quarta-feira, 6 de abril de 2011

Se a vida fosse vivida no limite

E se um dia os teus pensamentos te levarem onde não devias ir. E se de repente te encontrasses numa encruzilhada, sabendo exactamente qual o caminho a tomar, mas com a vontade de experimentar uma nova estrada, uma paisagem diferente. E se o desejo te embrulhasse nas suas asas e te tentasse, como tantas vezes o faz o diabo e te quisesses então abandonar ao torpor de não ter de fazer o que é certo. E se na vida não tivéssemos de fazer escolhas, e o certo e o errado não existisse. Tão mais fácil seria a vida então.

8 comentários:

TM disse...

E tão mais desinteressante.... ;)

FATifer disse...

Mais fácil e mais curta nalguns casos… :P
(confesso que ao ler pensei em filosofar sobre o “certo” e o “errado” mas quem sou eu!...)

Beijinhos,
FATifer

Gata2000 disse...

TM - Nunca tinha pensado nesse aspecto...olha que quase me convenceste!!

Gata2000 disse...

FATifer - Eu gosto de te ler a filosofar..porque não ?!
A ideia era essa, pensar no certo e no errado.

FATifer disse...

Bem… se gosta eu faço-lhe a vontade…

Comecemos por uma ideia “controversa”:
Não há verdades absolutas.
Daqui se deduz que o “certo” e o “errado” dependem do ponto de vista.
Assim entramos noutro nível e podemos perguntar: o que é “certo” é uma noção intrínseca ou extrínseca? Se é extrínseca então sim, pode haver um dilema na escolha, pois sendo intrínseca não há dilema faz-se sempre o que está “certo” (mesmo podendo parecer “errado” para outros – exemplo: masoquismo).
Argumentaram que poucos são os seres humanos para quem o “certo” é intrínseco, concordo. Para qualquer outro animal não existem estes conceitos e tudo apenas é, não existe o “problema” da escolha. Os seres humanos é que gostam de complicar e pensar nas coisas… e ao tornar o “certo” extrínseco criar um conjunto de problemas ou desafios para ocupar mente humana.

Após estas considerações abstractas, não querendo sequer tentar adivinhar que situação concreta (se é que alguma) motivou o teu texto, diria que no caso da encruzilhada que falas a questão para mim (como em tudo na vida) resume-se sempre a estarmos ou não dispostos a pagar o preço (no qual se inclui a falibilidade inerente a nossa melhor ou pior capacidade de avaliação de todas as consequências que poderão advir da escolha e consequente acção em conformidade). Diria que, na maioria das vezes, o problema/dilema está exactamente no querermos algo mas não estarmos disposto a “pagar" o preço.

Por fim direi que concordo que uma vida sem escolhas seria mais fácil mas como disse a TM muito mais desinteressante e, como disse em primeira instância, potencialmente mais curta. O único problema é que nós, seres humanos, não temos essa opção pois temos (mesmo os que parecem no usar) algo chamado córtex que à partida nos impede de viver por instinto…

Beijinhos,
FATifer

PS – não me responsabilizo por falhas de lógica ou factuais ou por potenciais “barbaridades” constantes na “dissertação” acima mesmo não tendo bebido álcool ao almoço.

Cat disse...

Sem sal nem pimenta? Nah...

Gata2000 disse...

FATifer - Li-te na diagonal e fiquei sem folego, respondo-te daqui a mais um bocadinho, primeiro vou ali recuperar!! :)

Gata2000 disse...

FATifer - Bom consegui!! :)
Infelizmente tens razão.
Somos seres complicados e pensamos mil vezes antes de correr riscos, se é que alguma vez os corremos - o preço de que falas costuma ser demasiado alto.
Gosto de um post que só por si consegue ter comentários dignos de post!
A minha conclusão, seria que a vida era mais fácil se não houvesse consequência nas nossas acções, por exemplo, todas as minhas acções enquanto mãe têm consequência no meu filho, o que quer dizer que se não tenho cuidado e ponho a pata na poça pode acontecer que esteja a estragar-lhe a vida.
O certo e o errado são muito mais intrinsecos porque decorrem do que somos, e do que pensamos - lá está o facto de termos cérebro dificulta a vida!
Assim se não tivessemos consciência, e não houvesse consequências, mais curta a vida não seria, mas passariamos pelo mundo sem marca e isso sim seria desinteressante e muito monotono.