sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Feliz Natal e Próspero Ano Novo
Ora como hoje é o meu ultimo dia de trabalho do ano, e depois de estar em férias muito provavelmente não chegarei perto de um computador, aqui ficam os meus votos de feliz natal de de um grande 2009 - 365 dias, pelo menos 12 feriados, possibilidade de 5 pontes, e apenas 2 feriados em dias de descanso, nada mau!
Para mim esta época é sempre de grande introspecção e balanço, decisões de mudança, algumas das quais acabam por depois ficar enfiadas em algum canto do meu cérebro, naquele hemisfério que eu não uso, mas no geral é uma altura em que me dedico a mim e à família.
Este ano decidi pensar nas coisas pelas quais estou grata, é lamecha, mas há alturas em que preciso de me lembrar de todas estas coisas, e é difícil, assim:
- Ter um milagre chamado Alexandre;
- Ter a meu lado o amor da minha vida;
- Ter o miminho da Puska;
- Ter uma mãe maravilhosa;
- Ter um avô adorável;
- Ter sido aceite pela família do meu marido como mais uma filha;
- Ter saúde;
- Ter uma estrela que me guia - a saudosa bisavó Maria José;
- Ter uma estrela que zela por mim - a saudosa avó Alia;
- Ter uma casa de sonho;
- Ter 2 carros que me levam ao destino em segurança, embora estejam já em processo de substituição;
- Ter trabalho;
- Ter dinheiro para cumprir com todas as minhas obrigações;
- Ter amigos verdadeiros, com os quais sei que posso contar nos bons e principalmente nos maus momentos, alguns que me acompanham há quase 20 anos, outros que ficaram de batalhas ideológicas e uns mais recentes, mas nem por isso menos importantes;
- Ter um futuro brilhante pela frente.
Decidi também ter em vista os meus objectivos, sonhos, projectos, tudo o que tenho ainda de lutar para chegar ao fim da vida e poder dizer que vivi bem, de acordo com os princípios que sempre pautaram a minha conduta:
- Ganhar o euromilhões;
- Terminar com as dívidas que a minha mãe herdou de um casamento tortuoso com o meu pai;
- Comprar um apartamento à minha mãe;
- Comprar uma carrinha Volvo V50, ao meu Gato;
- Comprar-me um Audi A3, ou um Mercedes Classe A (ainda estou indecisa);
- Fazer a minha viagem de sonho a Nova Iorque;
- Sentir o romantismo da Cidade das Luzes - Paris;
- Arranjar um emprego na área financeira, com horário fixo , perto de casa e onde receba líquidos pelo menos 1.500€;
- Progredir na carreira, avançando para o controlo de gestão;
- Consolidar conhecimentos adquiridos;
- Chegar a directora financeira;
- Utilizar a Economia como ferramenta de trabalho e experimentar novas áreas profissionais, como a análise de negócio;
- Manter sempre acesa a chama do meu casamento;
- Dar ao meu filho princípios que farão dele uma boa pessoa de quem me vou orgulhar sempre;
- Dar ao meu avô e à minha mãe o conforto de que necessitam;
- Manter sempre por perto e unida a minha família;
- Manter sempre por perto os meus amigos, sem os quais não sei viver;
- Nunca desistir do sonho de ter uma carreira internacional, de preferência numa instituição europeia;
- Nunca deixar de acreditar que um dia vai ser possível acabar com a fome e a guerra, e erradicar doenças, e que de alguma forma vou poder contribuir para que isso aconteça;
- Continuar a ter sensibilidade social e não desistir de tornar este mundo melhor;
- Ser maravilhosa aos olhos do meu marido e do meu filho;
- Olhar para o corpo que Deus me deu e gostar de mim, mesmo quando os anos passarem e envelhecer;
- Esforçar-me mais como dona de casa porque estou longe de ser uma "fada do lar";
- Ser aquilo que gostaria que escrevessem na minha lápide quando morrer: "Uma alma em busca da perfeição".
Não sendo uma whish list ao Pai Natal, é um alerta para aqueles dias em que percebo que estou muito longe dos sonhos que tinha aos 18 anos. há ainda muito caminho a percorrer, porquê desistir já?!
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Um tempo ausente
A minha bisavó teria feito 106 anos caso fosse viva no passado dia 14 de Dezembro.
Recordo-a com o carinho que gostaria o meu filho me recordasse, um dia mais tarde quando eu já não estiver presente na vida dele.
Recordo com grande emoção as histórias que me contava, à noite antes de dormirmos no quarto que partilhávamos, quando eu lhe pedia para me “contar a história da vida” dela. Uma história feita de risos entre irmãos que partilhavam as agruras de uma vida feita de pequenos nadas, de pessoas diferentes dos seus pares, que nasceram muito antes do tempo em que poderiam ter sido entendidos, de maridos sindicalistas que fugiam à PIDE trepando telhados. De filhos vivos e mortos, que lhe alegravam a vida e lhe deram alento quando cedo perdeu o homem que amava. Uma mulher à frente do seu tempo, que aos 18 anos deixou a casa dos pais para ir viver com o amor da sua vida, com quem casou passados 20 anos para que o filho mais velho pudesse casar pela igreja.
A minha bisavó, foi quem me criou e amou tanto quanto o meu pai e a minha mãe, ou talvez mais ainda porque a idade lhe retirava a ansiedade da educação, podendo assim desfrutar de mim sem receios.
Durante o dia na escola, sabia que ia para casa dela depois das aulas terminarem e que estaríamos as duas nas tardes frescas de Verão sentadas no degrau da escada que dava para a entrada do prédio, eu brincava com os meus amigos e ela vigiava-me enquanto conversava com as amigas dela.
Depois de jantar, já com os meus pais via-se a televisão, as telenovelas brasileiras, os jogos sem fronteiras, o festival da canção, o Natal dos Hospitais, tudo sempre na companhia da vizinha do lado a Dona Augusta – que dormia todo o tempo, mas quando eu a acordava numa traquinice de menina, dizia sempre que estava a ver - ou da vizinha Mariana, que diziam não se “davam” com os filhos, eu deitava-me no chão, debaixo da mesa, para ter uma perspectiva mais frontal, ou enrolava-me no sofá. Nos dias frios de Inverno, quando não se podia “apanhar a fresca”, ficava em casa e via a Abelha Maia, o Marco e a Pipi das Meias Altas.
Hoje em honra à minha bisavó meu filho vai para a praceta brincar com os amigos enquanto que eu e o pai o vigiamos e conversamos com os pais dos amigos dele, sem receios de se poder magoar a jogar à bola, acho que aprendi com a bábá Zé a não ser uma mãe muito ansiosa, acho mesmo que há quem me critique por não ter muitos medos. Hoje em honra à minha bisavó o meu filho partilha connosco a única televisão da casa, onde gosta de ver os programas preferidos dele, o Pocoyo e o Noddy, além de gostar de ver também desde muito pequeno jogos de futebol e corridas de automóveis.
Sei que a minha avó Maria Zé zela por mim, porque há precisamente 11 anos, no dia em que ela faria 95 anos – 3 anos depois de falecer – tive um acidente de viação muito grave, pode ter sido coincidência ou não, mas a verdade é que me senti protegida pela sua mão, pelo seu carinho e amor.
Hoje recordo-a com o carinho que gostaria o meu filho me recordasse.
A prenda no sapatinho do meu amigo V.
As fotos foram retiradas daqui (http://www2.victoriassecret.com/collection/index.cfm?&rfnbr=4755&cgname=OSBRPINTZZZ&cgnbr=OSBRPINTZZZ&page=4), tudo porque percebi que o meu amigo V. está apaixonado, e não há nada que eu não faça por um amigo apaixonado, quanto mais não seja proporcionar-lhe uma visão diversificada, vá, do seu objecto de paixão.
Amigo sempre que quiseres, sabes que é só pedir. Mas agora que já te dei a prenda, não há cá LCd que te valha, ou Mp3, que a minha boa vontade acabou por aqui.
Mais pedidos? Aceitam-se!
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Monólogo de uma mulher moderna
Eu recebi isto por email, e garanto que estou quase, quase de acordo com a ilustre desconhecida que escreveu o texto, não fosse eu ter o marido a pedir tudo e mais um para de botas a toda a hora. Adoro-o, mas acho que gostaria muito mais dele se estivesse o dia todo a tratar da casa, do ginásio, das minhas coisinhas sem ter de trabalhar para ganhar a vida, porra!! Mas quando é que ganhas o euromilhões amor??
"São 5.30H da manhã, o despertador não pára de tocar e não tenho forças nem
para atirá-lo contra a parede. Estou acabada. Não quero ir trabalhar hoje.
Quero ficar em casa, a cozinhar, a ouvir música, a cantar, etc. Se tivesse
um cão levava-o a passear nos arredores. Tudo menos sair da cama, meter a
primeira e ter de por o cérebro a funcionar.
Gostava de saber quem foi a bruxa imbecil, a matriz das feministas que teve
a ideia de reivindicar os direitos da mulher e porque o fez connosco que
nascemos depois dela?
Estava tudo tão bem no tempo das nossas avós, elas passavam o dia todo a
bordar, a trocar receitas com as suas amigas, ensinando-se mutuamente
segredos de condimentos, truques, remédios caseiros, lendo bons livros das
bibliotecas dos seus maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando
flores, recolhendo legumes das hortas e educando os filhos. A vida era um
grande curso de artesãos, medicinas alternativas e de cozinha.
Depois ainda ficou melhor, tivemos os serviços, chegou o telefone, as
telenovelas, a pílula, o centro comercial, o cartão de credito, a Internet!
Quantas horas de paz a sós e de realização pessoal nos trouxe a tecnologia!
Até que veio uma tipa, que pelos vistos não gostava do corpinho que tinha,
para contaminar as outras rebeldes inconsequentes com ideias raras sobre
'vamos conquistar o nosso espaço' Que espaço?! Que caraças!
Se já tínhamos a casa inteira, o bairro era nosso, o mundo a nossos pés!!!
Tínhamos o domínio completo dos nossos homens, eles dependiam de nós, para
comer, vestirem-se e para parecerem bem à frente dos amigos e agora? Onde é
que eles estão???
Nosso espaço???!!! Agora eles estão confundidos, não sabem que papel
desempenham na sociedade, fogem de nós como o diabo da cruz.
Essa piada..., acabou por encher-nos de deveres.
E o pior de tudo acabou lançando-nos no calabouço da solteirice crónica
aguda!!!!
Antigamente os casamentos eram para sempre. Porquê? Digam me porquê, um
sexo que tinha tudo do melhor que só necessitava de ser frágil e deixar-se
guiar pela vida começou a competir com os machos?
A quem ocorreu tal ideia?
Vejam o tamanhão dos bíceps deles e vejam o tamanho dos nossos! Estava
muito claro que isso não ia terminar bem.
Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de ser magra como uma
escova, mas com as mamas e o rabo rijos, para o qual tenho que me matar no
ginásio, ou de juntar dinheiro para fazer uma mamoplastia, uma lipo, ou
implantes nas nádegas... Alem de morrer de fome, pôr hidratantes,
anti-rugas, padecer do complexo do radiador velho a beber água a toda a
hora e acima de tudo ter armas para não cair vencida pela velhice,
maquilhar-me impecavelmente cada manha desde a cara ao decote, ter o cabelo
impecável e não me atrasar com as madeixas, que os cabelos brancos são pior
que a lepra, escolher bem a roupa, os sapatos e os acessórios, não vá não
estar apresentável para a reunião do trabalho.
E não só, mas também ter que decidir que perfume combina com o meu humor,
ter de sair a correr para ficar engarrafada no transito e ter que resolver
metade das coisas pelo telemóvel, correr o risco de ser assaltada ou de
morrer numa investida de um autocarro ou de uma mota, instalar-me todo o
dia em frente ao PC, trabalhar como uma escrava, moderna claro está, com um
telefone ao ouvido a resolver problemas uns atrás dos outros, que ainda por
cima não são os meus problemas!!! tudo para sair com os olhos vermelhos -
pelo monitor, porque para chorar de amor não há tempo!
E olhem que tínhamos tudo resolvido, estamos a pagar o preço por estar
sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, perfumadas, unhas
perfeitas, operadas, sem falar do currículo impecável, cheio de diplomas,
de doutoramentos e especialidades, tornámo-nos super-mulheres mas
continuamos a ganhar menos que eles e de todos os modos são eles que nos
dão ordens!!!!
Que desastre!
Não seria muito melhor continuar a coser numa cadeira?? Basta!!!
Quero alguém que me abra a porta para que possa passar, que me puxe a
cadeira quando me vou sentar, que mande flores, cartinhas com poesias, que
me faça serenatas à janela!
Se nós já sabíamos que tínhamos um cérebro e que o podíamos utilizar para
quê ter que demonstra-lo a eles??
Ai meu Deus, são 6.10H, e tenho que levantar-me da cama...
Que fria está esta solitária e enorme cama! Ahhhh... Quero um maridinho que
chegue do trabalho, que se sente ao sofá e me diga: Meu amor não me trazes
um whisky por favor? ou: O que há para jantar?
Porque descobri que é muito melhor servir-lhe um jantar caseiro do que
atragantar-me com uma sanduíche e uma Coca-Cola light enquanto termino o
trabalho que trouxe para casa.
Pensam que estou a ironizar ou a exagerar?
Não minhas queridas amigas, colegas inteligentes, realizadas liberais....e
idiotas!
Estou a falar muito seriamente: 'Abdico do meu posto de mulher moderna.'
