Dia de Raiva

Ele há dias em que o sacana do Universo se conjuga para nos deitar abaixo, mesmo se as coisas estejam a correr sobre rodas, há-de haver uma altura que a realidade nos apanha e nos faz entender como somos frágeis e vulneráveis, numa palavra: humanos.
Primeiro o meu avô continua na sua lenta decadência, tem alturas em que pouco se consegue mexer, outras em que perde o norte; a avô do meu marido desde que perdeu a companhia de uma vida ficou com momentos de pura demência sem conhecer a família, sem querer ajuda e num rápido declínio mental. A minha sogra está doente e a minha mãe quase não tem vida própria desde que tem de tratar do meu avô.
Depois estamos sem governo, temos um presidente que nunca quis governos minoritários para si próprio , mas que agora acha que este, embora apenas em “desgoverno” pode perfeitamente fazer a gestão diária do país, e mais antes o PEC não devia ser aceite porque estávamos em clima de grande convulsão social, mas porquê é que agora deve então pedir ajuda externa e fazer compromissos que vão certamente condicionar as políticas dos próximos que se seguirão às eleições de dia 5 de Junho.
E também me faz confusão a falta de vergonha das pessoas que segundo dizem dirigem os destinos do país, é que sinceramente até eu em minha casa faço um trabalho melhor e com menos recursos, senão vejamos, o administrador economista não era economista, a Carris renova a frota automóvel com carros de luxo, as Estradas de Portugal gastam 100mil euros com a inauguração da CRIL, a gasolina continua a aumentar, mas dizem nos que devemos estar orgulhosos dos resultados da Galp.
Sempre achei que devia estar aqui para ajudar a conduzir o meu país a um futuro do qual eu me orgulhasse, mas a memória do povo é curta e nem a história nos ensina a melhorar, acho que vou começar a procurar emprego no Rio Grande do Sul e o resto que se lixe.