serem surpreendidos pelas muitas peças de pouca qualidade a que esta direcção nos tem habituado, especialmente desde a saída do Director Musical Pinamonte.
Ficarão também para sempre guardadas em lugar de destaque algumas boas óperas e bailados que vi, e fui paga para ver. A vantagem que me foi concedida ao poder presenciar alguns dos bons nomes da música lírica internacional e a vantagem de poder ficar de fora em algumas das atrocidades que se cometeram em nome do “progresso”.
Do Camões fica Coppélia, o único bailado que vi enquanto assistente de sala, mas que me permitiu ver Ana Lacerda em palco, mais uma vez a ser paga para a ver.
A época já começou, naturalmente que estive este Sábado num camarote do São Carlos, e serei presença assídua na plateia do Camões a ver as peças que decidir merecem o meu dinheiro, até porque tenho uma criança que não se cansa de ouvir musica clássica e vibra com opera – gosto que me orgulho de lhe ter incutido.
O que vou ganhar em termos pessoais no grupo de trabalho que integro é muito superior ao que ganhava como Assistente de Sala, até porque se este ultimo me integrou no mundo da arte em pontas e faringe, o outro vai integrar-me numa realidade bastante mais social, bem do meu agrado, isto para não falar que em termos financeiros, o que ganhava em muitas noites de pé no São Carlos vai ser agora substituído por poucas noites de trabalho de secretária.
Afinal, o despedimento que parecia ter abalado as minhas finanças não foi mais do que um valente empurrão para uma coisa bem mais aliciante e com um futuro mais brilhante, repleto de novos desafios, aconchegados pela camaradagem e amizade daqueles que deixei num vida anterior.
Mas tenho por máxima de vida que assim que se fecha uma porta há uma janela que se abre, e não costumo enganar-me. Pois a realidade é que passado 1 mês sobre o episódio pouco digno a que os senhores - dono da empresa mencionada e chefe de sala da casa de espectáculos referida – se deram ao trabalho de me despedir por ter despido o casaco (não fiquei nua, nem em trajos menos dignos, fiquei de camisa branca, como indica a farda a que estávamos obrigados), fui convidada para integrar um grupo de trabalho a que já pertenci em tempos, mas que me afastei por causas dos imensos afazeres que acarretam uma criança pequena, um emprego a tempo inteiro e outros 2 em part time, embora os part time fossem 2 em 1 – São Carlos e Camões.
Do São Carlos ficaram amigos do coração, as meninas da bilheteira a quem presto a minha mais humilde homenagem por tratarem da casa como se fosse sua, sem o devido reconhecimento como é apanágio dos empregadores portugueses, sejam eles entidades públicas ou privadas.
Alguns dos colegas com quem partilhei longas noites de espera que alguém morresse (há sempre uma morte em ópera que se preze) e que não tivesse uma morte muito longa (apesar de diversos golpes desferidos ou de muitas balas disparadas, o falecido tem sempre muito tempo para gritar um impropério ao filho da mãe que lhe selou o destino).
Na plateia a “Porquita” do meu coração, a “Miss butter” o “Mestre” e o “Lory”, nas ordens a minha Isabel companheira de longos anos de loucuras e viagens, o “Vinu Acre”, na porta o futuro papá babado, e as meninas dos programas, uma doce e a outra em jeito de vendaval. A Palmira e a Vitória que injustamente foram dispensadas por serem mais velhas que o suposto “patrão” meia leca, a quem “carinhosamente” eu chamava de Pin e Pon por não ter nem metro e meio de altura e que sempre suspeitámos que a sua atitude de tirano “humilhador”, se deve resumir ao facto de não só ser pequeno como de o resto da sua anatomia lhe ser proporcional. Muitos dos convidados habituais que já me conheciam pelo nome e que chegavam mesmo a perguntar-me antes da entrada na sala como era a peça, para não serem surpreendidos pelas muitas peças de pouca qualidade a que esta direcção nos tem habituado, especialmente desde a saída do Director Musical Pinamonte.
