Creio que nos dias que correm há demasiada preocupação com a perfeição.
O corpo, por exemplo, tem de estar sempre em forma, musculado e sem celulite, essa maldita. O rosto deve estar isento de rugas e aparentar de preferência menos 10 anos do que vem escrito no BI.
No trabalho temos de ser os melhores, os mais bem vestidos, os mais simpáticos, os que melhor trabalham em equipa, os que lideram, os que tomam a iniciativa, os mais produtivos, os que ficam até mais tarde e se possível, os mais baratos.
Em casa as casas de banho têm de estar impecavelmente brilhantes e cheirosas, o pó limpo, o chão aspirado, a roupa lavada e engomada, as camas feitas.
Se formos vistosos e bonitos chegaremos mais depressa à auto estrada do sucesso, os empregos são poucos pelo que é conveniente sermos os mais competentes, e nunca sabemos como voltamos para casa.
No meio desta busca pela perfeição esquecemos de atentar no que realmente é importante para nós enquanto indivíduos.
O "eu" deixou de estar no centro das nossas preocupações, mas sabemos o quanto é imprescindível "parecer" em vez de "ser". Os nossos sonhos e aspirações passaram a ter um lugar secundário , desde que a imagem que os outros têm de nós seja a certa para o mundo em que vivemos.
3 comentários:
Que alguém nos livre de sermos assim algum dia! Ja nos chegam as Lilis e outros tantos que conhecemos para assim serem. Nós nunca! Beijo enorme
Mas a verdade é que este tipo de sentimento está a generalizar-se, estranhamente, numa altura em que o ser humano devia estar a procurar o seu "eu" interior, está mais aberto a sugestões exteriores sobre como compôr o "eu" exterior. Triste
Minha querida, as pessoas que tão bem defines em nada se preocupam com a busca do verdadeiro "eu". A essas só interessa definir o "eu" que mais interessa aos que as circunda. E isso não é uma busca mas sim uma rasca maquilhagem.
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