E digo mais:
A maior prova da superioridade feminina era o facto de os homens
esfalfarem-se a trabalhar para sustentar a nossa vida boa!
Agora somos iguais a eles!"
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Almoço de Natal
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Estou Feliz!! Deve ser da época natalícia
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Sei que trabalho num pardieiro...
...quando me deparo frente a frente com um rato logo pela manhã, aconchegando-se na máquina fotocopiadora. Ele é uma versão mini, mas ...e se atrás dele, vier a mãe o pai e a restante familia numerosa...
Não hà condições, vou para casa.
Não hà condições, vou para casa.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Giro, não é?
Hoje estou com a neura, ando a ver se compro carro, tenho um encostado à box com 15 anos, não quero perder a vantagem de o dar para abate, mas a verdade é que me custa falar de dinheiros, de ter de fazer contas à vida, de pendinchar no banco aquilo que afinal vou pagar em duplicado.
Oh vida, mas porque é que não ganho o euromilhões!
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Fim de semana recreativo
Ora a Miau andou muito ocupada este fim de semana, alem de ter visto "O Quebra-Nozes", no São Carlos, pela Companhia Nacional de Bailado, 2 vezes por razões profissionais, ainda consegui ir ao cinema ver "o Corpo da Mentira" e levar o babe pela primeira vez ao Circo Vitor Hugo Cardinali.
Foi bom para variar a ficar em casa!!!
Adorei o filme, achei que foi Ridley Scott no seu melhor - http://wwws.pt.warnerbros.com/bodyoflies/
O bailado vai muito bem com a sala do São Carlos e está muio apropriado para a época, só acho estranho a Clarinha nunca chegar a acordar - http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvAg.asp?catbn=ag&ag=246820&cat=16
O bébé Miau foi pela primeira vez ao circo, e o que ele ficou sossegado a ver tudo com olhos de quem quer aprender a vida num segundo, hoje de manhã acordou a contar-me como tinha sido, "Os leões fizeram "grauuuu" e eu não me assustei, depois vieram os palhaços e os cavalinhos, e eu sou um elefante".
Boa puto, com essa conversa és capaz de ir longe, acho que hoje vais conseguir captar a atenção das miúdas!
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Teste (Medo)
In Hollywood of the 50's, the obscure screenplay writer Joe Gillis is not able to sell his work to the studios, is full of debts and is thinking in returning to his hometown to work in an office. While trying to escape from his creditors, he has a flat tire and parks his car in a decadent mansion in Sunset Boulevard. He meets the owner and former silent-movie star Norma Desmond, who lives alone wit her butler and driver Max von Mayerling. Norma is demented and believes she will return to the cinema industry, and is protected and isolated from the world by Max, who was his director and husband in the past and still loves her. Norma proposes Joe to move to the mansion and help her in writing a screenplay for her comeback to the cinema, and the small-time writer becomes her lover and gigolo. When Joe falls in love for the young aspirant writer Betty Schaefer, Norma becomes jealous and completely insane and her madness leads to a tragic end.
Ora então isto quer dizer que eu me identifico com uma estrela decrépita de Hollywood?? Nah, estes teste não são fiáveis!!
Deus Existe e é Grego
Este senhor de 36 anos foi eleito o homem mais bonito do mundo, é grego, modelo, desportista e cantor, tendo já representado a Grécia no festival da Eurovisão, que eu confesso, neste momento estou muito triste por não acompanhar!
Tem muito bom aspecto, deve ser gay, porque quando a fruta é muita o pobre desconfia, mas o que importa!
Bom fim de semana
Tem muito bom aspecto, deve ser gay, porque quando a fruta é muita o pobre desconfia, mas o que importa!
Bom fim de semana
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Crónica de um dia igual aos outros
Nos últimos dias, e à falta de melhor para fazer tenho andado a ler jornais na net.
Há algum tempo que tinha decidido deixar-me disso, ler jornais, ver notícias, cansei de saber que os políticos são maus, que os bancos são tão susceptíveis de ir à falência como outra qualquer empresa, que contínua a haver guerra, que até agora ainda ninguém teve a coragem de tentar erradicar a fome, que o narcotráfico gera riqueza suficiente para dominar países, que os piratas do mar são heróis, que há crianças maltratadas, que há mulheres a morrerem às mãos os companheiros, que o mundo em que vivemos é tudo menos perfeito.
Hoje fiquei a saber que nada mudou.
O BPN é um escândalo que envolve financiamento de partidos, influências e má gestão; a Dra Ferreira Leite à sua maneira tão particular diz que baixar impostos é imperativo, mas que eles vão subir; o terrorismo continua a fazer vitimas, em nome de uma guerra santa que não existe; do outro lado do mundo luta-se para destituir um primeiro ministro; os professores afinal querem avaliar-se a si próprios; que o caso Casa Pia continua em Tribunal; a Grey continua a estudar anatomia; que o Sporting perdeu e o porto ganhou; que a saúde está pela rua da amargura; os portugueses não estão propriamente felizes com a vida que têm, nem com o governo que têm; o Vítor Baia continua a ser provavelmente um dos homens mais interessantes de Portugal e o Jude Law continua a encantar-me com a sua beleza tranquila.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
O desespero da solidão
No fim de semana discutia com um grupo de amigas o que pode levar uma mulher, ou um homem, ao "engate", sendo que engate é entendido no seu pior sentido, e não como o jogo de sedução.
Dizia uma que lhe fazia confusão ver mulheres/homens com "olhos de cama", que bastava olhar para elas/eles para sabermos ao que vinham, procuravam um homem/mulher e não o escondiam, estavam ali para isso, não para se divertirem, mas para arranjar um "engate".
Dizia outra que roçava o ridiculo as figuras que hoje se vêemde mulheres e homens que passam as suas noites a lançar sinais para onde quer que sejam, apenas com o intuito da "caça".
Para mim, qualquer forma de "engate" não é mais do que a expressão suprema do desespero da solidão, às pessoas tem-lhes sido incutido o sucesso como modo de vida: temos de ser os melhores, os mais bonitos, ter os carros topo de gama, os companheiros ideais e de preferência os casamentos perfeitos.
Ora no dia em que alguma destas coisas não se enquadra, falhámos. Por outro lado, homens e mulheres, por muito bem que alguns consigam viver sozinhos, sem uma companhia com quem partilhar a vida, sentem-se invariávelmente sozinhos, desamparados, e no desespero, compreendo que por vezes se perca a noção de que "engatar" está muito longe das suas reais necessidades.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Prendas de Natal
Decidi pedir ajuda a uma amiga minha que trabalha numa agência de viagens, para me ajudar a escolher a prenda de Natal a dar aos meus estimados chefes.
Amiga:
Se o teu patrão quiser sei de uns destinos porreiros... com actividades radicais desenvolvidas pelas farc's...
Contacto com natureza assegurado....
E emoção a tomar conta do dia.. ah e tem spa... vocacionado pro excesso de peso.. com um programa inovador, mas fantástico... designado passar muita fominha!
Eu:
Esta decidido, vou enviá-los para a Colômbia. Estou uma mãos largas!
Amiga:
Se o teu patrão quiser sei de uns destinos porreiros... com actividades radicais desenvolvidas pelas farc's...
Contacto com natureza assegurado....
E emoção a tomar conta do dia.. ah e tem spa... vocacionado pro excesso de peso.. com um programa inovador, mas fantástico... designado passar muita fominha!
Eu:
Esta decidido, vou enviá-los para a Colômbia. Estou uma mãos largas!
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Pensamento do Dia
Há uns anos, esteve em Portugal um guru da economia, não me lembro qual, que dizia que o problema do país eram os gestores, que os havia a mais e que eram...fraquinhos, vá. Para ser simpática.
Posto isto, e se em Portugal os bancos não fossem geridos por putos saídos da Universidade sem experiência de vida, ou pior, por políticos desocupados com necessidade de manter o nível de vida (vulgo tacho), será que não teríamos de ir esmifrar mais uns milhõezinhos ao erário publico, é que sinceramente já me custa o tanto que me vêem ao bolso?
E no resto do mundo, o problema qual é?
Posto isto, e se em Portugal os bancos não fossem geridos por putos saídos da Universidade sem experiência de vida, ou pior, por políticos desocupados com necessidade de manter o nível de vida (vulgo tacho), será que não teríamos de ir esmifrar mais uns milhõezinhos ao erário publico, é que sinceramente já me custa o tanto que me vêem ao bolso?
E no resto do mundo, o problema qual é?
Sou inconstante.
Desconfio que a minha vida se regula em ciclos de 3 anos, ao fim dos quais me cansei do que tenho e preciso mudar.
Sou insatisfeita.
Quando tenho qualquer coisa de meu, começo a pensar o que fazer para ter mais.
Acho sempre que cuido pouco de mim, que dou pouca atenção aos que mais a merecem, que tenho pouco dinheiro, que tenho pouco trabalho.
Talvez por tudo isto tento mudar de emprego há cerca de um ano.
Quero um emprego onde possa trabalhar mais, ganhar em conformidade, explorar o meu potencial, aplicar os meus conhecimentos, aprofundar as minhas competências.
Mas não está nada fácil, por vezes penso que a altura é má e que tenho de ter paciência porque a área financeira é remetida para segundo plano em recessões ou períodos económicos menos favoráveis. Outras penso que o problema sou eu, que talvez não seja suficientemente competente, que talvez tenha graves lacunas do ponto de vista profissional, que devia ter gerido a minha carreira de uma forma mais racional, enfim...
De forma a evitar ser consumida pelos meus pensamentos tenho de me forçar a pensar positivo, sei que sou competente, sei que sou capaz e sei que mereço muito mais do que o que tenho actualmente, e é por isso que preciso pensar todos os dia ao acordar: "God will provide"
Mesmo que me custe por vezes acreditar que Deus existe.
Desconfio que a minha vida se regula em ciclos de 3 anos, ao fim dos quais me cansei do que tenho e preciso mudar.
Sou insatisfeita.
Quando tenho qualquer coisa de meu, começo a pensar o que fazer para ter mais.
Acho sempre que cuido pouco de mim, que dou pouca atenção aos que mais a merecem, que tenho pouco dinheiro, que tenho pouco trabalho.
Talvez por tudo isto tento mudar de emprego há cerca de um ano.
Quero um emprego onde possa trabalhar mais, ganhar em conformidade, explorar o meu potencial, aplicar os meus conhecimentos, aprofundar as minhas competências.
Mas não está nada fácil, por vezes penso que a altura é má e que tenho de ter paciência porque a área financeira é remetida para segundo plano em recessões ou períodos económicos menos favoráveis. Outras penso que o problema sou eu, que talvez não seja suficientemente competente, que talvez tenha graves lacunas do ponto de vista profissional, que devia ter gerido a minha carreira de uma forma mais racional, enfim...
De forma a evitar ser consumida pelos meus pensamentos tenho de me forçar a pensar positivo, sei que sou competente, sei que sou capaz e sei que mereço muito mais do que o que tenho actualmente, e é por isso que preciso pensar todos os dia ao acordar: "God will provide"
Mesmo que me custe por vezes acreditar que Deus existe.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Dia Mundial do Não Fumador
Por ser dia de comemorações, aqui me confesso, não fumo há 4 meses e 25 dias!! A Amy devia pôr os olhos em mim!
Crónica de uma morte anunciada
Há pessoas que por mais que se queira, não nos saiem da pele.
Houve uma festa em minha casa no fim de semana passado, onde estiveram presentes alguns dos meus melhores amigos, daqueles a quem dizemos a verdade mesmo que ela doa, daquelas a quem perdoamos tudo, ainda que nos magoe.
Amiga - Tás mais gordinha....
Eu - Achas?
Amiga - Até estás com barriguinha, não me digas que estás grávida outra vez, vem aí um irmão para o Alexandre?!
Eu - Credo!!
Eu perdoo-te! E sim estou mais gorda, depois da nossa conversa pesei-me e tenho + 7 kilos do que gostaria.
A mesma amiga, passados uns dias, via messenger:
Amiga - Posso dar-te um conselho?
Eu - Acho que sim.
Amiga - Não podes usar cores escuras, porque te ficam mal.
Eu - As cores escuras ficam-me mal, como é possível se todoa a gente sabe que as cores escuras fazem as pessoas mais magras e tu dizes que eu pareço mais gorda?
Amiga - Mas tu ficas mal magra!
Ó mulher mas tu orientas-te? Mas eu fico bem magra ou gorda? É que depois da nossa primeira conversa já comprei os cremes para emagrecer, as máquinas para exercitar em casa, inscrevi-me no ginásio, nas massagens, na mesoterapia sem agulhas, e agora tu dizes que eu não fico bem magra.
Se não fosses minha amiga eu mandava-te para um sítio que eu cá sei, ou pior, morria a amizade, mas que raio porque gosto eu tanto de ti, quando estamos juntas acabamos sempre a discutir....
Houve uma festa em minha casa no fim de semana passado, onde estiveram presentes alguns dos meus melhores amigos, daqueles a quem dizemos a verdade mesmo que ela doa, daquelas a quem perdoamos tudo, ainda que nos magoe.
Amiga - Tás mais gordinha....
Eu - Achas?
Amiga - Até estás com barriguinha, não me digas que estás grávida outra vez, vem aí um irmão para o Alexandre?!
Eu - Credo!!
Eu perdoo-te! E sim estou mais gorda, depois da nossa conversa pesei-me e tenho + 7 kilos do que gostaria.
A mesma amiga, passados uns dias, via messenger:
Amiga - Posso dar-te um conselho?