Ficarão também para sempre guardadas em lugar de destaque algumas boas óperas e bailados que vi, e fui paga para ver. A vantagem que me foi concedida ao poder presenciar alguns dos bons nomes da música lírica internacional e a vantagem de poder ficar de fora em algumas das atrocidades que se cometeram em nome do “progresso”.
Do Camões fica Coppélia, o único bailado que vi enquanto assistente de sala, mas que me permitiu ver Ana Lacerda em palco, mais uma vez a ser paga para a ver.
A época já começou, naturalmente que estive este Sábado num camarote do São Carlos, e serei presença assídua na plateia do Camões a ver as peças que decidir merecem o meu dinheiro, até porque tenho uma criança que não se cansa de ouvir musica clássica e vibra com opera – gosto que me orgulho de lhe ter incutido.
O que vou ganhar em termos pessoais no grupo de trabalho que integro é muito superior ao que ganhava como Assistente de Sala, até porque se este ultimo me integrou no mundo da arte em pontas e faringe, o outro vai integrar-me numa realidade bastante mais social, bem do meu agrado, isto para não falar que em termos financeiros, o que ganhava em muitas noites de pé no São Carlos vai ser agora substituído por poucas noites de trabalho de secretária.
Afinal, o despedimento que parecia ter abalado as minhas finanças não foi mais do que um valente empurrão para uma coisa bem mais aliciante e com um futuro mais brilhante, repleto de novos desafios, aconchegados pela camaradagem e amizade daqueles que deixei num vida anterior.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Thank God is Friday
A minha vida vai mudar, e a mudança começa já hoje!
A principio é simples, anda-se sózinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.
A principio é simples, anda-se sózinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
PlaySimpson
Que bom que é ver uma "boneca" que se despiu sem recorrer a photshop, operações cirurgicas correctivas ao rosto, sem silicone nas mamas, sem lipos no resto do corpo.
Para variar acho que vai haver por aí muito sorriso nos lábios masculinos, e porque não femininos, a mim trouxe-me um sorriso largo.
Go Marge,go Marge!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Medo
Hoje acordei com um frio na barriga. Sinto que algo de muito mau está prestes a acontecer.
Tenho medo.
Tenho medo.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
O Homem e a máquina
Pois não será o corpo humano a mais bela máquina criada, não pelo Homem mas pela natureza, à face da terra? Senão vejamos, nos últimos 35 anos este meu corpinho de sereia já teve as seguintes mazelas, que tratou de forma sublime:
- Escoliose (ultrapassada);
- Enxaquecas crónicas (vá lá que apareçam de vez em quando);
- Diabetes (pois que tenho cuidado com os açucares, mas não os erradiquei de todo e os níveis de glicose permanecem bastante apelativos);
- 2 princípios de hérnias discais (que suponho tenham sido amenizadas pela natação, embora não aparecendo nos raios x lá me incomodam de tempos a tempos);
- Reumático (felizmente que só me deu a travadinha uma vez, e foi difícil de conseguir mexer até os olhinhos, mas conquistada a batalha, acalmou a guerra);
- Hiperlordose (ninguém me tira que foi por causa da patinagem e aquela mania de que a coluna tem de ser elástica, esta ainda por cá anda);
- Anemia (é permanente e dá-me um arzinho enfezadinho quando ataca, mas eu saco das frutas e dos legumes e volto a ter umas corezinhas de fazer inveja a muito saloio);
- Depressão (humor, bom humor, há lá melhor terapêutica)
Pois se o corpo se consegue (mais ou menos) reciclar a si próprio, de que nos queixamos tanto. Alegria minha gente, ânimo e felicidade enquanto cá andamos, que afinal é tão pouco o tempo que por aqui passamos.