Eu - Acho que sim.
Amiga - Não podes usar cores escuras, porque te ficam mal.
Eu - As cores escuras ficam-me mal, como é possível se todoa a gente sabe que as cores escuras fazem as pessoas mais magras e tu dizes que eu pareço mais gorda?
Amiga - Mas tu ficas mal magra!
Ó mulher mas tu orientas-te? Mas eu fico bem magra ou gorda? É que depois da nossa primeira conversa já comprei os cremes para emagrecer, as máquinas para exercitar em casa, inscrevi-me no ginásio, nas massagens, na mesoterapia sem agulhas, e agora tu dizes que eu não fico bem magra.
Se não fosses minha amiga eu mandava-te para um sítio que eu cá sei, ou pior, morria a amizade, mas que raio porque gosto eu tanto de ti, quando estamos juntas acabamos sempre a discutir....
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Dueto de Natal 2008
Por favor, alguém é capaz de salvar a Popota? A pobre não só tem de se vestir de lantejoulas e plumas, coisa que qualquer mulher atenta sabe já passou de moda nos anos 40 do século passado, agora a pobre ainda tem de levar com o Tony Carreira.
Como sou 100% a favor dos animais vou lançar um alerta ao mundo, este fim-de-semana, se não tiver mais nada para fazer, ainda saio para a rua de placard na mão a gritar palavras de ordem do género: “Salvem a Popota”, ou “Devolvam o Tony à mulher, a Popota é uma hipopótama séria”
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Como vai a saúde em Portugal
"Portugal tem dos piores sistemas de cuidados de saúde europeus.
Portugal surge em 26º lugar numa classificação dos sistemas de cuidados de saúde em 31 países europeus, divulgada em Bruxelas pela organização "Health Consumer Powerhouse", que sublinha o deficiente acesso aos tratamentos e tempo de espera.
Com um total de 507 pontos em 1000 possíveis no conjunto de 34 indicadores de desempenho divididos em seis categorias, Portugal é o quarto país da União Europeia com pior resultado, surgindo na lista apenas à frente de Roménia e Bulgária, da Croácia e Macedónia (dois países candidatos à adesão à UE) e da Letónia, última classificada numa lista liderada pela Holanda."
(Notícia publicada hoje no JN)
Quando li a notícia mal pude acreditar, então não é que estes senhores de Bruxelas perceberam aquilo que nós portugueses já perecebemos há tanto tempo que tivemos de iniciar o processo de "comprar" saúde.
Eu - Tive de acabar com o seguro de saúde porque o dinheiro começou a ser escasso.
Amigo norueguês, a viver a Noruega - Mas porquê ter seguro de saúde, o vosso sistema de saúde público é mau?
Eu - Tão bom como o do seguro de saúde, os médicos são os mesmos, por isso não me custou nada acabar com ele, custou mais mandar a mulher a dias embora.
Ou seja, em vez de recorrer ao sistema de saúde nacional, para o qual pagamos os nossos impostos, começámos a ter em paralelo seguros de saúde, que nos garantem um melhor e mais rápido atendimento, mas não são os médicos dos seguros privados, os mesmos que nos atendem no público?
E ainda assim:
Amigo-Sr. Dr. desde que me fez a cirurgia para retirar o sinal que tinha atrás da orelha que tenho tido dores e incomoda-me este alto que aqui ficou.
Médico de uma clinica privada, a quem o meu amigo pagou através do seguro para lhe retirarem um sinal - Se não está contente com o serviço não vale a pena ser consultado. Bom dia.
E saiu da sala.
Começo a perceber porque vão os portugueses da raia aos hospitais em Espanha, a experiência que tive em Sevilha foi das melhores, embora até hoje também não me possa queixar do tratamento que tenho tido nos Hospitais portugueses, mas o meu avô por exemplo, está há 10 anos à espera de ser operado ao joelho, e há mais de 5 à espera de um transplante de córnea.
E assim vai a saúde em Portugal.
Portugal surge em 26º lugar numa classificação dos sistemas de cuidados de saúde em 31 países europeus, divulgada em Bruxelas pela organização "Health Consumer Powerhouse", que sublinha o deficiente acesso aos tratamentos e tempo de espera.
Com um total de 507 pontos em 1000 possíveis no conjunto de 34 indicadores de desempenho divididos em seis categorias, Portugal é o quarto país da União Europeia com pior resultado, surgindo na lista apenas à frente de Roménia e Bulgária, da Croácia e Macedónia (dois países candidatos à adesão à UE) e da Letónia, última classificada numa lista liderada pela Holanda."
(Notícia publicada hoje no JN)
Quando li a notícia mal pude acreditar, então não é que estes senhores de Bruxelas perceberam aquilo que nós portugueses já perecebemos há tanto tempo que tivemos de iniciar o processo de "comprar" saúde.
Eu - Tive de acabar com o seguro de saúde porque o dinheiro começou a ser escasso.
Amigo norueguês, a viver a Noruega - Mas porquê ter seguro de saúde, o vosso sistema de saúde público é mau?
Eu - Tão bom como o do seguro de saúde, os médicos são os mesmos, por isso não me custou nada acabar com ele, custou mais mandar a mulher a dias embora.
Ou seja, em vez de recorrer ao sistema de saúde nacional, para o qual pagamos os nossos impostos, começámos a ter em paralelo seguros de saúde, que nos garantem um melhor e mais rápido atendimento, mas não são os médicos dos seguros privados, os mesmos que nos atendem no público?
E ainda assim:
Amigo-Sr. Dr. desde que me fez a cirurgia para retirar o sinal que tinha atrás da orelha que tenho tido dores e incomoda-me este alto que aqui ficou.
Médico de uma clinica privada, a quem o meu amigo pagou através do seguro para lhe retirarem um sinal - Se não está contente com o serviço não vale a pena ser consultado. Bom dia.
E saiu da sala.
Começo a perceber porque vão os portugueses da raia aos hospitais em Espanha, a experiência que tive em Sevilha foi das melhores, embora até hoje também não me possa queixar do tratamento que tenho tido nos Hospitais portugueses, mas o meu avô por exemplo, está há 10 anos à espera de ser operado ao joelho, e há mais de 5 à espera de um transplante de córnea.
E assim vai a saúde em Portugal.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Thought of the day
"If the global crisis continues, by the end of the year only two Banks will be operational, the Blood Bank and the Sperm Bank!
Then these 2 banks will merge and it will be called "The Bloody Fucking Bank"
(recebi por e-mail e não resisti)
Then these 2 banks will merge and it will be called "The Bloody Fucking Bank"
(recebi por e-mail e não resisti)
Sinceridade
Amigo – Sinto-me muito mais tranquilo, estou a portar-me bem nesta minha relação, ando tão sereno, que há dias olhei ao espelho e vi que estava outra pessoa.
Eu – Sim, realmente estás, mas não é porque te andas a portar bem, é porque estás velho.
Amigo - Podias ser mais simpática e dizer que estou a ficar maduro.
Eu - Podia, mas tu estás sempre a dizer que gostas de mim pela minha capacidade de dizer a verdade, sem lhe estar a pôr paninhos quentes.
Eu – Sim, realmente estás, mas não é porque te andas a portar bem, é porque estás velho.
Amigo - Podias ser mais simpática e dizer que estou a ficar maduro.
Eu - Podia, mas tu estás sempre a dizer que gostas de mim pela minha capacidade de dizer a verdade, sem lhe estar a pôr paninhos quentes.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Carta ao Pai Natal
É por alturas do mês de Novembro, que por esse mundo fora, muitos começam a fazer contas à vida e a perceber que o que ganham nos seus míseros empregos (a menos que sejam gestores públicos ou administradores de bancos à beira da falência) não dá para o brinquedo novo que o puto anda a pedir desde o inicio do ano, nem para aquele fim de ano na Madeira, que anda atravessado desde que a vizinha do lado mostrou as fotografias do fogo de artificio.
É também por alturas do mês de Novembro que disparam as utilizações dos cartões de crédito, na esperança de serem pagos a 30 dias com o subsídio de Natal, mas na realidade as dívidas acabam por parecer ter pilhas Duracell, é que duram, e duram…
Eu decidi ser diferente, e por isso hoje dediquei-me ao pensamento (coisa que normalmente me inibo de fazer pois ganho rugas).
Assim pensei em todas as prendas de Natal que quero para mim, porque o resto da familia já foi informado: “Este ano prendas só as que vierem pela chaminé.”
Como todos os possíveis candidatos vivem em apartamentos e a chaminé é uma coisa em desuso, estou livre de dar presentes.
Mas este ano estou esperançada, não sei se pela vitória do Obama, mas a verdade é que estou esperançada na mudança. Acho que a 24 de Dezembro o mundo vai ser surpreendido, se olharmos com atenção para o céu iremos ver o trenó, as renas e o anafado (roliço vá, não aconteça ele ser sensível com o peso) do Pai Natal.
Por isso vou escrever a minha carta ao Pai Natal hoje, e via email. Cedinho para ele poder procurar com calma e em formato electrónico que eu acredito num Pai Natal modernaço. Aqui vai:
“ Querido Pai Natal, este ano portei-me bem,
- não bati com o rolo da massa no meu marido, nem quando ele me exasperou por não arrumar as coisas que deixa espalhadas casa fora, ou deixar a tampa da sanita para cima, ou … enfim tu percebes …
- não cuspi na cara dos meus chefes sempre que cinicamente me deram os bons dias e perguntaram se estava bem, depois de me terem retirado as funções de financeira e atirado para a recepção;
- sou simpática para todos os clientes que entram porta dentro na empresa onde trabalho e acham que sou criada deles;
- ouço reclamações muito “apuradinhas” de fornecedores que se queixam, com razão de que a empresa onde trabalho lhes deve facturas com mais de 4 anos;
- não pus o meu filho de 2 anos para o castigo quando ele fez cocó no tapete da sala por estar a ver o noddy e se esquecer de pedir para ir à sanita, nem lhe disse que tu não existes;
- gosto das minhas amigas mesmo quando elas cancelam aquele jantar providencial que vai finalmente cortar a minha rotina, porque se zangaram com o marido, ou simplesmente não lhe apetece sair de casa porque está frio.
Fui uma menina linda, e ainda me inscrevi no yoga para aprender a controlar a raiva, ando a fazer meditação para evitar respostas bruscas, ando a tentar melhorar o meu mau feitio, pelo que mereço todas as seguintes prendas:
- Mala castanha pele de crocodilo da Sisley;
- Vestido vermelho da Globe;
- Sapatos pele de leopardo da Lanidor;
- Gabardine bege da Globe;
- Relógio com brilhantes e bracele branca da Guess;
- Casaco comprido castanho da Globe;
- Relógio com brilhantes e bracelete preta da Electa;
- Tennis Guess (vi-os na sapataria do centro comercial da portela, é fácil de encontrar);
- Um emprego melhorzito, já agora na área financeira e perto de casa, que pague bem e onde se possa sair a horas;
- O fim, mas mesmo final, das empresas de herança do meu paizinho que só me têm trazido é dívidas para pagar;
Eu sei que os pedidos que se seguem eu devia fazê-los ao menino Jesus, mas … posso começar por ti, depois mando-lhe outra carta a ele, que isto de pedir muito nunca fez mal a ninguém: saudinha, para mim e para os que me são queridos; que a crise não nos afecte muito; dinheirinho para conseguir pagar a casa, o carro, os móveis, os cartões de crédito e as férias (aqueles que tiverem estes créditos todos vão agradecer-me); trabalho, por muito mau que seja, que chegue o cheque ao fim do mês, já ajuda; paz no mundo, o fim das guerras e do sofrimento que por aí anda.
Não é pedir muito pois não?? Um grande bem haja, meu querido Pai Natal”
É também por alturas do mês de Novembro que disparam as utilizações dos cartões de crédito, na esperança de serem pagos a 30 dias com o subsídio de Natal, mas na realidade as dívidas acabam por parecer ter pilhas Duracell, é que duram, e duram…
Eu decidi ser diferente, e por isso hoje dediquei-me ao pensamento (coisa que normalmente me inibo de fazer pois ganho rugas).
Assim pensei em todas as prendas de Natal que quero para mim, porque o resto da familia já foi informado: “Este ano prendas só as que vierem pela chaminé.”
Como todos os possíveis candidatos vivem em apartamentos e a chaminé é uma coisa em desuso, estou livre de dar presentes.
Mas este ano estou esperançada, não sei se pela vitória do Obama, mas a verdade é que estou esperançada na mudança. Acho que a 24 de Dezembro o mundo vai ser surpreendido, se olharmos com atenção para o céu iremos ver o trenó, as renas e o anafado (roliço vá, não aconteça ele ser sensível com o peso) do Pai Natal.
Por isso vou escrever a minha carta ao Pai Natal hoje, e via email. Cedinho para ele poder procurar com calma e em formato electrónico que eu acredito num Pai Natal modernaço. Aqui vai:
“ Querido Pai Natal, este ano portei-me bem,
- não bati com o rolo da massa no meu marido, nem quando ele me exasperou por não arrumar as coisas que deixa espalhadas casa fora, ou deixar a tampa da sanita para cima, ou … enfim tu percebes …
- não cuspi na cara dos meus chefes sempre que cinicamente me deram os bons dias e perguntaram se estava bem, depois de me terem retirado as funções de financeira e atirado para a recepção;
- sou simpática para todos os clientes que entram porta dentro na empresa onde trabalho e acham que sou criada deles;
- ouço reclamações muito “apuradinhas” de fornecedores que se queixam, com razão de que a empresa onde trabalho lhes deve facturas com mais de 4 anos;
- não pus o meu filho de 2 anos para o castigo quando ele fez cocó no tapete da sala por estar a ver o noddy e se esquecer de pedir para ir à sanita, nem lhe disse que tu não existes;
- gosto das minhas amigas mesmo quando elas cancelam aquele jantar providencial que vai finalmente cortar a minha rotina, porque se zangaram com o marido, ou simplesmente não lhe apetece sair de casa porque está frio.
Fui uma menina linda, e ainda me inscrevi no yoga para aprender a controlar a raiva, ando a fazer meditação para evitar respostas bruscas, ando a tentar melhorar o meu mau feitio, pelo que mereço todas as seguintes prendas:
- Mala castanha pele de crocodilo da Sisley;
- Vestido vermelho da Globe;
- Sapatos pele de leopardo da Lanidor;
- Gabardine bege da Globe;
- Relógio com brilhantes e bracele branca da Guess;
- Casaco comprido castanho da Globe;
- Relógio com brilhantes e bracelete preta da Electa;
- Tennis Guess (vi-os na sapataria do centro comercial da portela, é fácil de encontrar);
- Um emprego melhorzito, já agora na área financeira e perto de casa, que pague bem e onde se possa sair a horas;
- O fim, mas mesmo final, das empresas de herança do meu paizinho que só me têm trazido é dívidas para pagar;
Eu sei que os pedidos que se seguem eu devia fazê-los ao menino Jesus, mas … posso começar por ti, depois mando-lhe outra carta a ele, que isto de pedir muito nunca fez mal a ninguém: saudinha, para mim e para os que me são queridos; que a crise não nos afecte muito; dinheirinho para conseguir pagar a casa, o carro, os móveis, os cartões de crédito e as férias (aqueles que tiverem estes créditos todos vão agradecer-me); trabalho, por muito mau que seja, que chegue o cheque ao fim do mês, já ajuda; paz no mundo, o fim das guerras e do sofrimento que por aí anda.
Não é pedir muito pois não?? Um grande bem haja, meu querido Pai Natal”
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
A carta que nunca te escrevi
Soube desde o primeiro dia em que te vi que serias meu! Meu amigo, meu confidente, meu amante, namorado e marido. Escolhi-te para pai do meu filho, aquele que sabia um dia ser nosso.
Os românticos dirão que foi amor à primeira vista, os cínicos refutaram que tal não existe.
Durante um ano vi-te com outra pessoa e tu a mim. Aproximámo-nos da forma mais pura, tornámo-nos amigos.
Durante um ano e sem o saber seduzi-te com palavras e olhares, conversas de mundos distantes onde nunca estive, mas que gostava de conhecer. De outros tantos que aprendi a gostar pelos pormenores: uma ruela escura em Barcelona que escondia um bar recôndito com guitarras flamencas e vozes roucas de cigarros e álcool; os vasos floridos das varandas vienenses; as praias de pedra-pomes e águas tépidas de enfroxe ao sul da Sicília.
Seduzi-te durante um ano sem dar por isso, por entre conversas filosóficas e teorias da conspiração.
Durante um ano entreguei-me a outros braços, a outra boca que me beijava e dizia amar-me, a outro corpo que eu amava sem perceber o engano. E enganei, e trai, trai-me! Trai-me nos valores e nas convicções, sem saber que afinal era a ti que amava e a ti que procurava encontrar nos braços e nos corpos dos outros.
Tudo mudou no dia em que percebi que afinal o amor aparece em qualquer lado, mesmo nos locais em que não o esperamos, mas que lá no fundo do nosso ser sempre o soubemos.
Tentei lembrar-me da primeira vez em que me entreguei a ti de corpo, a alma já a tinhas desde aquela noite na tasca a cheirar a bifanas em que nos conhecemos, sem que eu tivesse dado por isso. Não me lembro do fogo que me queimava a pele de cada vez que me tocavas, nem dos calafrios que me percorriam o corpo ao sussurrares que me amavas. Não me lembro da tua língua a procurar a minha, das nossas roupas no chão.
Não me lembro do êxtase de me vir, nem do desengano a que me deixei submeter nos segundos seguintes. Não me lembro dos nossos corpos suados, unos, fundidos num só, nem de estremecer de prazer enquanto a tua boca me percorria o corpo.
Os românticos dirão que foi amor à primeira vista, os cínicos refutaram que tal não existe.
Durante um ano vi-te com outra pessoa e tu a mim. Aproximámo-nos da forma mais pura, tornámo-nos amigos.
Durante um ano e sem o saber seduzi-te com palavras e olhares, conversas de mundos distantes onde nunca estive, mas que gostava de conhecer. De outros tantos que aprendi a gostar pelos pormenores: uma ruela escura em Barcelona que escondia um bar recôndito com guitarras flamencas e vozes roucas de cigarros e álcool; os vasos floridos das varandas vienenses; as praias de pedra-pomes e águas tépidas de enfroxe ao sul da Sicília.
Seduzi-te durante um ano sem dar por isso, por entre conversas filosóficas e teorias da conspiração.
Durante um ano entreguei-me a outros braços, a outra boca que me beijava e dizia amar-me, a outro corpo que eu amava sem perceber o engano. E enganei, e trai, trai-me! Trai-me nos valores e nas convicções, sem saber que afinal era a ti que amava e a ti que procurava encontrar nos braços e nos corpos dos outros.
Tudo mudou no dia em que percebi que afinal o amor aparece em qualquer lado, mesmo nos locais em que não o esperamos, mas que lá no fundo do nosso ser sempre o soubemos.
Tentei lembrar-me da primeira vez em que me entreguei a ti de corpo, a alma já a tinhas desde aquela noite na tasca a cheirar a bifanas em que nos conhecemos, sem que eu tivesse dado por isso. Não me lembro do fogo que me queimava a pele de cada vez que me tocavas, nem dos calafrios que me percorriam o corpo ao sussurrares que me amavas. Não me lembro da tua língua a procurar a minha, das nossas roupas no chão.
Não me lembro do êxtase de me vir, nem do desengano a que me deixei submeter nos segundos seguintes. Não me lembro dos nossos corpos suados, unos, fundidos num só, nem de estremecer de prazer enquanto a tua boca me percorria o corpo.
Preocupei-me de ter esquecido, mas depois percebi a razão. A nossa primeira vez é reinventada a cada noite em que fazemos amor, em que o sexo nos leva à loucura de sermos amados de novo em cada entrega.
Soube da primeira vez que te vi que serias meu. Sei agora que o serás para sempre, nas conversas banais, na rotina dos nossos dias, nos olhares que nos tornam cúmplices, nas meias palavras e na vida que construímos juntos.
14 de Fevereiro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Será possivel acreditar na mudança?
Antes:
Depois:
Gosto de acreditar que a mudança é uma coisa boa, que existe para melhorar.
Gostei de ver a vaga de esperança que se criou à volta de Barack Obama, como se o mundo se pudesse tornar um lugar melhor por ter nos Estados Unidos um presidente diferente.
Mas a pergunta que me tem incomodado nos últimos dias é se realmente posso acreditar que uma só pessoa conseguirá congregar em si o segredo para mudar o mundo.
Alguém me dizia no dia das eleições que Obama parecia muita uva, resta saber se não será pouca parra.
Depois:
Gosto de acreditar que a mudança é uma coisa boa, que existe para melhorar.
Gostei de ver a vaga de esperança que se criou à volta de Barack Obama, como se o mundo se pudesse tornar um lugar melhor por ter nos Estados Unidos um presidente diferente.
Mas a pergunta que me tem incomodado nos últimos dias é se realmente posso acreditar que uma só pessoa conseguirá congregar em si o segredo para mudar o mundo.
Alguém me dizia no dia das eleições que Obama parecia muita uva, resta saber se não será pouca parra.
Carta feita de nada
(Henri Cartier Bresson)
Acordei com vontade de ti.
Não sei porquê nem porque não, mas assolou-me uma necessidade enorme de pegar na caneta e escrever. Dizer tudo o que não consigo dizer cara a cara. Sou cobarde eu sei, mas é a minha forma de estar.
Passaram 3 meses desde que nos conhecemos, foi um encontro estranho o nosso, os olhos cruzaram as vontades e nasceu o desejo no canto da boca, na ponta dos dedos, no tremor de dois corpos que se fundiram em suor.
Foi em espiral de ausência de sonhos ou expectativas que crescemos juntos, tu e eu. E foi assim que cheguei perto do precipício, a loucura de te querer sem te ter, num remoinho de emoções confusas, sem nexo.
Nos últimos tempos deixei de ter sede, passei apenas a beber da vida, foi o que me deste de ti, nada mais, um corpo sem alma, desejo sem paixão.
Tenho-te longe, mas basta uma palavra para me acordar do torpor em que me deixas, quando te vejo fugir por entre a noite no meio do fumo de um cigarro, e mais outro. Passa a noite devagar, até ao dia em que voltas ao meu colo, e te embrenhas neste corpo que fizeste teu, sem pedires.
Não te quero mais.
Não sei porquê nem porque não, mas assolou-me uma necessidade enorme de pegar na caneta e escrever-te. Dizer-te tudo o que não tenho conseguido dizer cara a cara. Sou cobarde eu sei, mas é a minha forma de estar.
Não quero continuar a viver ao sabor dos teus caprichos, quero querer mais. Preciso de me consumir em paixão, e não de ser consumida por pensamentos, quero amar e agarrar as asas dos meus sonhos para voar até onde eles me levarem, correntes que me prendam.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Homens
Sei que os homens são muito práticos quando o meu filho de dois anos, depois de lhe ter ralhado -“Então e agora Alexandre?”- por fazer cocó no tapete da sala, enquanto se entretinha a ver os desenhos animados no canal panda, me diz com o ar mais sereno do mundo:
- Agora, vou pegar nos dodots, limpar, pôr na sanita e vou para a sala ver o canal Panda.
Sábio o meu filho, para quê stressar com uma coisa tão simples e de fácil resolução…
- Agora, vou pegar nos dodots, limpar, pôr na sanita e vou para a sala ver o canal Panda.
Sábio o meu filho, para quê stressar com uma coisa tão simples e de fácil resolução…
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Aniversário
Hoje é para mim um dia grandioso.
Há precisamente dois anos atrás dava à luz o meu milagre chamado Alexandre.
Durante anos, creio que enquanto não dei corda o relógio biológico, pensava que ter um filho era um acto de egoísmo, trazer uma criança a este mundo de hoje - onde impera a violência, a corrupção, em que as pessoas deixaram de acreditar umas nas outras, em que a maldade real consegue superar em larga escala a ficção por muito retorcida que ela seja - era um crime.
Hoje sei que o crime compensa.
O Alexandre trouxe um novo alento à minha vida, ser mãe despertou o melhor que há em mim, e também o pior. Têm sido dois anos de bênção e de sofrimento.
Uma criança altera por completo a nossa vida, a nossa rotina, a nossa intimidade. Deixamos de ser nós e o mundo, passamos antes a ser o intermediário entre o mundo e a criança. É através dos nossos olhos que a criança entende o mundo que a rodeia, e conclui que educar doí.
Não há amor mais incondicional do que aquele que é partilhado por uma mãe/pai e um filho, porque não há qualquer tipo de negócio por trás, damos sem esperar nada em troca.
Não há relação mais sensual do que a de ter nos braços o nosso filho recem nascido, completamente nosso, inocente, vulnerável.
Há dias peguei-lhe ao colo depois de ter acordado de um pesadelo, enrosquei-o em mim e voltei a senti-lo nos braços, abandonado no sono que pegou no meu regaço, e tive tantas saudades de quando ele era um nico de gente, sem vontade própria.
Egoísmo...talvez, mas era tão doce tê-lo em mim sempre que queria, agora colo é uma coisa de bébé e ele já tem 2 anos, e uma personalidade muito forte, sabe sempre o que quer e nem sempre é o mesmo que eu, embora tenha sempre pronto um beijo e um carinho.
Hoje homenageio o meu filho, que fez de mim uma pessoa melhor, uma mulher, uma mãe.
(foto retirada do site anne guedes)
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
O que levamos da vida
Ontem diziam-me que o que levamos da vida são umas piadas secas aqui, umas bicadas ali, para que a vida nos sorria, enquanto nos lixam. E a mim já me fizeram de tudo para me lixar, e conseguiram.
Agora sei que o quero levar da vida são passeios à beira mar, almoços e jantares com amigos, noites românticas e de loucura, viagens a dois ou em grupo. Quero levar na memória beijos apaixonados, paixões efémeras e amores longos, alguns dolorosos outros saborosos. Saber que sou amada e que amo, sem receios ou entraves. O cheiro da pele do meu filho, o toque do pêlo da minha cadela. A ternura de um toque da minha mãe e o desejo no olhar do meu marido.
Não preciso mais de ser cínica ou amarga, gosto de acreditar que “cá se fazem cá se pagam”, e como diz um sábio amigo: a vida é como uma daquelas rodas da feira popular, por vezes estás em cima, outras estás em baixo os amigos, os verdadeiros, acompanham-te em qualquer um dos sentidos, e é nas alturas de baixa que separas o trigo do joio.
Pode ser que quem um dia me magoou, venha a precisar de mim.
A vingança é como a Vichyssoise.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
No Bar
Como se engasgar e ficar sem fala enquanto se bebe um galão e se mastiga um pão de deus torrado com manteiga:
Eu: Então de quanto tempo está esse bébé? - pergunto eu de sorriso rasgado.