- Escoliose (ultrapassada);
- Enxaquecas crónicas (vá lá que apareçam de vez em quando);
- Diabetes (pois que tenho cuidado com os açucares, mas não os erradiquei de todo e os níveis de glicose permanecem bastante apelativos);
- 2 princípios de hérnias discais (que suponho tenham sido amenizadas pela natação, embora não aparecendo nos raios x lá me incomodam de tempos a tempos);
- Reumático (felizmente que só me deu a travadinha uma vez, e foi difícil de conseguir mexer até os olhinhos, mas conquistada a batalha, acalmou a guerra);
- Hiperlordose (ninguém me tira que foi por causa da patinagem e aquela mania de que a coluna tem de ser elástica, esta ainda por cá anda);
- Anemia (é permanente e dá-me um arzinho enfezadinho quando ataca, mas eu saco das frutas e dos legumes e volto a ter umas corezinhas de fazer inveja a muito saloio);
- Depressão (humor, bom humor, há lá melhor terapêutica)
Pois se o corpo se consegue (mais ou menos) reciclar a si próprio, de que nos queixamos tanto. Alegria minha gente, ânimo e felicidade enquanto cá andamos, que afinal é tão pouco o tempo que por aqui passamos.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
O tempo cura
Não há muito tempo atrás, uma amiga chorava-se no meu ombro porque tinha acabado com o namorado.
Que nunca mais na vida ia ser feliz, que a vida para ela tinha acabado com o namoro, que ele era o homem da vida dela e que nada ia mudar isso, e que como corolário isso lhe iria terminar com qualquer projecto de vida que eventualmente ela tivesse tido no passado.
Nesse dia consolei-a a melhor que pude, dei-lhe os mimos que ela precisava, tentei fazê-la entender que dali a uns tempos ela iria pensar de outra forma, que eu mesma já tinha estado naquela posição, mas que tinha encontrado o amor verdadeiro, que ele não a merecia, que ela era boa demais para ele, enfim tudo o que uma boa amiga deve dizer para atenuar a dor de alguém que sofre e de quem se gosta.
Quem nunca teve um grande amor que se perdeu nas encruzilhadas da vida?
Poucos devem ser aqueles a quem o amor não pregou partidas, quem nunca se sentiu traído por Vénus que atire a primeira pedra, aqueles a quem nunca passou pela cabeça que o chão lhes tinha sido tirado, tipo tapete, debaixo dos pés por causa de um mal de amor não podem compreender a dor que se sente.
É uma falta, um pedaço de nós que se descarna, uma ferida sempre aberta, uma desconfiança permanente.
Mas o tempo dá-nos a lucidez da maturidade, o que hoje nos parece verdade pode mudar amanhã. A vida não se esgota num namoro, numa relação, num casamento.
Por vezes as coisas não resultam, mas a vida não termina, todas as feridas saram, e um dia compreendemos isso mesmo, ao depararmo-nos com um novo sopro de felicidade.
A minha amiga percebeu recentemente que eu tinha razão, e agora está feliz, e eu estou feliz por ela.
O tempo cura, é só esperar que o amor nos bata novamente à porta, porque na realidade ele anda por aí, basta abrir os olhos e o coração.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Ciúme
Quando uma mulher acorda de manhã, toma banho, fica cheirosinha, veste uma roupa catita, enfeita o pescoço, os dedos, os braços e maquilha o rosto, fá-lo porque se quer sentir bonita, porque quer ficar pronta para enfrentar o dia e as vicissitudes com que, sabe, se vai deparar.
Uma mulher arranjasse no melhor que pode para combater as más línguas, para não dar aos que a querem ver em baixo a satisfação da vitória, para mostrar ao mundo que está confiante e segura, para dizer - sem falar - que está feliz e que ninguém lhe vai roubar a felicidade.
O ciúme não entra na equação, não é para o senhor XPTO com quem vai almoçar que ela se arranja, nem para os colegas com quem partilha a maior parte do dia,é para si, e até em última análise para o seu homem, mesmo que este a deixe em casa de manhã vestida de roupão e a encontre ao final do dia em fato de treino.