Colega: O bébé já nasceu hà 7 meses. - responde-me ela de sobrolho franzido.
Pensamento do dia: nunca mais correr o risco de chamar gorda a alguém sem querer, não voltar a comentar as barrigas giras que as grávidas fazem, elas podem não ser grávidas, apenas barrigudas!
Eu: Então de quanto tempo está esse bébé? - pergunto eu de sorriso rasgado.
Colega: O bébé já nasceu hà 7 meses. - responde-me ela de sobrolho franzido.
Pensamento do dia: nunca mais correr o risco de chamar gorda a alguém sem querer, não voltar a comentar as barrigas giras que as grávidas fazem, elas podem não ser grávidas, apenas barrigudas!
Noddy
Começo a ter grande dificuldade em deixar o meu filho de 2 anos ver o Noddy, isto porque tenho sérias dúvidas sobre a sua idoneidade.
Como é possível o sacana com o ordenado de taxista ter carro, casa, avião... E já agora, alguém alguma vez viu o cabrão a trabalhar?? Eu não!!
Será que a Cidade dos Brinquedos, fica na Suiça e o Noddy é o tão falado sobrinho do autarca de Oeiras, Isaltino Morais??
Como é possível o sacana com o ordenado de taxista ter carro, casa, avião... E já agora, alguém alguma vez viu o cabrão a trabalhar?? Eu não!!
Será que a Cidade dos Brinquedos, fica na Suiça e o Noddy é o tão falado sobrinho do autarca de Oeiras, Isaltino Morais??
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Será que a poesia imita a vida, ou o contrário?
Ontem embrulhei-te em mim
Entrámos juntos na madrugada, tu e eu.
O teu cheiro bailava-me nas narinas
Mel e jasmim, perfume de inocência
O teu calor queimando-me a pele.
Abandonado em mim, dormias.
E eu chorava, por te ter tão perto
Tão completamente meu
Vulneravel em toda a tua força
Senti que por ti, seria capaz de lutar contra o mundo
E vencer a batalha.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Notícias interessantes
Ultimamente tenho sido tudo menos uma pessoa atenta. Cansei de ver notícias, debates, não quero andar actualizada, quero desconhecer o porquê da crise do sub prime, não quero saber porque precisam os bancos portugueses de um empréstimo meu/nosso (contribuintes) de 20 milhões de euros, não me interessa que parte da dívida coberta pelo governo dos Estados Unidos à AIG tenha sida utilizada no pagamento dos salários e prémios mais que milionários que os seus (maus) gestores recebem.
Há um sentimento de impunidade que me incomoda, uma falta de valores è escala mundial que me poria a cofiar a cabeça, se eu me desse a tanto trabalho, por isso, esta que antes era capaz de esgrimir grandes e acertados argumentos sobre tudo o que era notícia nacional, internacional e inter galáctica se assim fosse o caminho da conversa tornou-se… uma gaja chata?
Não uma gaja mais dada as suas coisas, aos seus botões. Para quê preocupar-me em saber em como vai o mundo se o cabrão não quer saber de mim para nada. E assim tenho andado, a fazer pesquisas até interessantes, mas que não fazem noticia, quando se me deparo com a notícia que me abalou.
Penso que depois do dia de hoje, ou melhor depois do dia das bruxas, nunca nada será como antes.
Estava embrenhada com os meus pensamentos enquanto folheava uma revista procurando saber o que os astros me reservavam para esta semana, (não que eu acredite em astros, mas também ninguém acredita em bruxas, pois não? )
O drama, o horror, o choque, tremo só de pensar no que li - as festas da playboy em casa de Hugh Hefner vão acabar, a partir de Novembro não haverá mais coelhinhas a passearem-se pela casa do senhor que mostrou muitas maminhas famosas (e outras tantas completamente desconhecidas) ao comum mortal.
Detesto extremistas, confesso que não gosto de machistas, feministas, racistas, sindicalistas, e outros que acabam em “istas”, mas que de momento não me recordo, e tenho quase a certeza de que a culpa deste fim do mundo como o conhecemos se deve aos activistas da defesa dos animais, estou apostada em dizer que estes fizeram inúmeras vigílias à porta da mansão, empunhando cartazes querendo acabar com a exploração das coelhas, parec que os estou a imaginar "Devolvam as coelhas à Pascoa" ou " Abaixo a exploração sexual das coelhinhas".
Mas dei-me ao trabalho de ler a notícia até ao fim e percebi que afinal a culpa é da crise, as festas vão acabar por... pasme-se, contenção de custos.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
A Crise
Sei que as variações do preço do petróleo me afectam quando o meu Ax não chega a sair nunca da reserva.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Dissertações sobre absolutamente nada
Hoje não tenho nenhum texto na manga, nem tão pouco uma ideia sobre o que escrever, acho que se me esgotaram as ideias para os textos, deve ser por isso que fui para a área de ciências em vez de humanísticas.
Gosto de falar sobre pessoas, adoro pôr a mão cá dentro e tirar o que tenho de pior, expor-me como catarse, e como eu preciso de catarse nos últimos tempos.
Ando deprimida já vai para 2 anos, curioso, faz precisamente 2 anos que me aconteceu nascer o meu filho, deviam ter sido os melhores 2 anos da minha vida e ....
Agora ando a tentar saber quem sou, se a minha aura me é favorável, se as minhas energias estão equilibradas, se há alguma forma de poder controlar as emoções de forma positiva.
Há duas coisas que me acalmam desde que me conheço, uma igreja solitária e o mar, então decidi trazer o equipamento necessário para arrastar este belo corpinho de sereia até à beira mar para correr, sim que até os corpos das sereias depois dos 3o, já viram melhores dias.
Hoje vou tentar o mar, amanhã logo se vê se preciso de ir à igreja. Há uma de que gosto, não sou muito dada a coisas de religião, embora tenha sido educada num colégio religioso e faça as minhas ocasionais viagens a Fátima para pedir auxilio ou para acertar contas com a santa, que a bem dizer nunca me desiludiu. Já o mesmo não posso dizer do sacana do Santiago de Compostela, mas aqui a burra sempre ouviu dizer que "de Espanha, nem bom vento, nem bom casamento" mas na altura não acreditou.
Sim é verdade, desloquei-me a Compostela por alturas do jubileu,(ou terá sido do jacobeu, pouco importa) porque ouvi dizer que teríamos 100 anos de felicidade se fossemos em peregrinação a pé. Eu fui de carro e calculei que assim devia ter direito a uns 50 anitos, o que me era suficiente. Enganou-me o santo, será que devo voltar e cobrar?
Gosto de falar sobre pessoas, adoro pôr a mão cá dentro e tirar o que tenho de pior, expor-me como catarse, e como eu preciso de catarse nos últimos tempos.
Ando deprimida já vai para 2 anos, curioso, faz precisamente 2 anos que me aconteceu nascer o meu filho, deviam ter sido os melhores 2 anos da minha vida e ....
Agora ando a tentar saber quem sou, se a minha aura me é favorável, se as minhas energias estão equilibradas, se há alguma forma de poder controlar as emoções de forma positiva.
Há duas coisas que me acalmam desde que me conheço, uma igreja solitária e o mar, então decidi trazer o equipamento necessário para arrastar este belo corpinho de sereia até à beira mar para correr, sim que até os corpos das sereias depois dos 3o, já viram melhores dias.
Hoje vou tentar o mar, amanhã logo se vê se preciso de ir à igreja. Há uma de que gosto, não sou muito dada a coisas de religião, embora tenha sido educada num colégio religioso e faça as minhas ocasionais viagens a Fátima para pedir auxilio ou para acertar contas com a santa, que a bem dizer nunca me desiludiu. Já o mesmo não posso dizer do sacana do Santiago de Compostela, mas aqui a burra sempre ouviu dizer que "de Espanha, nem bom vento, nem bom casamento" mas na altura não acreditou.
Sim é verdade, desloquei-me a Compostela por alturas do jubileu,(ou terá sido do jacobeu, pouco importa) porque ouvi dizer que teríamos 100 anos de felicidade se fossemos em peregrinação a pé. Eu fui de carro e calculei que assim devia ter direito a uns 50 anitos, o que me era suficiente. Enganou-me o santo, será que devo voltar e cobrar?
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
A teoria do silêncio
Este fim de semana conclui que o ruído incomoda, desconcentra, pode até levar-nos a cometer erros.
No sábado à noite fui ao teatro, ver um amigo meu em palco, achei hilariante a peça em que ele entrou, achei que ele estava muito bem - não sei há quanto tempo ele faz teatro, mas para mim foi a sua estreia e eu achei maravilhoso!
A peça era de Tchekhov, 2 actos de pura maldade burguesa, muito divertida nas suas intrigas e enganos.
No fim da peça encontrá-mo-nos e eu queixei-me do muito barulho que tinha a sala, ele havia crianças a chorar, mulheres histéricas a rir porque um senhor partiu a cadeira, telemóveis que tocavam aqui e ali, um sem fim de barulhos de fundo, que segundo o meu amigo o incomodaram, e segundo ele foram a razão para os seus (poucos) erros. Conclui: O silêncio compensa, no teatro.
No domingo convidaram-me para ir ver o Benfica-Penafiel no estádio da luz. Não sou adepta, aliás nem gosto muito de futebol, e quando gosto a minha equipa não é nenhuma das mencionadas. Mas o facto de me terem oferecido o jantar e o convívio com alguns dos amigos com que mais me identifico actualmente, fizeram-me sair de casa feliz por ir ver um jogo de futebol.
O jogo foi mau, muito mau. Muitos passes perdidos, muitas falhas nas passagens, pouca garra, pouca convicção. O que o futebol tem de pior é ver um jogo mau em que as equipas não mexem connosco, embora eu ache que uma vez que é um desporto de massas, quando estamos no meio de muitos benfiquistas acabamos por inconscientemente querer que a equipa dos nossos amigos ganhe, não por nós, mas por eles.
O jogo foi a um agonizante prolongamento e finalmente a penaltis. O barulho de 20 mil pessoas pode ser ensurdecedor quando é ao adversário que toca marcar, e estou cá em dizer que o único jogador que não marcou golo se deixou desconcentrar por lhe terem chamado nomes à mãe.
Vi um filme há uns anos atrás sobre um jogador de basebol, não me lembro do nome, só sei que o protagonista era o Kevin Costner, e que quando entrava em campo dizia qualquer coisa como: "Bloquear" e a sua concentração fazia com que deixasse de ouvir o que o rodeava, erigia sobre si uma barreira de silêncio para bater a bola.
Conclui: também no futebol as coisas correriam melhor se fosse um jogo de silêncios.
Na vida como no teatro e no futebol, há alturas em que o silêncio é tão bem vindo, pena que quando o temos não o saibamos apreciar, porque é precisamente quando perdemos algo que julgávamos garantido que este nos faz mais falta.
No sábado à noite fui ao teatro, ver um amigo meu em palco, achei hilariante a peça em que ele entrou, achei que ele estava muito bem - não sei há quanto tempo ele faz teatro, mas para mim foi a sua estreia e eu achei maravilhoso!
A peça era de Tchekhov, 2 actos de pura maldade burguesa, muito divertida nas suas intrigas e enganos.
No fim da peça encontrá-mo-nos e eu queixei-me do muito barulho que tinha a sala, ele havia crianças a chorar, mulheres histéricas a rir porque um senhor partiu a cadeira, telemóveis que tocavam aqui e ali, um sem fim de barulhos de fundo, que segundo o meu amigo o incomodaram, e segundo ele foram a razão para os seus (poucos) erros. Conclui: O silêncio compensa, no teatro.
No domingo convidaram-me para ir ver o Benfica-Penafiel no estádio da luz. Não sou adepta, aliás nem gosto muito de futebol, e quando gosto a minha equipa não é nenhuma das mencionadas. Mas o facto de me terem oferecido o jantar e o convívio com alguns dos amigos com que mais me identifico actualmente, fizeram-me sair de casa feliz por ir ver um jogo de futebol.
O jogo foi mau, muito mau. Muitos passes perdidos, muitas falhas nas passagens, pouca garra, pouca convicção. O que o futebol tem de pior é ver um jogo mau em que as equipas não mexem connosco, embora eu ache que uma vez que é um desporto de massas, quando estamos no meio de muitos benfiquistas acabamos por inconscientemente querer que a equipa dos nossos amigos ganhe, não por nós, mas por eles.
O jogo foi a um agonizante prolongamento e finalmente a penaltis. O barulho de 20 mil pessoas pode ser ensurdecedor quando é ao adversário que toca marcar, e estou cá em dizer que o único jogador que não marcou golo se deixou desconcentrar por lhe terem chamado nomes à mãe.
Vi um filme há uns anos atrás sobre um jogador de basebol, não me lembro do nome, só sei que o protagonista era o Kevin Costner, e que quando entrava em campo dizia qualquer coisa como: "Bloquear" e a sua concentração fazia com que deixasse de ouvir o que o rodeava, erigia sobre si uma barreira de silêncio para bater a bola.
Conclui: também no futebol as coisas correriam melhor se fosse um jogo de silêncios.
Na vida como no teatro e no futebol, há alturas em que o silêncio é tão bem vindo, pena que quando o temos não o saibamos apreciar, porque é precisamente quando perdemos algo que julgávamos garantido que este nos faz mais falta.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Só por hoje...
não me irritarei,
não me preocuparei,
sentirei gratidão por tudo,
ganharei a minha vida honestamente,
serei bondoso para com todos os seres.
não me preocuparei,
sentirei gratidão por tudo,
ganharei a minha vida honestamente,
serei bondoso para com todos os seres.
Crise de meia idade
Ela tem alturas da vida em que lhe apetece ser um mensageiro de luz, encontrar-se e ficar consciente de quem é na realidade. É então que lhe dá para se virar para o misticismo, quer tentar ficar mais perto de Deus, se é que Ele existe e tenha Ele a forma que tiver, ela gosta de acreditar que Ele tem a sua maior plenitude na Natureza, no mar, na terra, nas flores e nas árvores.
Então faz o que leu algures num livro, tenta ver todos os lados positivos da vida e acaba por concluir coisas tão tristes como o facto de não ter uma vida.
Tenho trabalho – Depois de 5 anos de um curso de economia que esgotou financeiramente os seus pais, depois de ter já sido responsável pela área financeira da empresa onde se encontra, mas arriscou ter um filho, quando voltou viu-se atirada para a recepção.
Tenho ordenado – Ganhava há 2 anos atrás cerca de 1.400 euros, era um ordenado que lhe permitia até ter algumas excentricidades, como ter mulher a dias, agora é uma recepcionista muito bem paga nos seus 900 euros, o restante foi-lhe retirado porque depois de ser mãe iria ter horário reduzido, logo não precisava de isenção de horário.
Tenho uma casa – 150 mil euros empatados numa casa que nunca será sua, daqui a 40 anos quando terminar a sua dívida ao banco, a casa não vai valer nem o valor do terreno e é até provável que seja o seguro a terminar os pagamentos, pois ela estará morta.
Tenho um marido – Depois de uns anos de convivência a dois as prioridades alteraram-se, deixaram de ser suficientes para se bastarem, deixaram de ser eles contra o mundo, passaram a estar quase sempre um contra o outro. Os seus objectivos deixaram de ser os “nossos”, passaram a ser os “meus” e os “teus”, afastaram-se, distanciaram-se tanto que por vezes ela chega a ter saudades dos olhos dele, nos dela.
Tenho amigos – Alguns não os vê desde que saiu da faculdade, outros desiludiram-na, traíram-na. Há uns poucos que se mantêm e até lhe mandam uns emails de vez em quando, esses são os bons, os presentes, aqueles com que ela sabe que pode contar, quanto mais não seja, do outro lado do monitor.
Na crises existenciais, em que repensamos os nossos objectivos de vida, em que pesamos as coisas boas que temos e as coisas a que por vezes damos pouco valor, apercebemo-nos que sobrevivemos quando podíamos ter tanto mais da vida, se tivéssemos a coragem de nos mudar e pensar em nós como sendo um grão de areia no Universo, que pode ser importante se encravar a engrenagem e tentar dar um novo alento à “nossa” vida, tentando assim atingir a felicidade.
Então faz o que leu algures num livro, tenta ver todos os lados positivos da vida e acaba por concluir coisas tão tristes como o facto de não ter uma vida.
Tenho trabalho – Depois de 5 anos de um curso de economia que esgotou financeiramente os seus pais, depois de ter já sido responsável pela área financeira da empresa onde se encontra, mas arriscou ter um filho, quando voltou viu-se atirada para a recepção.
Tenho ordenado – Ganhava há 2 anos atrás cerca de 1.400 euros, era um ordenado que lhe permitia até ter algumas excentricidades, como ter mulher a dias, agora é uma recepcionista muito bem paga nos seus 900 euros, o restante foi-lhe retirado porque depois de ser mãe iria ter horário reduzido, logo não precisava de isenção de horário.
Tenho uma casa – 150 mil euros empatados numa casa que nunca será sua, daqui a 40 anos quando terminar a sua dívida ao banco, a casa não vai valer nem o valor do terreno e é até provável que seja o seguro a terminar os pagamentos, pois ela estará morta.
Tenho um marido – Depois de uns anos de convivência a dois as prioridades alteraram-se, deixaram de ser suficientes para se bastarem, deixaram de ser eles contra o mundo, passaram a estar quase sempre um contra o outro. Os seus objectivos deixaram de ser os “nossos”, passaram a ser os “meus” e os “teus”, afastaram-se, distanciaram-se tanto que por vezes ela chega a ter saudades dos olhos dele, nos dela.
Tenho amigos – Alguns não os vê desde que saiu da faculdade, outros desiludiram-na, traíram-na. Há uns poucos que se mantêm e até lhe mandam uns emails de vez em quando, esses são os bons, os presentes, aqueles com que ela sabe que pode contar, quanto mais não seja, do outro lado do monitor.
Na crises existenciais, em que repensamos os nossos objectivos de vida, em que pesamos as coisas boas que temos e as coisas a que por vezes damos pouco valor, apercebemo-nos que sobrevivemos quando podíamos ter tanto mais da vida, se tivéssemos a coragem de nos mudar e pensar em nós como sendo um grão de areia no Universo, que pode ser importante se encravar a engrenagem e tentar dar um novo alento à “nossa” vida, tentando assim atingir a felicidade.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Porque tenho medo de não dizer….(4 de Maio de 2008)
Porque tenho medo de não dizer vezes suficientes que te amo, prefiro escrever.
Tenho pena de não ter o dom da palavra para te poder escrever um poema maravilhoso, traduzindo em lindas palavras o amor que me aquece a alma. Ou então de poder contar em prosa a história da minha vida, em que curiosamente, a protagonista sempre foste tu.
Espero que saibas que me sinto segura quando olho nos teus olhos e me vejo ao espelho. Que me aqueces o coração quando me apertas contra o peito e me afagas o cabelo. Que te invejo a força, queria ser como tu, mudar a vida dos outros e ainda conseguir chegar ao fim do dia com um sorriso nos lábios e uma palavra doce.
És a melhor mãe do mundo, porque me incentivaste a ser eu própria, porque me obrigaste a exceder as minhas capacidades, porque quiseste sempre o melhor para mim.
És a melhor mãe do mundo porque o teu amor sempre foi incondicional e sem contrapartidas, é esse o significado da palavra mãe, pelo menos para mim, amar sem querer nada em troca.
Moras no meu coração, e comove-me saber que te terei sempre aqui, serás sempre parte do meu passado, do meu presente e do meu futuro, porque és o meu farol, mesmo nas noites mais escuras consegues que encontre o meu rumo e por mais difícil que seja, dás-me ânimo para continuar.
Admiro esse teu sorriso largo e franco a que sempre me habituaste, essa tua alegria contagiante que a ninguém passa despercebida e o coração enorme que abraça o mundo.
Tenho pena de não ter o dom da palavra para te poder escrever o amor que tenho por ti, mas prometo que o farei de todas as formas que conheço, para que saibas sempre que te amo, que te amo com todas as forças, que te amo sem mas, nem porquês, porque simplesmente sou tua.
Tenho pena de não ter o dom da palavra para te poder escrever um poema maravilhoso, traduzindo em lindas palavras o amor que me aquece a alma. Ou então de poder contar em prosa a história da minha vida, em que curiosamente, a protagonista sempre foste tu.
Espero que saibas que me sinto segura quando olho nos teus olhos e me vejo ao espelho. Que me aqueces o coração quando me apertas contra o peito e me afagas o cabelo. Que te invejo a força, queria ser como tu, mudar a vida dos outros e ainda conseguir chegar ao fim do dia com um sorriso nos lábios e uma palavra doce.
És a melhor mãe do mundo, porque me incentivaste a ser eu própria, porque me obrigaste a exceder as minhas capacidades, porque quiseste sempre o melhor para mim.
És a melhor mãe do mundo porque o teu amor sempre foi incondicional e sem contrapartidas, é esse o significado da palavra mãe, pelo menos para mim, amar sem querer nada em troca.
Moras no meu coração, e comove-me saber que te terei sempre aqui, serás sempre parte do meu passado, do meu presente e do meu futuro, porque és o meu farol, mesmo nas noites mais escuras consegues que encontre o meu rumo e por mais difícil que seja, dás-me ânimo para continuar.
Admiro esse teu sorriso largo e franco a que sempre me habituaste, essa tua alegria contagiante que a ninguém passa despercebida e o coração enorme que abraça o mundo.
Tenho pena de não ter o dom da palavra para te poder escrever o amor que tenho por ti, mas prometo que o farei de todas as formas que conheço, para que saibas sempre que te amo, que te amo com todas as forças, que te amo sem mas, nem porquês, porque simplesmente sou tua.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Vidas perfeitas
Creio que nos dias que correm há demasiada preocupação com a perfeição.
O corpo, por exemplo, tem de estar sempre em forma, musculado e sem celulite, essa maldita. O rosto deve estar isento de rugas e aparentar de preferência menos 10 anos do que vem escrito no BI.
No trabalho temos de ser os melhores, os mais bem vestidos, os mais simpáticos, os que melhor trabalham em equipa, os que lideram, os que tomam a iniciativa, os mais produtivos, os que ficam até mais tarde e se possível, os mais baratos.
Em casa as casas de banho têm de estar impecavelmente brilhantes e cheirosas, o pó limpo, o chão aspirado, a roupa lavada e engomada, as camas feitas.
Se formos vistosos e bonitos chegaremos mais depressa à auto estrada do sucesso, os empregos são poucos pelo que é conveniente sermos os mais competentes, e nunca sabemos como voltamos para casa.
No meio desta busca pela perfeição esquecemos de atentar no que realmente é importante para nós enquanto indivíduos.
O "eu" deixou de estar no centro das nossas preocupações, mas sabemos o quanto é imprescindível "parecer" em vez de "ser". Os nossos sonhos e aspirações passaram a ter um lugar secundário , desde que a imagem que os outros têm de nós seja a certa para o mundo em que vivemos.
O corpo, por exemplo, tem de estar sempre em forma, musculado e sem celulite, essa maldita. O rosto deve estar isento de rugas e aparentar de preferência menos 10 anos do que vem escrito no BI.
No trabalho temos de ser os melhores, os mais bem vestidos, os mais simpáticos, os que melhor trabalham em equipa, os que lideram, os que tomam a iniciativa, os mais produtivos, os que ficam até mais tarde e se possível, os mais baratos.
Em casa as casas de banho têm de estar impecavelmente brilhantes e cheirosas, o pó limpo, o chão aspirado, a roupa lavada e engomada, as camas feitas.
Se formos vistosos e bonitos chegaremos mais depressa à auto estrada do sucesso, os empregos são poucos pelo que é conveniente sermos os mais competentes, e nunca sabemos como voltamos para casa.
No meio desta busca pela perfeição esquecemos de atentar no que realmente é importante para nós enquanto indivíduos.
O "eu" deixou de estar no centro das nossas preocupações, mas sabemos o quanto é imprescindível "parecer" em vez de "ser". Os nossos sonhos e aspirações passaram a ter um lugar secundário , desde que a imagem que os outros têm de nós seja a certa para o mundo em que vivemos.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Aqui te Amo (Pablo Neruda)
Houve alturas em que me dedicaram poemas, o Pablo dedicou-me este a mim, por interposta pessoa claro está, mas ainda assim o sinto muito meu, e como hoje não estou inspirada aqui fica:
"Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforesce a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.
Define-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.
Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está húmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui te amo.
Aqui te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.
Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta.
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.
Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.
Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.
Aquí te amo."
"Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforesce a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.
Define-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.
Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está húmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui te amo.
Aqui te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.
Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta.
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.
Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.
Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.
Aquí te amo."
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
14 de Dezembro de 1997
Chamemos-lhe Paula.
Estávamos no decorrer da semana académica quando a Paula terminou o curso de Economia. Estava feliz e ao mesmo tempo apreensiva, o que seria a vida dela dali para a frente, o eterno dilema de um jovem licenciado em Portugal.
Será que vou arranjar um emprego que sirva a minha ambição? Será que vou arranjar um emprego aqui ou vou ter de ir para Angola onde o meu pai está há já 10 anos…
Estas e outras questões do género estavam a assolá-la quando naquele dia 13 de Dezembro saiu de casa para ir buscar uma amiga, iam festejar a fim do curso e o início de uma nova etapa da sua vida.
A amiga estava em pijama naquela noite fria de sexta-feira, dizia que não lhe apetecia muito sair mas ainda assim, a antecipação do arraial no ISCTE, da dança nas docas, do convívio com os amigos e o namorado, ajudaram a que se vestisse para a festa.
Foram as duas dançar até à meia noite no sitio onde a música mais lhes agradava, gostavam de musica latina e do calor da noite no Havana, beberam uma água das pedra cada uma, o álcool não lhe ajudava a noite, faziam-no sozinhas sem necessitar de estímulos externos.
O namorado da amiga chegou, e os amigos juntaram-se-lhes, estavam prontos para ir. A amiga e a Paula meteram-se no carro desta última. A caminho da Praça de Espanha atravessaram a Av. De Ceuta, ali bem perto da curva da Etar, deviam ir a 60 ou 70 km/h na faixa da esquerda. Falavam das esperanças que tinham no futuro, ou de outra coisa qualquer, (pouco importa), quando a amiga viu umas luzes no local errado, por instantes pensou que um dos carros que circulava em sentido contrário estava estranhamente em cima do separador central e disse: “OH!”
Depois…depois não teve tempo de pensar em mais nada, apenas sabe que ouviu o metal a amachucar porque o som que a acompanhou sempre que a cabeça descansava na almofada.