Uma mulher arranjasse no melhor que pode para combater as más línguas, para não dar aos que a querem ver em baixo a satisfação da vitória, para mostrar ao mundo que está confiante e segura, para dizer - sem falar - que está feliz e que ninguém lhe vai roubar a felicidade.
O ciúme não entra na equação, não é para o senhor XPTO com quem vai almoçar que ela se arranja, nem para os colegas com quem partilha a maior parte do dia,é para si, e até em última análise para o seu homem, mesmo que este a deixe em casa de manhã vestida de roupão e a encontre ao final do dia em fato de treino.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Pingo Doce
Ontem enquanto estava parada no trânsito a ouvir a minha rádio favorita, que passando a publicidade é a Rádio Comercial, dei por mim a pensar se seria a única a quem o novo anúncio do Pingo Doce faz farnicoques.
Hoje encontrei a luz aqui!
Hoje encontrei a luz aqui!
E pude concluir que não só há quem, como eu não goste do anúncio, (1600 credo!), como há quem se tenha juntado para mostrar o seu desagrado.
Este fenómeno das pessoas se juntarem e criticarem começa a ganhar proporções assustadoras, primeiro foi o movimento por causa da alteração da fonte do catálogo do IKEA, agora o Pingo Doce...
É impressão minha ou há muito desocupado por aí??
Senhores e senhoras que se preocupam com estas coisas pequeninas, há tanta coisa importante a precisar de ser criticada, alertada, melhorada, por exemplo:
- A pornografia infantil;
- As alterações climáticas;
- A fome;
- A guerra;
- A indigência:
- E tantas outras...
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Que valores ...
... anda esta malta a passar aos filhos?
Que podemos nós exigir dos nossos filhos, dos nossos amigo, dos nossos colegas,dos autarcas, dos políticos enquanto compactuarmos com situações destas?
Concelho: Oeiras
Isaltino --------------------41,52% -----5 vereadores
PS-------------------------25,77%------3 vereadores
PPD/PSD.CDS-PP.PPM---16,42%------2 vereadores
PCP-PEV------------------7,31%-------1 vereador
Isaltino Morais foi condenado a sete anos de prisão e a perda de mandato por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais.
Concelho: Gondomar
Valentim-------------------42,75%----5 vereadores
PS-------------------------29,33%----4 vereadores
PPD/PSD.CDS-PP.PPM---15,31%-----2 vereadores
Valentim Loureiro foi condenado pelo Tribunal de Gondomar, no âmbito do processo "Apito Dourado", a três anos e seis meses de prisão com pena suspensa pelo crime de abuso de poder e prevaricação.
Que podemos nós exigir dos nossos filhos, dos nossos amigo, dos nossos colegas,dos autarcas, dos políticos enquanto compactuarmos com situações destas?
Concelho: Oeiras
Isaltino --------------------41,52% -----5 vereadores
PS-------------------------25,77%------3 vereadores
PPD/PSD.CDS-PP.PPM---16,42%------2 vereadores
PCP-PEV------------------7,31%-------1 vereador
Isaltino Morais foi condenado a sete anos de prisão e a perda de mandato por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais.
Concelho: Gondomar
Valentim-------------------42,75%----5 vereadores
PS-------------------------29,33%----4 vereadores
PPD/PSD.CDS-PP.PPM---15,31%-----2 vereadores
Valentim Loureiro foi condenado pelo Tribunal de Gondomar, no âmbito do processo "Apito Dourado", a três anos e seis meses de prisão com pena suspensa pelo crime de abuso de poder e prevaricação.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
I' ll be back
Estou em "stand by mode" até dia 13 de Outubro!
Beijinhos e abraços a quem por aqui passar.
Beijinhos e abraços a quem por aqui passar.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Porreiro Pá !!!
Resultados de 2009
PS -----------------------------------36,56%
PPD/PSD ---------------------------29,09%
CDS-PP -----------------------------10,46%
B.E. -----------------------------------9,85%
PCP-PEV -----------------------------7,88%
PCTP/MRPP -------------------------0,93%
MEP ----------------------------------0,45%
PND ----------------------------------0,38%
MMS ---------------------------------0,29%
PPM ---------------------------------0,27%
P.N.R. -------------------------------0,21%
MPT-P.H. ---------------------------0,21%
PPV ---------------------------------0,15%
POUS -------------------------------0,08%
PTP ---------------------------------0,08%
MPT --------------------------------0,06%
PS -----------------------------------36,56%
PPD/PSD ---------------------------29,09%
CDS-PP -----------------------------10,46%
B.E. -----------------------------------9,85%
PCP-PEV -----------------------------7,88%
PCTP/MRPP -------------------------0,93%
MEP ----------------------------------0,45%
PND ----------------------------------0,38%
MMS ---------------------------------0,29%
PPM ---------------------------------0,27%
P.N.R. -------------------------------0,21%
MPT-P.H. ---------------------------0,21%
PPV ---------------------------------0,15%
POUS -------------------------------0,08%
PTP ---------------------------------0,08%
MPT --------------------------------0,06%
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Prémios, que eu gosto tanto!
Este Leão lindo deu-me mimos, ai nem tu sabes como eu gosto de mimos!
1 - Quem mais gostas de abraçar, no presente: O meu rapazinho lindo, que dá una abracinhos doces e fofos e muito, muito sentidos, especialmente de manhã ao acordar, ganho logo o dia.
2 - Quem nunca abraçarias: Conscientemente, alguém com Gripe A.
3 - A quem davas tudo para poder abraçar: A minha avó, e a minha bisa, duas das mais importantes figuras da minha vida, que já partiram.
4 - A quem davas o teu melhor abraço: Dou sempre o meu melhor abraço aos meus amigos, à minha mãe e ao meu marido.
Dizem que é preciso despachar o selo, nunca o fiz antes, mas se eu gosto de mimos os outros também devem gostar, assim:
Ao meu peixe preferido;
Ao dedo mais rápido do Oeste;
Ao azul mais aveludado da blogosfera;
Àmenina com amnésia;
À orgia mais atinadinha do pedaço.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
O Sol e a campanha eleitoral
Eu gosto de calor, tanto como outra pessoa qualquer, mas já me parece um excesso.
Estamos no Outono, bolas!
Onde param as chuvas, o vento, o frio que se gosta de fazer sentir nos finais de Setembro?
Podemos apenas imaginar que o São Pedro está a fazer um "favorzinho" ao Sócrates, à Manuela Ferreira Leite, ao Jerónimo de Sousa, ao Paulo Portas, ao Francisco Louça - e a todos os outros que sinceramente não sei quem são, mas certamente merecem o favor como os referidos.
Mencionei os principais cabeça de lista para não me chamarem de facciosa, se falasse só num diziam que era um apelo ao voto, e que malandra em tempo de eleições lá vem dar o ar da sua graça, não, não vou fazer o apelo ao voto online, faço-o na rua, cara a cara, dá mais gozo e as pessoas podem chamar-me nomes à vontade, ou mudar de passeio só para não me aturarem.
É giro! Eu gosto, que hei-de fazer, está-me no sangue.
Estive quase 3 anos afastada das lides políticas, por causa do filho, por causa do trabalho, por causa da saúde, por tudo e por nada. Porque não me revejo em determinadas formas de fazer política, porque não acredito em "propaganda", porque para mim a política e a ética TÊM de andar lado a lado, porque quando há uma tomada de posição ela não deve ser encarada de animo leve e alterada conforme as conveniências de A ou B.
Nas poucas reuniões a que fui nos ultimos tempos dei por mim a pensar no pouco que já tinha em comum com os meus...pares, mas em tempo de eleições o "bichinho" começa a agitar-se cá dentro. Alimenta-se de multidões, de palmas, do empenhamento que se vê espelhado nas caras daqueles que -como eu- acreditam que podem ser instrumentos em prol da comunidade.