O carro que circulava na faixa contrária despistou-se, dizem que apanhou água, ela não se lembra de ter chovido naquela noite, galgou o separador central, a policia informou que primeiro tinha batido numa carrinha e só depois no Seat Ibiza em que a Paula e a amiga seguiam.
O automóvel ficou desfeito, o motor caiu e partiu o fémur esquerdo da amiga, na confusão o dedo indicador e o pulso da mão direita bateram algures entre o vidro ou a porta e ficaram também eles partidos, com o impacto a testa abriu um lenho e perdeu os sentidos. Quando a amiga recuperou olhou à volta, a Paula estava sentada no seu lugar, a cabeça encostada ao volante, tinha um ar tranquilo e sereno.
As dores estavam a começar, olhou para a perna e percebeu que estava partida, não que lhe doesse, mas porque estava inchada, sentia o sangue a escorrer pela cara, pensou que tinha partido os dentes, aqueles dentes que sempre achou eram o melhor da sua cara, contou-os com a língua, tinham-se safado, suspirou de alívio, mas olhou para a mão em sangue e assustou-se, tentou tirar o cinto mas não se conseguia mexer, tinha dores paralisantes na zona da barriga.
Alguém lhe perguntava o nome, os telefones para onde se devia contactar a informar do acidente e que os bombeiros estavam a caminho.
Aconteceu tudo muito rápido, para a tirarem foi preciso desencarcerar, ao mesmo tempo ouvia dizer que a Paula não estava a respirar, que era preciso ventilar.
Quando chegou ao hospital, sabia a Paula do outro lado da parede, ouvia o ventilador a ajudá-la a inspirar e a expirar, mas dores começaram a ser insuportáveis e quase não conseguia pensar.
Não sabe ao fim de quanto tempo foi transferida para outro hospital, nunca lhe disseram qual era o estado da Paula, sabia que não tinha morrido, nada mais, foi operada à perna, engessado o braço e a mão, cozida a testa. E para ela a Paula continuava apenas sem ter morrido.
Depois da operação a amiga exigiu conhecer o estado da Paula, estava em coma, com coágulo no cérebro, não sabiam o que lhe iria acontecer, não sabiam sequer se voltaria a acordar e ao acordar qual o seu estado.
Passaram 3 meses, a amiga estava de volta a casa, depois de um mês no hospital iria iniciar a fisioterapia para poder ganhar mobilidade, o joelho não dobrava, a perna não mexia, mas a Paula tinha acordado, e tinha chamado por ela, quis ir vê-la mas não deixaram, não ia ser bom para ninguém diziam os médicos, a Paula não reconhecia nem a mãe.
A amiga teve 1 ano em recuperação, mas conseguiu voltar a ter uma vida normal, voltou à faculdade, aos amigos, à rotina de sempre, a Paula ficou invisual, foi operada à cabeça para retirar o coágulo e meter um dreno, perdeu parte da memória.
A amiga durante 1 ano pensou em cada segundo do que se lembrava naquela noite fria de 13 de Dezembro, lembrou-se que já passava da meia noite e que portanto era já o dia de aniversário da sua bisavó, lembrou-se que não tinha sequer percebido o que lhe tinha acontecido antes de lhe dizerem que tinham tido um acidente, que tinham passado a fazer parte das estatísticas: feridos graves e ligeiros, poli-traumatizados, aquelas palavras a que já nos habituamos a ouvir nas notícias. Durante muito tempo culpou-se, não sabia bem porque razão, mas … porque tinha ela sido o “ferido ligeiro” e a Paula o “ferido grave”, porque não ao contrário?
Uma das perguntas que mais a perseguia era “Porquê ela e não eu?”, depois culpava-se pelos pensamentos que se seguiam à pergunta.
Quando lhe diziam que tinha tido muita sorte respondia invariavelmente que tinha tido muito azar, estava no local errado à hora errada.
Tentou a aproximação com uma Paula diferente daquela que conheceu durante 5 anos, mas de cada vez que olhava para ela sentia-se culpada, culpada de ter recuperado de um acidente que não provocou, e que em nada tinha contribuído. Criticava os amigos da Paula por se afastarem mas acabou por fazer o mesmo, não sabendo se pelas mesmas razões, mas fe-lo. Telefonava à Paula para saber como estava e terminava o telefonema com um nó na garganta, chorava.
Sempre que visitava a Paula sabia que não podia ir sozinha, porque não era suficientemente forte, sabia que acabaria por reviver os sons, os cheiros e as dores daquele dia, era sempre muito duro ver a Paula ou até falar com ela, o sentimento era tão intenso que lhe doía a presença da Paula, e foi-se afastando, e foi deixando que a Paula por sua vez se afastasse.
Sempre que penso na Paula dói-me o peito, pesa-me a consciência pelo muito que devia ter feito e o pouco que fiz, mas ainda hoje não consigo sequer pensar nela sem que me apeteça chorar ou morrer, por isso continuo sem me aproximar e a Paula não voltou a procurar-me, mantendo-se para sempre como um dos fantasmas que percorrem a vida a meu lado e me tornam mais forte, mais eu, consciente de que nem sempre fazemos as escolhas certas aos olhos do mundo, mas antes as escolhas que nos são mais fáceis, ou que tornam o nosso mundo mais suportável.
Estávamos no decorrer da semana académica quando a Paula terminou o curso de Economia. Estava feliz e ao mesmo tempo apreensiva, o que seria a vida dela dali para a frente, o eterno dilema de um jovem licenciado em Portugal.
Será que vou arranjar um emprego que sirva a minha ambição? Será que vou arranjar um emprego aqui ou vou ter de ir para Angola onde o meu pai está há já 10 anos…
Estas e outras questões do género estavam a assolá-la quando naquele dia 13 de Dezembro saiu de casa para ir buscar uma amiga, iam festejar a fim do curso e o início de uma nova etapa da sua vida.
A amiga estava em pijama naquela noite fria de sexta-feira, dizia que não lhe apetecia muito sair mas ainda assim, a antecipação do arraial no ISCTE, da dança nas docas, do convívio com os amigos e o namorado, ajudaram a que se vestisse para a festa.
Foram as duas dançar até à meia noite no sitio onde a música mais lhes agradava, gostavam de musica latina e do calor da noite no Havana, beberam uma água das pedra cada uma, o álcool não lhe ajudava a noite, faziam-no sozinhas sem necessitar de estímulos externos.
O namorado da amiga chegou, e os amigos juntaram-se-lhes, estavam prontos para ir. A amiga e a Paula meteram-se no carro desta última. A caminho da Praça de Espanha atravessaram a Av. De Ceuta, ali bem perto da curva da Etar, deviam ir a 60 ou 70 km/h na faixa da esquerda. Falavam das esperanças que tinham no futuro, ou de outra coisa qualquer, (pouco importa), quando a amiga viu umas luzes no local errado, por instantes pensou que um dos carros que circulava em sentido contrário estava estranhamente em cima do separador central e disse: “OH!”
Depois…depois não teve tempo de pensar em mais nada, apenas sabe que ouviu o metal a amachucar porque o som que a acompanhou sempre que a cabeça descansava na almofada.
O carro que circulava na faixa contrária despistou-se, dizem que apanhou água, ela não se lembra de ter chovido naquela noite, galgou o separador central, a policia informou que primeiro tinha batido numa carrinha e só depois no Seat Ibiza em que a Paula e a amiga seguiam.
O automóvel ficou desfeito, o motor caiu e partiu o fémur esquerdo da amiga, na confusão o dedo indicador e o pulso da mão direita bateram algures entre o vidro ou a porta e ficaram também eles partidos, com o impacto a testa abriu um lenho e perdeu os sentidos. Quando a amiga recuperou olhou à volta, a Paula estava sentada no seu lugar, a cabeça encostada ao volante, tinha um ar tranquilo e sereno.
As dores estavam a começar, olhou para a perna e percebeu que estava partida, não que lhe doesse, mas porque estava inchada, sentia o sangue a escorrer pela cara, pensou que tinha partido os dentes, aqueles dentes que sempre achou eram o melhor da sua cara, contou-os com a língua, tinham-se safado, suspirou de alívio, mas olhou para a mão em sangue e assustou-se, tentou tirar o cinto mas não se conseguia mexer, tinha dores paralisantes na zona da barriga.
Alguém lhe perguntava o nome, os telefones para onde se devia contactar a informar do acidente e que os bombeiros estavam a caminho.
Aconteceu tudo muito rápido, para a tirarem foi preciso desencarcerar, ao mesmo tempo ouvia dizer que a Paula não estava a respirar, que era preciso ventilar.
Quando chegou ao hospital, sabia a Paula do outro lado da parede, ouvia o ventilador a ajudá-la a inspirar e a expirar, mas dores começaram a ser insuportáveis e quase não conseguia pensar.
Não sabe ao fim de quanto tempo foi transferida para outro hospital, nunca lhe disseram qual era o estado da Paula, sabia que não tinha morrido, nada mais, foi operada à perna, engessado o braço e a mão, cozida a testa. E para ela a Paula continuava apenas sem ter morrido.
Depois da operação a amiga exigiu conhecer o estado da Paula, estava em coma, com coágulo no cérebro, não sabiam o que lhe iria acontecer, não sabiam sequer se voltaria a acordar e ao acordar qual o seu estado.
Passaram 3 meses, a amiga estava de volta a casa, depois de um mês no hospital iria iniciar a fisioterapia para poder ganhar mobilidade, o joelho não dobrava, a perna não mexia, mas a Paula tinha acordado, e tinha chamado por ela, quis ir vê-la mas não deixaram, não ia ser bom para ninguém diziam os médicos, a Paula não reconhecia nem a mãe.
A amiga teve 1 ano em recuperação, mas conseguiu voltar a ter uma vida normal, voltou à faculdade, aos amigos, à rotina de sempre, a Paula ficou invisual, foi operada à cabeça para retirar o coágulo e meter um dreno, perdeu parte da memória.
A amiga durante 1 ano pensou em cada segundo do que se lembrava naquela noite fria de 13 de Dezembro, lembrou-se que já passava da meia noite e que portanto era já o dia de aniversário da sua bisavó, lembrou-se que não tinha sequer percebido o que lhe tinha acontecido antes de lhe dizerem que tinham tido um acidente, que tinham passado a fazer parte das estatísticas: feridos graves e ligeiros, poli-traumatizados, aquelas palavras a que já nos habituamos a ouvir nas notícias. Durante muito tempo culpou-se, não sabia bem porque razão, mas … porque tinha ela sido o “ferido ligeiro” e a Paula o “ferido grave”, porque não ao contrário?
Uma das perguntas que mais a perseguia era “Porquê ela e não eu?”, depois culpava-se pelos pensamentos que se seguiam à pergunta.
Quando lhe diziam que tinha tido muita sorte respondia invariavelmente que tinha tido muito azar, estava no local errado à hora errada.
Tentou a aproximação com uma Paula diferente daquela que conheceu durante 5 anos, mas de cada vez que olhava para ela sentia-se culpada, culpada de ter recuperado de um acidente que não provocou, e que em nada tinha contribuído. Criticava os amigos da Paula por se afastarem mas acabou por fazer o mesmo, não sabendo se pelas mesmas razões, mas fe-lo. Telefonava à Paula para saber como estava e terminava o telefonema com um nó na garganta, chorava.
Sempre que visitava a Paula sabia que não podia ir sozinha, porque não era suficientemente forte, sabia que acabaria por reviver os sons, os cheiros e as dores daquele dia, era sempre muito duro ver a Paula ou até falar com ela, o sentimento era tão intenso que lhe doía a presença da Paula, e foi-se afastando, e foi deixando que a Paula por sua vez se afastasse.
Sempre que penso na Paula dói-me o peito, pesa-me a consciência pelo muito que devia ter feito e o pouco que fiz, mas ainda hoje não consigo sequer pensar nela sem que me apeteça chorar ou morrer, por isso continuo sem me aproximar e a Paula não voltou a procurar-me, mantendo-se para sempre como um dos fantasmas que percorrem a vida a meu lado e me tornam mais forte, mais eu, consciente de que nem sempre fazemos as escolhas certas aos olhos do mundo, mas antes as escolhas que nos são mais fáceis, ou que tornam o nosso mundo mais suportável.
Ferida Aberta
Levaste me à loucura da paixão desmedida, do desejo intenso, em que o sexo era o lema das noites e a ansiedade de te encontrar de novo a rotina dos meus dias.
Foram meses de uma ferida aberta, sem vontade de cauterizar, deste-me tudo o que não te pedi e deixaste-me sem vida quando me deixaste, sem palavras nem desenganos.
Ainda assim esperei por ti, durante 4 longos anos, em que me tiveste sempre que querias ou te sentias sozinho, em que uma palavra tua bastava para que largasse o meu mundo e me escondesse em ti, sabendo que nada mudava ainda que me amasses perdidamente nas camas dos quartos de hotel onde secretamente nos encontrávamos.
Sempre que te via achava que a vida sem ti não fazia sentido. Nada havia além dos teus olhos verdes, inflamados de paixão, da tua boca que me beijava sem eu querer, porque perdia a força nos teus beijos. Nada havia além das tuas mãos enormes onde a minha pele se arrepiava a cada toque, nem para lá do teu cheiro que teimava em não me largar a cada adeus, ou do estremecer do corpo depois de ser tua.
Derrubas-te o muro que erguia contra o mundo, a máscara que usava para me proteger, com medo de me magoar, e acabaste por ser tu a minha relação perigosa, sabias onde tocar, sabias o que dizer sempre que me querias de volta, e embora eu quisesse lutar sabia que contra ti não tinha forças, porque eras a minha fraqueza, uma fraqueza que soube combater no dia em que encontrei o amor.