Voltei!
Voltei e agradou-me fazer parte de um grupo de pessoas que está empenhada em criar espaços de lazer e apoio a idosos;
Que se interessa em ocupar os tempos livres das crianças, seja durante os fins de semana ou em tempo de férias, além do já existente depois das aulas;
Que pretende criar ciclovias e circuitos de manutenção em prol da população para lhe melhorar a qualidade de vida;
Que sente necessidade de divulgar boas praticas energéticas para dimuniur os consumos;
Que pensa na reestruturação dos estacionamentos e a forma de os tornar menos penalizadores do comércio local;
Que pretende trazer transparência à gestão autárquica.
Acho que só pelas razões que referi vou aceitar não tirar do roupeiro, ainda, as camisolas, os casacos e todas as outras roupas quentinhas que me servem para aquecer o Inverno e o Outono. Para que nas proximas 2 semanas o tempo esteja suficientemente ameno para não justificar com a chuva a abstenção, ou com a ida à praia por estar demasiado calor.
Obrigada São Pedro, o país agradece.
Estamos no Outono, bolas!
Onde param as chuvas, o vento, o frio que se gosta de fazer sentir nos finais de Setembro?
Podemos apenas imaginar que o São Pedro está a fazer um "favorzinho" ao Sócrates, à Manuela Ferreira Leite, ao Jerónimo de Sousa, ao Paulo Portas, ao Francisco Louça - e a todos os outros que sinceramente não sei quem são, mas certamente merecem o favor como os referidos.
Mencionei os principais cabeça de lista para não me chamarem de facciosa, se falasse só num diziam que era um apelo ao voto, e que malandra em tempo de eleições lá vem dar o ar da sua graça, não, não vou fazer o apelo ao voto online, faço-o na rua, cara a cara, dá mais gozo e as pessoas podem chamar-me nomes à vontade, ou mudar de passeio só para não me aturarem.
É giro! Eu gosto, que hei-de fazer, está-me no sangue.
Estive quase 3 anos afastada das lides políticas, por causa do filho, por causa do trabalho, por causa da saúde, por tudo e por nada. Porque não me revejo em determinadas formas de fazer política, porque não acredito em "propaganda", porque para mim a política e a ética TÊM de andar lado a lado, porque quando há uma tomada de posição ela não deve ser encarada de animo leve e alterada conforme as conveniências de A ou B.
Nas poucas reuniões a que fui nos ultimos tempos dei por mim a pensar no pouco que já tinha em comum com os meus...pares, mas em tempo de eleições o "bichinho" começa a agitar-se cá dentro. Alimenta-se de multidões, de palmas, do empenhamento que se vê espelhado nas caras daqueles que -como eu- acreditam que podem ser instrumentos em prol da comunidade.
Voltei!
Voltei e agradou-me fazer parte de um grupo de pessoas que está empenhada em criar espaços de lazer e apoio a idosos;
Que se interessa em ocupar os tempos livres das crianças, seja durante os fins de semana ou em tempo de férias, além do já existente depois das aulas;
Que pretende criar ciclovias e circuitos de manutenção em prol da população para lhe melhorar a qualidade de vida;
Que sente necessidade de divulgar boas praticas energéticas para dimuniur os consumos;
Que pensa na reestruturação dos estacionamentos e a forma de os tornar menos penalizadores do comércio local;
Que pretende trazer transparência à gestão autárquica.
Acho que só pelas razões que referi vou aceitar não tirar do roupeiro, ainda, as camisolas, os casacos e todas as outras roupas quentinhas que me servem para aquecer o Inverno e o Outono. Para que nas proximas 2 semanas o tempo esteja suficientemente ameno para não justificar com a chuva a abstenção, ou com a ida à praia por estar demasiado calor.
Obrigada São Pedro, o país agradece.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
E foi assim
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