Foram meses de uma ferida aberta, sem vontade de cauterizar, deste-me tudo o que não te pedi e deixaste-me sem vida quando me deixaste, sem palavras nem desenganos.
Ainda assim esperei por ti, durante 4 longos anos, em que me tiveste sempre que querias ou te sentias sozinho, em que uma palavra tua bastava para que largasse o meu mundo e me escondesse em ti, sabendo que nada mudava ainda que me amasses perdidamente nas camas dos quartos de hotel onde secretamente nos encontrávamos.
Sempre que te via achava que a vida sem ti não fazia sentido. Nada havia além dos teus olhos verdes, inflamados de paixão, da tua boca que me beijava sem eu querer, porque perdia a força nos teus beijos. Nada havia além das tuas mãos enormes onde a minha pele se arrepiava a cada toque, nem para lá do teu cheiro que teimava em não me largar a cada adeus, ou do estremecer do corpo depois de ser tua.
Derrubas-te o muro que erguia contra o mundo, a máscara que usava para me proteger, com medo de me magoar, e acabaste por ser tu a minha relação perigosa, sabias onde tocar, sabias o que dizer sempre que me querias de volta, e embora eu quisesse lutar sabia que contra ti não tinha forças, porque eras a minha fraqueza, uma fraqueza que soube combater no dia em que encontrei o amor.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Recomeçar
Lembro-me de como foram importantes os meus 18 anos. Tive direito à chave de casa, uma caderneta de cheques só para mim, enfim, senti-me crescida!!
A vontade que temos nessa idade de sermos “crescidos” é enorme. Tantos sonhos, tantos voos, a vida parecia ser como uma montanha enorme com neve no cume, pronta a ser explorada. Nessa altura não me apercebia de como iria ser difícil a escalada tantas seriam as escarpas.
Tudo era fácil, os amigos, as relações, sempre tudo suficientemente superficial para não deixar cicatriz.
Á medida que o tempo passa, os nossos olhos mudam e os obstáculos passam a ter mais visibilidade do que o recomendável e recomeçar torna-se cada vez mais premente.
A vontade que temos nessa idade de sermos “crescidos” é enorme. Tantos sonhos, tantos voos, a vida parecia ser como uma montanha enorme com neve no cume, pronta a ser explorada. Nessa altura não me apercebia de como iria ser difícil a escalada tantas seriam as escarpas.
Tudo era fácil, os amigos, as relações, sempre tudo suficientemente superficial para não deixar cicatriz.
Á medida que o tempo passa, os nossos olhos mudam e os obstáculos passam a ter mais visibilidade do que o recomendável e recomeçar torna-se cada vez mais premente.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
O mito do homem italiano
É preciso desmistificar a ideia pré-concebida que a maioria das mulheres tem: o homem italiano é por definição bonito, charmoso, elegante.
Ora eu viajei por Milão, Roma, Florença, Veneza, Nápoles e Sicília e posso afirmar que me deparei com uma maioria masculina tosca, baixa e atarracada.
O “italian style” não é mais do que pura publicidade enganosa!
O homem italiano seduz a mulher italiana por falta de opção de escolha por parte desta, acontecendo seduzir uma mulher de outra qualquer nacionalidade, a única razão que me ocorre é a língua. Entenda-se língua por linguagem e não o órgão, que não restem dúvidas.
Ou seja, o desgraçado, tosco, baixo e atarracado, porque uma desgraça nunca vem só, poderá eventualmente seduzir uma mulher, não italiana, simplesmente porque fala italiano. A sonoridade cantada, a meiguice do som poderão insinuar-se, mas no momento em que ele se calar ela irá vê-lo como ele é na realidade.
O homem italiano sedutor não é mais do que um mito.
Ora eu viajei por Milão, Roma, Florença, Veneza, Nápoles e Sicília e posso afirmar que me deparei com uma maioria masculina tosca, baixa e atarracada.
O “italian style” não é mais do que pura publicidade enganosa!
O homem italiano seduz a mulher italiana por falta de opção de escolha por parte desta, acontecendo seduzir uma mulher de outra qualquer nacionalidade, a única razão que me ocorre é a língua. Entenda-se língua por linguagem e não o órgão, que não restem dúvidas.
Ou seja, o desgraçado, tosco, baixo e atarracado, porque uma desgraça nunca vem só, poderá eventualmente seduzir uma mulher, não italiana, simplesmente porque fala italiano. A sonoridade cantada, a meiguice do som poderão insinuar-se, mas no momento em que ele se calar ela irá vê-lo como ele é na realidade.
O homem italiano sedutor não é mais do que um mito.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Conversas de Circunstância
Quando dois conhecidos se cruzam por acaso na rua, a conversa costuma ser, invariavelmente a mesma:
Conhecido 1: - “Olá, então como estás?”
Conhecido 2: - “ Olá, tudo bem?”
Conhecido 1: “ Tudo bem, e tu?” (embora na realidade pense, “tudo bem uma porra, que a gaja com quem vivi durante 5 anos acabou de fugir com o meu melhor amigo e deixou-me com três putos ranhosos para cuidar)
Conhecido 2: “ Tudo bem também.” (enquanto pensa, “fui despedido, o banco ficou-me com a casa por falta de pagamento, estou a viver em casa dos sacanas dos velhos que pensam, só porque estou na merda que podem mandar em mim e não param de me chatear os cornos.)
Conhecido 1: “Já não te via há anos, estás na mesma pá!” (“estás gordo que nem um texugo e careca, é bem feito porque sempre tiveste uma sorte dos diabos com as gajas, papavas tudo o que te aparecia pela frente”)
Conhecido 2: “É verdade, tu também.” (tas com ar de quem envelheceu 40 anos, cheio de cabelos brancos, pele e osso e pela tua cor deves estar com cirrose, é bem feito andavas sempre de copo na mão, as noites eram todas tuas e vivias à grande.”
Depois desta conversa de circunstância, ambos se despedem cheios de pressa, como se a vida fosse acabar no segundo seguinte e afastam-se sem olhar para trás.
Não há nada mais agradável ao ego do que pensar que os outros estão piores que nós.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
O meu mundo perfeito (Ao Alexandre)
Senti-te crescer dentro de mim, como um fogo que alastrava e me consumia a vida até à exaustão, à paixão louca de uma nova vida que se desenvolvia.
Amava-te já mesmo antes de te conhecer e nesse dia vi-te como eras, como todos nós fomos um dia, vulnerável, dependente, completamente despojado de preconceitos, despido de erros e pecados e amei-te ainda mais. Um amor incondicional, verdadeiramente puro, sem expectativas de dar ou receber, sem cobrar.
Foi no dia em que pela primeira vez te vi que soube o que significava ser mulher, dar sem olhar a meios, sem medir consequências, entregando a alma.
Acarinhei-te o mais que sabia e assustei-me por sabê-lo tão pouco, por te ter só para mim e por veres o mundo pelos olhos que eu te dava.
E se eu não te fosse suficiente? O que fazer então?
E se o meu grande amor por ti, não fosse assim tão grande quanto eu o imaginava e afinal te tornasse por via dele pequeno, mesquinho…
Queria poder dar-te asas, mas ao mesmo tempo proteger-te do mundo; abrir-te horizontes sem que tropeçasses no fracasso; ensinar-te a capacidade de sonhar e abrir o coração ao universo, sem que te magoasses; oferecer-te a lua, o sol, as nuvens, mantendo-te os pés no chão.
Mas o medo crescia em mim, se ao tentar dar-te tudo isso te reduzisse à minha imagem sem te permitir seres tu próprio.
No meu mundo perfeito sei quem tu és, mas estou consciente de que por muito que tente este nosso mundo nunca será perfeito.
As asas serão as que te dou, mas o uso que lhes deres será o caminho por ti traçado e que terás de percorrer.
Espero que no mundo que para ti construíres exista espaço para as nossas vidas se voltarem a cruzar no limite de um amor sem fronteiras.
Amava-te já mesmo antes de te conhecer e nesse dia vi-te como eras, como todos nós fomos um dia, vulnerável, dependente, completamente despojado de preconceitos, despido de erros e pecados e amei-te ainda mais. Um amor incondicional, verdadeiramente puro, sem expectativas de dar ou receber, sem cobrar.
Foi no dia em que pela primeira vez te vi que soube o que significava ser mulher, dar sem olhar a meios, sem medir consequências, entregando a alma.
Acarinhei-te o mais que sabia e assustei-me por sabê-lo tão pouco, por te ter só para mim e por veres o mundo pelos olhos que eu te dava.
E se eu não te fosse suficiente? O que fazer então?
E se o meu grande amor por ti, não fosse assim tão grande quanto eu o imaginava e afinal te tornasse por via dele pequeno, mesquinho…
Queria poder dar-te asas, mas ao mesmo tempo proteger-te do mundo; abrir-te horizontes sem que tropeçasses no fracasso; ensinar-te a capacidade de sonhar e abrir o coração ao universo, sem que te magoasses; oferecer-te a lua, o sol, as nuvens, mantendo-te os pés no chão.
Mas o medo crescia em mim, se ao tentar dar-te tudo isso te reduzisse à minha imagem sem te permitir seres tu próprio.
No meu mundo perfeito sei quem tu és, mas estou consciente de que por muito que tente este nosso mundo nunca será perfeito.
As asas serão as que te dou, mas o uso que lhes deres será o caminho por ti traçado e que terás de percorrer.
Espero que no mundo que para ti construíres exista espaço para as nossas vidas se voltarem a cruzar no limite de um amor sem fronteiras.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Acontece na marginal
Este poderia ser um texto altamente intelectual, sobre as inúmeras actividades culturais que certamente acontecem pela marginal de Cascais, mas não é.
Com este título poderia até enganar os mais descuidados e levá-los a pensar que se trata de um texto sobre as delícias do sol pelas praias de Oeiras, mas não, o que me acontece com frequência na marginal nas minhas diárias idas para casa depois de um dia extenuante que por vezes termina às 00.00 horas é encontrar o verdadeiro “macho da estrada”.
Nada custa mais a este espécime, infelizmente não raro e lamentavelmente ainda não em vias de extinção, do que ser ultrapassado por uma mulher a conduzir uma carripana velha.
Ora ele é aquele que tem sempre o carrinho brilhante, com um som descomunalmente alto para os tímpanos, mesmo de um mouco, e que gasta o orçamento familiar no “tunning” rasca.
Para ele o semáforo é para passar a vermelho quando ele passa para que todos possam ver de perto as transformações que ele produziu na viatura, e claro para poder dar uma aceleração audível e de preferência com estardalhaço para não passar despercebido.
Eu tenho um mau hábito, gosto de andar na faixa da direita, dentro dos limites de velocidade com o meu velhinho Rover 411, o que significa que quando o “macho da estrada” passa por mim a rasgar e fecha o semáforo, eu consigo ultrapassá-lo calmamente porque antes de ele acelerar eu já tenho o sinal verde e não perdi embalagem.
Ontem o pobre do Golf GTI foi ultrapassado por mim 3 vezes, o homem ficou tão danado que no ultimo sinal luminoso acelerou de tal forma que não me queria deixar ultrapassá-lo, e assim ficámos, ele a olhar para mim a roer-se por uma “gaja” o ter feito passar por palhaço 2 vezes, e eu a tentar perceber o que fazer…acelero ou deixo-o ganhar?
Como não tinha ninguém na minha traseira e a minha saída estava a aproximar-se, travei e deixei que ele me ganhasse a corrida.
Senti-me feliz e contente, porque afinal quem ganhou fui eu, ele deixou de me ver….
Com este título poderia até enganar os mais descuidados e levá-los a pensar que se trata de um texto sobre as delícias do sol pelas praias de Oeiras, mas não, o que me acontece com frequência na marginal nas minhas diárias idas para casa depois de um dia extenuante que por vezes termina às 00.00 horas é encontrar o verdadeiro “macho da estrada”.
Nada custa mais a este espécime, infelizmente não raro e lamentavelmente ainda não em vias de extinção, do que ser ultrapassado por uma mulher a conduzir uma carripana velha.
Ora ele é aquele que tem sempre o carrinho brilhante, com um som descomunalmente alto para os tímpanos, mesmo de um mouco, e que gasta o orçamento familiar no “tunning” rasca.
Para ele o semáforo é para passar a vermelho quando ele passa para que todos possam ver de perto as transformações que ele produziu na viatura, e claro para poder dar uma aceleração audível e de preferência com estardalhaço para não passar despercebido.
Eu tenho um mau hábito, gosto de andar na faixa da direita, dentro dos limites de velocidade com o meu velhinho Rover 411, o que significa que quando o “macho da estrada” passa por mim a rasgar e fecha o semáforo, eu consigo ultrapassá-lo calmamente porque antes de ele acelerar eu já tenho o sinal verde e não perdi embalagem.
Ontem o pobre do Golf GTI foi ultrapassado por mim 3 vezes, o homem ficou tão danado que no ultimo sinal luminoso acelerou de tal forma que não me queria deixar ultrapassá-lo, e assim ficámos, ele a olhar para mim a roer-se por uma “gaja” o ter feito passar por palhaço 2 vezes, e eu a tentar perceber o que fazer…acelero ou deixo-o ganhar?
Como não tinha ninguém na minha traseira e a minha saída estava a aproximar-se, travei e deixei que ele me ganhasse a corrida.
Senti-me feliz e contente, porque afinal quem ganhou fui eu, ele deixou de me ver….
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